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Potencializados pelo isolamento social, os índices de violência doméstica aumentam e mostram a importância de estratégias de prevenção, proteção e acolhimento de mulheres em risco

#Educação#Educadores

A imagem mostra o rosto de uma mulher em destaque com o rosto marcado pelo desenho de uma mão feito com tinta vermelha

No mesmo ano em que a Lei Maria da Penha (lei 11.340/06) comemora 14 anos de garantia dos direitos das mulheres, o Brasil se vê diante de um aumento nos índices da violência contra a mulher.
Potencializado pelo isolamento social, causado pela pandemia do coronavírus, o contato com o agressor é frequente e inevitável. Mulheres que sofrem violência doméstica passaram a estar mais vulneráveis e ainda mais distantes da possibilidade de denunciar.

Como consequência das violações — que podem ser físicas, psicológicas e/ou sexuais — outras áreas da vida passam a ser afetadas, como a vida profissional. De acordo com o Instituto Maria da Penha, muitas mulheres apresentam dificuldades de se manter no mercado de trabalho ou o deixam por influência dos parceiros.

Já a pesquisa realizada pela Gênero e Número e pela Sempreviva Organização Feminista, intitulada Sem Parar: a vida e o trabalho das mulheres na pandemia”, revela que 91% das mulheres brasileiras notaram aumento dos casos de violência doméstica entre as colegas. Outro recorte importante mostrado pelo levantamento, é que 61% das mulheres que disseram sofrer violência são negras.

Qual é o papel das empresas na garantia dos direitos das mulheres?

Considerando a complexidade deste cenário e a dificuldade em registrar dados precisos, devido a subnotificação de casos, a sociedade civil ocupa um papel central na garantia de direitos básicos para as mulheres, a começar pela igualdade de oportunidades.

Um estudo publicado pela Trust Barometer, da Edelman, mostra que as pessoas tem depositado cada vez mais confiança nas ações de empresas: 73% acreditam que as empresas são essenciais para liderar mudanças significativas na sociedade.

O tema já era considerado prioritário pela Vivo e em 2018, a empresa lançou o Programa Vivo Diversidade, pautado nos pilares de Gênero, LGBTI+, Raça e Pessoas com Deficiência, para assegurar uma cultura mais inclusiva e um ambiente mais diverso e representativo. Além de colocar em prática ações afirmativas, a instituição criou a jornada Vivo Diversidade, com 12 temas que serão discutidos nos próximos meses com toda a empresa. Cada assunto será acompanhado do lançamento de uma nova política ou benefício e outubro foi o mês escolhido para falar sobre violência contra a mulher.

Para ampliar o alcance do programa, a Vivo se juntou à Coalizão Empresarial pelo Fim da Violência de Mulheres e Meninas, iniciativa idealizada pelo Instituto Avon em 2019, com apoio da ONU Mulheres e da Fundação Dom Cabral. A proposta é engajar mais de 100 empresas do setor privado no combate à violência contra as mulheres por meio de ações estruturadas dentro e fora do ambiente de trabalho.

A adesão é uma das iniciativas focadas no pilar gênero, da jornada Vivo Diversidade, que tem o intuito de fortalecer um ambiente seguro com ferramentas e processos capazes de acolher e apoiar as mulheres. A companhia também lança uma série de conteúdos #saidomudo em suas redes sociais, para que as mulheres se sintam dentro de um espaço confiável para expressar posicionamentos e opiniões, contando com a participação dos homens no diálogo.

“Queremos estimular um ambiente seguro para que nossas colaboradoras se sintam dentro de um espaço confiável para expressar posicionamentos e opiniões. E, ainda, conscientizar as pessoas para que espalhem esse respeito às mulheres dentro e fora do ambiente corporativo”, destaca Niva Ribeiro, VP de Pessoas da Vivo.

A companhia também distribuiu uma cartilha de acolhimento para todos os gestores com orientações sobre como acolher possíveis denúncias e dicas para perceber os sinais de que alguma colaboradora possa estar sendo vítima de violência, além de reforçar o canal interno Conte Comigo, que disponibiliza atendimento psicológico, social, psicopedagógico, jurídico e financeiro, através de parceiro especializado em saúde emocional corporativa.

Além da Vivo, conheça outros projetos de combate à violência contra a mulher feitos por diversas organizações.

Mapa do Acolhimento

Mais de 2,5 mil voluntárias atuam em 900 cidades brasileiras para manter a plataforma Mapa do Acolhimento em funcionamento. A ideia é conectar mulheres que sofrem ou sofreram violência de gênero a uma rede de psicólogas e advogadas dispostas a ajudá-las de forma voluntária e gratuita. O primeiro passo para se cadastrar é ter mais de 18 anos, ter passado por uma experiência de violência física ou psicológica, e ser uma mulher cis, trans ou homem trans. A partir de então, a equipe do Mapa analisa a ficha cadastral e encontra a voluntária mais próxima para prestar atendimento personalizado e humanizado. Lembrando que a rede cobre território nacional. Saiba mais no site.

Chatbot

Um dos maiores desafios enfrentados por uma mulher que sofre violência dentro de casa é conseguir receber informações e registrar denúncias sem o conhecimento do agressor. Pensando nisso, uma iniciativa que reuniu as empresas Uber, Instituto Avon e Wieden+Kennedy, desenvolveu uma assistente virtual que pode ser adicionada à lista de contatos sem levantar suspeitas. Basta registrar o número (11) 94494-2415, e iniciar uma conversa com a Chatbot, que fará algumas perguntas para identificar o risco e personalizar a informação e o suporte adequado para cada caso. Na necessidade de ir até uma instituição como delegacia ou centro de atendimento, a solicitante receberá um código promocional da Uber para se deslocar gratuitamente.

Programa M

Além das ações de proteção, há também uma série de projetos que trabalham com a prevenção da violência contra mulheres e meninas, entendendo que a mudança estrutural das comunidades em que vivem é a chave para diminuir a incidência de casos. Essa é a proposta do Programa M, idealizado pelo Promundo, que adapta através de pesquisas qualitativas locais, atividades voltadas para jovens mulheres na faixa etária de 14 a 24 anos. Testado em mais de 20 países, o programa oferece oficinas e metodologias ativas em escolas e instituições comunitárias para promover a sensibilização de mulheres sobre desigualdades de gênero, saúde sexual, mental e reprodutiva.

Rede DIVAM

O Divam é um coletivo de psicanalistas feministas que focam no acolhimento e se comprometem em democratizar o acesso à saúde mental para mulheres. Por entender que a violência contra a mulher é naturalizada na configuração da sociedade brasileira, a rede, que já existe há três anos em São Paulo, decidiu disponibilizar os atendimentos para outros grupos de mulheres por um valor abaixo da média do mercado, tornando possível proporcionar tratamento gratuito para àquelas que não tem condições de pagar. Além do acompanhamento psicológico, o Divam promove rodas de conversa, oficinas de capacitação e outras ações em parceria com instituições voltadas para os direitos das mulheres. Acesse a página do projeto no Facebok e saiba mais.

Conexões que Salvam

Em um mundo cada vez mais conectado, é preciso olhar para a internet como uma extensão da esfera pública e, portanto, um local que reflete os preconceitos e os padrões da sociedade. Preocupado com a violência contra a mulher no universo digital, o site Conexões que Salvam reúne informações, recomendações e locais onde buscar ajuda caso vítimas em potencial sofram algum tipo de violação na internet. O objetivo é saber identificar os tipos de violência nesse ambiente e os próximos passos para bloquear o agressor, registrar denúncias e boletins de ocorrência. Conheça mais sobre a iniciativa!

Iniciativas de governos

Além dos canais de denúncia especializados em violação contra os direitos humanos (Disque 100) e da mulher (Ligue 180), há iniciativas ao redor do Brasil que preparam-se para ações locais. Seis projetos da polícia concorreram, no fim de 2019, ao Selo de Práticas Inovadoras de Enfrentamento à Violência Contra Meninas e Mulheres, premiação lançada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em parceria com o Instituto Avon. Aplicativos como o SOS Mulher, do governo do estado da Paraíba e também de São Paulo, o Salve Maria, do Piauí, e iniciativas como Casa da Mulher Brasileira, do governo federal, se propõem a oferecer mecanismos de denúncia rápida, proteção e acolhimento para mulheres em situação de violência

Iniciativas da sociedade civil organizam estratégias de combate à violência contra a mulher
Iniciativas da sociedade civil organizam estratégias de combate à violência contra a mulher