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Saiba como inovar na proposição de atividades e projetos a partir de três conceitos trabalhados pelo guia Menu de Aprendizagem do projeto Escolas Criativas: inspiração, adaptação e associação.

Imagem mostra uma mão em destaque montando uma estrutura de palitos

O educador é ferramenta indispensável para guiar os estudantes na mudança do mundo. Partindo dessa perspectiva, algumas perguntas sobre como planejar aulas que façam sentido são fundamentais para cumprir esse papel transformador. O que transmitir para os estudantes? Que atividades farão com que eles explorem todo o potencial de aprendizagem? Para ajudar a responder essas e outras perguntas, o guia Menu de Aprendizagem traz algumas propostas para estimular a criatividade nos planos de aula.

A iniciativa, que faz parte do projeto Escolas Criativas, é fruto de uma parceria entre a Fundação Telefônica Vivo e o chef de cozinha catalão, Ferran Adriá.

A gestão inovadora feita por Adriá no restaurante elBulli,  foi adaptada para o universo da educação com objetivo de trazer mais recursos para explorar as diferentes inteligências, incentivar a autonomia e a imaginação, bem como potencializar o pensamento crítico.

Em complemento à publicação Meu Genoma Criativo, que traz direcionamentos para os educadores, o Menu de Aprendizagem aproveita a metodologia para focar nas atividades voltadas para os estudantes. Trabalhadas a partir de projetos e desafios, as práticas pedagógicas envolvem três passos essenciais: inspiração, adaptação e associação.

Na imagem há vários papeis escritos com canetinhas coloridas

Inspiração: Conhecimento e criação

Segundo o chef Ferran Adriá, o ambiente e a forma como o conteúdo é passado são importantes para a inspiração. Oferecer um espaço divertido, emocionante, acolhedor e reflexivo pode fazer a diferença no curso de uma aula. Além disso, o guia recomenda que os educadores busquem aprender juntos, trocar experiências e unir saberes com os colegas.

Esse é o caso de Márcia Sacay do Centro Educacional Pioneiro, colégio particular de São Paulo, conhecida como fonte de inspiração para ideias criativas e inovadoras. Além de ser professora de Ciências da instituição, ela também é responsável por coordenar o departamento de Inovadoria, criado por ela em 2015.

Um dos espaços construídos para integrar esse departamento foi o Laboratório Explorer, que tem como objetivo trabalhar a cultura maker e a aprendizagem com propósito com estudantes do Fundamental I até o Ensino Médio.

Como coordenadora, Márcia ajuda os educadores com o planejamento das aulas e a primeira recomendação que ela propõe é que o educador determine um objetivo para a atividade e parta em busca de referências em livros, internet e plataformas que permitam a troca entre educadores.

“Para engajar os jovens nas atividades é preciso construir uma narrativa. A ideia é buscar exemplos em acontecimentos da vida real, períodos históricos, livros e torná-los acessíveis para que os estudantes entendam o contexto. A partir de então, a aprendizagem ganha sentido”, complementa.

Adaptação: Expectativas e realidade

Segundo o Menu de Aprendizagem, o trabalho por projetos ou a partir de desafios é o marco pedagógico do guia para desenvolver a criatividade na sala de aula. Com esta metodologia são desenvolvidas as capacidades necessárias na aprendizagem ativa e criativa, tais como a análise, a busca e a seleção de informação, a compreensão, a proposição e a seleção de alternativas.

Uma vez reunidas as referências, é hora de avaliar as possibilidades e os recursos disponíveis na realidade de cada escola. Esse processo de adaptação é fundamental para garantir resultados positivos e criativos.

O Laboratório Explorer, no Centro Educacional Pioneiro, disponibiliza materiais como impressora, cortadora, barbantes, furadeira, pregos, entre outros recursos. Mas não tem cola quente, por exemplo. Isso faz com que os estudantes tenham que buscar alternativas para construir seus projetos, seja fazendo amarrações ou fazendo colas naturais, utilizando ingredientes como farinha.

Conhecendo as potencialidades e as limitações da sala de aula, os educadores podem montar planos de aula baseados em projetos e, a partir deles, trazer desafios viáveis para os estudantes. Para Márcia Sacay, esse processo tem a ver com experimentação e colaboração.

“Ter uma aula planejada e mediar o aprendizado é papel do professor, mas ele também precisa estar aberto aos erros. Nem tudo sairá como o planejado e isso é um bom sinal. Cada estudante tem um tipo de inteligência e habilidade que pode se destacar ou não naquela atividade. Por isso, é tão importante colocá-los para trabalhar em grupos e deixar um espaço, dentro do planejamento, para que eles possam fazer suas próprias escolhas”, reforça.

Imagem mostra uma catapulta feita com barbantes e tiras de madeira

 Associação: Somar e inovar

Por fim, para que um plano de aula resulte em inovação, é necessário somar as inspirações, os conhecimentos e as possibilidades adaptadas, traduzindo-os em reflexões sobre as práticas pedagógicas adotadas. Por que ensinamos um determinado assunto desta forma? Quais outras maneiras alcançariam o mesmo aprendizado?

“Os professores podem se beneficiar de um cronograma de trabalho. Nele, estarão indicados não só os projetos a serem trabalhados, mas também o tempo, o objetivo e o produto final para cada parte da atividade. Esse exercício faz com que o educador não se esqueça do propósito e do contexto daquele aprendizado”, recomenda Márcia.

No colégio Pioneiro, a avaliação dos projetos também é feita de maneira diferente. A criação precisa atender a um objetivo principal, mas existem quatro níveis de proximidade do produto final. Caso haja tempo para tentar novamente, ou o estudante queira levar a atividade para finalizar em casa, ele tem a oportunidade de evoluir o resultado. Esse método é chamado de avaliação em rubricas.

“Se não tem intenção, não tem aprendizagem. Ser criativo não é apenas propor uma atividade com materiais diferentes e princípios da cultura maker. Para gerar valor e significado para um projeto, é preciso ter um objetivo”, conclui a coordenadora.

Exemplo de atividade: Fazer figurinos que correspondem às castas sociais da Idade Média; Os membros do clero, por exemplo, precisarão de um tecido mais pomposo e enfeitado. Já os plebeus, terão de apresentar um figurino mais simples, sem tantos ornamentos.

Imagem mostra o desenho de um estandarte

Criatividade em tempos de quarentena

Que tal observar o efeito do sal como conservador de alimentos? Ou construir uma torre de macarrão? Com as medidas de isolamento social impostas pela pandemia de coronavírus, algumas das atividades realizadas em sala de aula precisam ser adaptadas. Mas é possível continuar a estimular a criatividade dentro de casa.

Márcia Sacay diz que, apesar de nem todas as residências disporem da mesma estrutura, essa é uma oportunidade de exercitar ainda mais a criatividade. Os educadores, de diversas áreas do conhecimento, podem se unir e pensar em exercícios que possam ser feitos utilizando materiais básicos, que a grande maioria dos estudantes tem acesso. O principal é não deixar de fazer as experimentações e práticas vivenciais.

“As atividades acabam sendo divertidas, porque vamos tentando encontrar em casa os materiais adequados. Os familiares acabam se aproximando mais do processo de aprendizagem dos estudantes, também, já que recomendamos sempre a presença de um adulto para supervisionar”, ressalta a coordenadora.

Sugestão de atividade: Balança de Densidades, idealizada por Márcia Sacay e pela professora Carolina Puccini:

Para saber se dois corpos, de mesma massa e formatos diferentes, afundam ou flutuam devido à maior ou menor densidade, precisamos pensar em uma balança que todas as casas possuem. Portanto, tratamos de improvisar, sem esquecer-se do rigor técnico. Material: Régua + Suporte e objetos de formatos diferentes (pode ser vidro de esmalte, frasco de shampoo, etc).

Imagem mostra uma balança construída com materiais recicláveis

Planejar aulas criativas ajuda a explorar o potencial de aprendizagem dos estudantes
Planejar aulas criativas ajuda a explorar o potencial de aprendizagem dos estudantes