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Especialistas defendem moderação nos passatempos digitais e maior convívio de pais e filhos nessa época

Cinco crianças brincam escrevendo com giz sobre lousa que está em cima de mesa

Especialistas defendem moderação nos passatempos digitais e maior convívio de pais e filhos nessa época 

A chegada das férias escolares muitas vezes traz dúvidas aos pais sobre como administrar o tempo livre dos filhos, especialmente em relação às horas gastas diante das telas dos dispositivos digitais. Por isso, de acordo com especialistas, é fundamental que a família saiba realizar um equilíbrio entre atividades online e offline com os pequenos.

Em seu Manual de Orientação de Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aponta aspectos negativos do uso excessivo de tecnologia, como dificuldades de socialização, aumento da ansiedade, transtornos do sono e alimentação, sedentarismo, entre outros. Por isso, incentiva uma maior convivência entre pais e filhos longe do mundo online, especialmente na época das férias.

“Planejar as refeições sem qualquer uso de equipamentos à mesa. Planejar atividades de finais de semana ou férias fora e longe do wifi ou de computadores e celulares. Limitar o tempo de uso para 1 ou 2 horas/dia para todos”. Essas são algumas das dicas para escapar do exagero digital.

Entretanto, os especialistas admitem que o uso da tecnologia pelas crianças no cotidiano é um fato que não pode ser ignorado, inclusive nas férias. A recomendação, então, é que os pais atuem sempre como mediadores da interação dos filhos com os conteúdos digitais.

“O uso da tecnologia não pode ser passivo para a criança. Deve envolver uma supervisão e, principalmente, uma elaboração por parte do adulto. Assim a criança poder verbalizar o que está assistindo, dialogar”, explica Telma Pantano, fonoaudióloga, psicopedagoga da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora de cursos de neurociências e neuroeducação pelo Cefac-SP.

“É sempre necessária a supervisão dos pais, não só do tempo que a criança fica online, mas também do conteúdo que acessa”, acrescenta a pediatra Adriana Auzier Loureiro, do Departamento de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Há iniciativas que buscam fazer a mediação do mundo digital para o real. Um exemplo é o E-book Abrinq “Brincar Juntos”. Disponível gratuitamente para download, ele apresenta ideias para a construção de brinquedos e para uma convivência divertida entre pais e filhos.Já o site Massacuca retrata experiências de duas mães na interação com seus filhos, compartilhando brincadeiras e atividades que podem ser replicadas por outras famílias.

Pensando a programação

Um obstáculo com o qual alguns pais podem se deparar é o fato de suas férias do trabalho, não raras vezes, durarem menos que as dos filhos. Nessas situações, o planejamento das atividades se torna ainda mais importante, especialmente em relação ao uso da tecnologia.

“Se a criança vai para a casa da avó assistir um vídeo, depois os pais podem conversar com o filho sobre o conteúdo”, exemplifica a psicopedagoga Telma Pantano.

Para os pais que não conseguem compatibilizar o trabalho com o recesso escolar dos filhos existem ainda alternativas como colônias de férias – desde que privilegiem o lado lúdico do período. “Criança precisa ter tempo de ócio, de descanso, de só brincar. Esse tipo de local estimula a criança a fazer novas amizades, a respeitar os colegas, a ganhar e perder, a aceitar o outro. As brincadeiras ajudam na socialização”, afirma a pediatra Adriana Auzier Loureiro.

A psicopedagoga Telma Pantano observa que as atividades coletivas, em momentos de descontração, também contribuem para o desenvolvimento cognitivo das crianças. “O importante é que vida não seja dividida entre escola e um período de férias de inatividade cognitiva. O contato social também é uma estimulação muito grande dentro do equilíbrio entre cognição e atividades criativas, físicas”, explica.

O exemplo dos pais

Para os momentos em que os pais estiverem na companhia dos filhos, a sugestão das especialistas é que aproveitem para brincar juntos ao máximo – inclusive, existem espaços especificamente voltados para isso, como, por exemplo, os Sescs, espalhados pelo Brasil todo.

“O exemplo é essencial. Pais que podem brincar com os filhos geram um grande benefício às crianças”, aponta Adriana Auzier Loureiro, mencionando a autoestima como um dos ganhos desse convívio para a criança.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que os adultos limitem o próprio tempo de trabalho no computador quando estiverem em casa, abrindo espaço para dar atenção aos filhos.

Férias escolares: como equilibrar atividades online e off-line
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