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Confira algumas ideias simples que facilitam a acessibilidade através do sistema braile

Livro em braile - uma das receitas para inclusão de pessoas com deficiência visual

Quem tem deficiência visual não consegue ler palavras de forma convencional, mas pode tocá-las graças ao sistema de escrita e leitura em relevo criado no século XIX pelo educador francês Louis Braille e usado até os dias de hoje.

Segundo a União Europeia de Cegos, os usuários de braile são mais independentes, têm maior nível de escolaridade e conseguem melhores oportunidades de emprego.

“O braile é muito importante para pessoas cegas para a alfabetização e para independência. Ele garante autonomia para entrar em um elevador com segurança, receber contas e extratos bancários, consumir corretamente remédios e cosméticos, entre outras inúmeras aplicações”, explicou à Agência Brasil Regina Oliveira, coordenadora do Conselho Ibero-Americano de Braille.

Segundo censo do IBGE, existem no Brasil mais de 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, sendo 582 mil cegas e 6 milhões com baixa visão – felizmente, crescem também as iniciativas que permitem melhorar a inclusão dessa parcela da população. Confira abaixo cinco delas:

Aprender brincando

A alfabetização em braile fica mais inclusiva com o projeto Lego Braille Bricks, idealizado por brasileiros e produzido pela Fundação Lego, da Noruega. Os famosos blocos coloridos de montar ganham letras, números e símbolos matemáticos em braile, além de letras e números do alfabeto tradicional para que crianças possam trabalhar juntas em sala de aula.

O potencial do brinquedo foi avaliado em testes com duas escolas brasileiras. A meta é que os kits cheguem a escolas públicas de sete estados, alcançando 763 mil crianças de 4 a 10 anos, com e sem deficiência visual.

Porta para o conhecimento

Os livros são portas para o conhecimento, mas você sabia que apenas 5% das obras literárias do mundo são transcritas para o braile? Nos países do Hemisfério Sul, Brasil incluído, o número não chega a 1%, segundo estimativas da União Mundial de Cegos.

Diante desse cenário, iniciativas que se preocupam em ampliar o acesso de pessoas com deficiência visual aos livros são fundamentais. É o caso da Biblioteca Pública Municipal Louis Braille, que fica no Centro Cultural São Paulo.

Os mais de 5.000 títulos disponíveis, entre livros em braile e audiolivros, podem ser emprestados pessoalmente ou pelo correio para qualquer pessoa do Brasil. O local também abriga computadores e scanners com programas específicos de acessibilidade.

Há outras bibliotecas do tipo espalhadas pelo país, como é o caso da Biblioteca Braille Elmo Luz, no Distrito Federal, que é especializada em atender pessoas cegas e com baixa visão que precisam estudar para vestibular e concursos públicos.

Além de materiais específicos, há uma série de atividades de voluntariado que potencializam o aprendizado e a inclusão.

Braile feito em casa

A estudante de engenharia Bruna da Silva Cruz, de 19 anos, foi premiada por inventar uma impressora capaz de reproduzir textos em braile. A máquina Fast Braille imprime palavras ou textos que o usuário dite e digite pelo computador ou pelo celular.

A invenção da jovem de Nova Hamburgo, no Rio Grande do Sul, conquistou o segundo lugar no Prêmio Jovem Cientista 2019, que reconhece pesquisas científicas desenvolvidas por alunos de escolas do ensino médio e da educação profissional de nível técnico.

Baralho acessível

Na mais recente edição do Dia dos Voluntários, colaboradores voluntários do Grupo Telefônica se engajaram em confeccionar baralhos adaptados para pessoas com deficiência visual. A ideia é simples, mas garante acessibilidade a uma das melhores formas de entretenimento coletivo.

As cartas do baralho adaptado têm furos específicos que representam os naipes e os números. Por exemplo, a carta de número 10 do naipe ouro tem 10 furos no centro e um no canto superior. Já a carta 10 de copas, tem 10 furos no centro e dois no canto superior. Os baralhos prontos foram entregues à Sociedade de Assistência aos Cegos, em Fortaleza (CE), mas a ideia pode ser facilmente reproduzida.

#PraCegoVer

Você já deve ter notado a hashtag cada vez mais usada nas redes sociais, mas talvez não saiba que ela nasceu de uma campanha de conscientização da educadora baiana Patrícia Silva de Jesus, especialista em acessibilidade para pessoas com deficiência visual.

O movimento #PraCegoVer chama a atenção dos usuários, pessoas ou marcas para que postem imagens com legendas que descrevam em detalhes tudo o que é identificado visualmente. Com aplicativos de áudios específicos, a legenda é lida para pessoas com deficiência visual, melhorando o uso das redes sociais.

Além de beneficiar cegos e pessoas com baixa visão, a descrição da imagem também facilita a compreensão por pessoas com dislexia, deficiência intelectual ou déficit de atenção.

5 iniciativas para a inclusão de pessoas com deficiência visual
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