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Persistência, estudo e inovação valem mais do que uma grande ideia, dizem especialistas

Mulher negra sentada de frente, loira de lado e uma pessoa de costas conversam

Aos 16 anos, o paulistano Kauê Russo abriu seu primeiro negócio, que quebrou e um ano por falta de planejamento financeiro. Aos 18, montou uma nova empresa, fechada pouco depois por falta de estratégia. Hoje, aos 25, é dono de uma agência de marketing, uma startup de imóveis de leilão e está prestes a abrir um mercado especializado em vender produtos próximos ao vencimento a preços vantajosos.

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Foto de Kauê Russo, com suspensório, cavanhaque e bigode com pontas viradas pra cima

Kauê Russo, que vendeu uma guitarra e uma camiseta para abrir sua agência

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Kauê faz parte de um grupo de jovens que cada vez mais cedo vislumbra comandar o próprio negócio. Isso se reflete na sala de aula da professora Letícia Menegon, coordenadora do centro de empreendedorismo da ESPM-SP. Ela conta que, há dez anos, quando perguntava aos alunos quem pretendia empreender, ninguém se manifestava. Hoje o cenário é diferente.

“Na semana passada repeti a pergunta e 40% dos meus alunos levantaram a mão. Isso é reflexo de uma geração que não aceita mais o padrão formal das empresas. Eles buscam flexibilidade e não gostam da organização hierárquica do trabalho”, analisa.

Um país de empreendedores

Mesmo com um panorama político e econômico instável, o empreendedorismo está em alta no Brasil. Pesquisa realizada pela startup norte-americana Expert Market, em 2017, mostra que o Brasil ficou em 5º no ranking com mais pessoas dispostas a empreender, em um ranking com 15 países.

E com mais gente empreendendo, as perspectivas também melhoram, como mostrou o Perfil do Jovem Empreendedor Brasileiro, realizado em 2016 pela Confederação dos Jovens Empreendedores (Conaje).

A pesquisa, realizada com cinco mil pessoas de 18 a 39 anos de todo o Brasil, apontou que não só os jovens estão empreendendo mais e cada vez mais cedo, como também suas empresas estão mais duradouras e estáveis: 49% de quem respondeu declaram ter um negócio há pelo menos cinco anos.

Para quem tem o sonho de começar a empreender desde cedo, saiba que não é preciso esperar pelo momento ideal ou por aquela grande ideia. O primeiro passo é simplesmente começar. E para isso reunimos algumas dicas:

1. Encontre sua real motivação
Sua vontade é ganhar dinheiro ou trabalhar menos? Não se iluda: na prática, o empreendedor vai trabalhar mais do que um funcionário comum e pode levar algum tempo para ter retorno.

“Só para pagar pelo o que investiu são pelo menos seis meses. Para começar a ter lucro, de um ano e meio a três”, explica Augusto Aielo, vice-institucional do Fórum de Jovens Empreendedores (FJE) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O segredo é encontrar aquilo pelo que você tem paixão, e fazer disso sua motivação.

2. Não espere pela grande ideia
Vale mais um empreendedor na mão do que uma ideia de um milhão de dólares voando.

Um bom ponto de partida é pensar no que ninguém está fazendo ainda, mesmo que o negócio em si não seja novo. “Se você muda a forma de abordar o cliente, inova nos processos ou cria novas experiências, vai longe”, diz a especialista da ESPM.

3. Dinheiro para que?
Seis de cada dez jovens empreendedores não buscaram nenhum investimento inicial para abrir suas empresas, diz a pesquisa do Conaje. De acordo com o levantamento, isso se deve ao fato de a maioria dos novos negócios ser do setor de serviços, que, em geral, demanda um capital inicial menor. “Montei minha agência com R$ 700, uma blusa que troquei por um computador e uma guitarra que troquei por mesas”, relembra Kauê Russo.

4. Arregace as mangas
Como é o mercado? Quem é o público-alvo, do que ele precisa e como se comporta? Para encontrar essas e outras respostas é preciso muito estudo e planejamento. Conversar com quem trabalha no ramo e com outros jovens empreendedores é fundamental. Inclusive com quem já quebrou, para aprender com os erros dos outros.

5. Busque mentores
Eles são um ponto de apoio importante. Vale, inclusive, alguém da sua família. “Essa pessoa vai olhar de fora e apontar caminhos que não conseguimos enxergar quando estamos muito apaixonados pelo negócio”, indica Russo. Endeavor, Cubo, Google e incubadoras de startups costumam ter boas oportunidades de mentoria.

6. Persistência
É preciso ter preparo psicológico para seguir o caminho do próprio negócio. Você vai ouvir muitos ‘nãos’, encontrar portas fechadas, ter que lidar com a burocracia brasileira e impostos de desanimar. “A grande característica do empreendedor é a resiliência. A gente vive de mudar, errar, quebrar e aprender”, explica Augusto.

6 dicas para começar a empreender desde cedo
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