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Documentário de EMEF de Viamão (RS) foi lançado para comunidade escolar antes de exibição no Canal Futura

Crianças uniformizadas sentadas batem palmas

Documentário de EMEF da cidade foi lançado para comunidade escolar antes de exibição no Canal Futura

Eles esticavam os pescoços curtos para ver o filme que corria na tela. Alguns ainda não tinham um metro de altura, mas eram gigantes em sua curiosidade. Traziam pelas mãos pais, mães e avós, empolgados em mostrar para a família o vídeo sobre sua escola. Na pré-estreia do episódio da série Janelas de Inovação sobre a EMEF Zeferino Lopes de Castro, em Viamão (RS), a plateia era composta pelos protagonistas não somente do filme, mas também do cotidiano da escola. São os alunos, com sua vontade de aprender e criatividade, os grandes responsáveis pelo reconhecimento e sucesso da inovadora metodologia adotada.

O evento aconteceu dia 18 de maio, na TECNOPUC, parque científico da PUC-RS. A série Janelas de Inovação, realizada em parceria entre a Fundação Telefônica Vivo e o Canal Futura, consiste em 40 episódios com histórias inspiradoras de educação inovadora Brasil afora, contadas, por meio de documentários, por jovens e alunos que as vivem diariamente.

Localizada em uma cidade com 80% do seu território rural, a escola Zeferino Lopes de Castro adota uma metodologia de aprendizagem por projetos, agrupando alunos multisseriados por interesses e afinidades. Ela prioriza a conexão com a comunidade onde está inserida e o uso de ferramentas digitais para potencializar o aprendizado.

Além de crianças animadas e pais orgulhosos, foram convidados para a pré-estreia o presidente da Fundação Telefônica Vivo, Americo Mattar, o secretário de educação de Viamão, Carlos Bennech, a diretora e produtora Helena Poetini, e Helena Singer, consultora do Centro de Referências Em Educação Integral.

Na abertura, Americo pediu palmas à comunidade escolar, por seu trabalho e persistência em criar uma nova pedagogia: “A Fundação Telefônica Vivo tem um compromisso com a educação há quase 16 anos. Nossa maior alegria é quando acontece a institucionalização da inovação. O poder público assumindo o projeto e alargando sua escala”.

A EMEF Zeferino Lopes Castro é uma das seis escolas apoiadas pela Fundação Telefônica Vivo no Programa Inova Escola. Em 2013, ela recebeu seus primeiros computadores, o que afetou profundamente um programa pedagógico até então tradicional.

Veja imagens da pré-estreia do episódio em Viamão (RS):

A inserção de conexão, tablets e notebooks no cotidiano de alunos do ensino fundamental alterou a maneira como eles se relacionavam com o conteúdo e potencializou a adoção do sistema de aprendizado por projetos: a partir de uma pergunta-problema, crianças e jovens de diferentes idades se unem em grupos para criar projetos em reposta às suas dúvidas. A aprendizagem por projeto acontece durante alguns dias da semana, paralelamente à grade curricular tradicional.

Para falar sobre a potência da metodologia, ninguém melhor que quem a experimenta ou experimentou na pele. Os ex-alunos Letícia Sanhudo e Victor Matheus Iansen, além da pequena Vitória do Nascimento, estudante do ensino infantil, compuseram a mesa de debate junto com a diretora Rosa Stalivieri e Helena Singer.

A consultora, que visitou a escola no mesmo dia, falou que um dos indicadores do potencial inovador pôde ser percebido no instante em que atravessou a soleira das salas de aula. “Um local onde se está aprendendo tem conversa, barulho e motivação. Vendo os alunos contando animados sobre seus projetos, sobre o que sabem e também o que não sabem, é fácil perceber que o aprendizado está acontecendo”.

Letícia se lembra da desconfiança que sentiu quando a escola começou a metodologia por projeto. Ela estava na sétima série, e até então, aprendia tradicionalmente. “Parecia que não ia render muito, que eu ia deixar de aprender muita coisa. Hoje, já no ensino médio, percebo que os projetos desenvolvidos ajudaram a orientar a escolha da minha futura carreira”. Letícia encabeçou um projeto de marcação do gado com uso de QR Code, e enquanto se prepara para prestar vestibular para Veterinária, se depara constantemente com competências a que teve acesso enquanto cursava o ensino fundamental.

Já Victor sentiu que os projetos o incentivaram em uma área sempre nebulosa: a de se apresentar e expressar suas ideias em público. Ao fim de cada rodada de projetos, com duração de um trimestre, os alunos da Zeferino têm que apresentar o que aprenderam diante de professores, alunos e pais. “Sempre falei com timidez, e depois dos projetos, melhorei minha relação com as pessoas”, relata. Com 18 anos, ele se lembra com orgulho e afeto do projeto de coxos automáticos em estábulos de animais como o gado de corte ou cavalos que criou. “Fiz esse projeto querendo melhorar a vida dos animais e também me preparar para meu futuro profissional”.

Enquanto Vitória explicava porque escolheu descobrir como os pinguins andam no gelo ou porque as tartarugas engolem lixo, Helena Singer falou sobre a grande potencial de inspiração que a Zeferino demonstra. Na sua visão, quando alunos criam projetos em cima de dúvidas e problemas palpáveis, eles já estão em processo de inovação, porque ela só pode nascer de maneira genuína ante uma dificuldade.

“Podemos nos inspirar, mas o bacana de conhecermos as escolas da série Janelas de Inovação é perceber que não há modelos prontos e nem casos a serem replicados. Cada escola tem que se encontrar, se relacionar com sua comunidade, e crescer a partir de problemáticas locais”, concluiu.

A série Janelas da Inovação vai ao ar toda quinta-feira no Canal Futura, às 22h, e os documentários já exibidos estão disponíveis no site da Fundação Telefônica Vivo. O episódio sobre a escola Zeferino Lopes de Castro será apresentado no dia 25 de maio.

Fundação Telefônica Vivo faz pré-estreia de episódio do Janelas de Inovação em Viamão (RS)
Fundação Telefônica Vivo faz pré-estreia de episódio do Janelas de Inovação em Viamão (RS)