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Professores da Rede Pense Grande participaram de uma série de atividades para aprofundar conhecimentos e trocar experiências

#Educadores#PenseGrande

A imagem mostra o print de uma tela de computador com a imagem de várias pessoas em uma videoconferência

A Jornada de Aprendizagem Ativa da Rede de Multiplicadores da Metodologia Pense Grande ofereceu, ao longo de quatro dias em outubro, cinco oficinas remotas para cerca de 50 educadores com o objetivo de aprofundar conhecimentos sobre metodologias ativas, cultura maker, gamificação, finanças pessoais e até mesmo saúde mental.

metodologia Pense Grande, programa de apoio ao empreendedorismo social da Fundação Telefônica Vivo, é aplicada na formação de multiplicadores de seis polos ao redor do Brasil: Baixada Santista, Minas Gerais, Sergipe, Bahia, Etecs e ONGs da capital paulista, tendo a organização Atados como o parceiro executor do projeto.

Durante a Jornada, além de entrarem em contato com ferramentas para aprimorar competências e habilidades previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) junto aos estudantes, os professores também puderam “compartilhar sucessos e desabafar problemas”, detalha a professora multiplicadora e empreendedora Fátima Mazzo.

A importância de conhecer o aluno 

“Mais do que uma técnica ou abordagem, as metodologias ativas significam criar um espaço para que as pessoas envolvidas naquele processo de aprendizagem consigam ser responsáveis por ele”, detalha Sophia Leal, sócia-fundadora da Numi Educação.

Sophia e a sua sócia Amanda Lopes foram as responsáveis pela facilitação da primeira oficina da Jornada. A partir das principais dificuldades dos educadores – falta de engajamento dos alunos, busca constante por criatividade, falta de recursos, uso da tecnologia, elas dividiram os participantes em cinco grupos para que encontrassem soluções aplicáveis às suas práticas pedagógicas diárias.

Eles trabalharam com a ferramenta Mapa da Empatia, para criar a persona dos alunos e entender os sentimentos e necessidades deles, além de passarem por diversas metodologias ativas como estruturas libertadoras, design thinking, aprendizagem em pares e modelo de rotação por estações.

“Não podemos perder o nosso tempo criando uma experiência que não tem nada a ver com o aluno. Eles não vão viver algo que não se encaixa na realidade deles”, explica Sophia. “E o mais legal das metodologias ativas é que são todas adaptáveis. A dificuldade não está no que ainda não se sabe, mas nas histórias limitantes que criamos na hora de ser criativo”.

Uma das maiores dificuldades apontadas é a motivação dos alunos dentro do processo ensino-aprendizagem. “Dentro de casa os alunos mal conseguem se concentrar para realizar as atividades, pois as distrações são muitas: problemas com dispositivos tecnológicos, falha na conexão, doença na família”, conta a multiplicadora Fátima, que ministra aulas na área de gestão, marketing e contabilidade.

 

Cultura maker na prática 

Mônica Mandaji, que é educadora e presidente do Instituto Conhecimento para Todos (IK4T), conduziu a oficina sobre Cultura Maker. Os participantes confeccionaram (cada um na sua casa) uma cápsula do tempo para guardar por escrito diversos conteúdos como uma manchete otimista que gostariam de ver ao final da pandemia ou eventos especiais que aconteceram na quarentena. O intuito é abrirem a cápsula para ler somente no retorno do primeiro dia de aula presencial.

“Esse tipo de atividade, como propõe a cultura maker, também trabalha aspectos emocionais. Desenvolve a nossa habilidade criativa de ver novos usos para o que seria levado ao lixo, estimula a reciclagem e até o consumo consciente”, defende Fátima.

Amilca Fernandes, professora de língua portuguesa em Salvador (BA), conta que sempre trabalhou, mesmo sem saber, com a cultura maker e gamificação. “Como o mundo gira depressa, se o professor não acompanha, fica fora do contexto. Adoro essa movimentação”, conta.

“Nas minhas aulas fazemos tempestade de ideias, levantamos problemas e eu oriento os estudantes para que pensem numa possível forma de solucionar ou colaborar com outras pessoas da comunidade”, continua o educador.

Ele relembrou um projeto de 2019 feito com estudantes do 1 o ano do Ensino Médio em que usaram práticas da cultura maker para abordar a temática Depressão na Adolescência. “Fomos pesquisar juntos, desenvolvemos habilidades juntos”. O resultado se materializou em um blog chamado Depressão na Adolescência e em um projeto na 8a Feira de Ciências do Estado da Bahia.

“As dificuldades atingiram o Brasil inteiro” 

De acordo com a pesquisa “Sentimentos e Percepção dos Professores Brasileiros nos Diferentes Estágios do Coronavírus no Brasil”, do Instituto Península, os educadores do país se sentem ansiosos na maior parte do tempo.

Isso mostra a urgência em se debater temas como saúde mental, que também teve espaço na Jornada de Aprendizagem Ativa, em oficina conduzida por Renata Borges, professora no Centro Paula Souza e sócia diretora do Desperte Consultoria e Coaching.

Educadores de diversas cidades brasileiras compartilharam as mesmas dificuldades em relação à sobrecarga do trabalho, os obstáculos de impor limites entre o trabalho e a vida pessoal, além da angústia causada pela pandemia. Mesmo com contratempos vividos durante o período de isolamento, é possível olhar a experiência com generosidade e otimismo. Há também novos aprendizados surgidos desse período.

“Em todas as aulas eu aplico as técnicas aprendidas do Pense Grande”, afirma a professora Fátima. “Consigo utilizar técnicas de ensino híbrido, ferramentas de perguntas e resultados,  como o Mentimeter, que promove uma interação maior da turma com o professor, além do Padlet para montar mural de ideias”, conclui.

Jornada de Aprendizagem Ativa oferece oficinas temáticas a distância para educadores
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