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O evento virtual HackaTrouble durou 48 horas, uniu diversos profissionais ligados à tecnologia e elegeu 12 projetos vencedores para atenuar os efeitos da pandemia

A imagem mostra o site do evento HackaTrouble, que uniu diversos profissionais em 48 horas de programação, em destaque na tela de um notebook.

Uma maratona virtual para desenvolver soluções tecnológicas para o enfrentamento de desafios impostos pela pandemia do coronavírus. Essa foi a proposta do HackaTrouble, organizado pelo Centro Paula Souza (CPS) e parceiros. Foram 48 horas seguidas de programação, debate, trabalho em equipe e muita dedicação dos cerca de 400 participantes, resultando em 12 projetos vencedores.

Divididos em equipes, os desafiantes escolheram entre as áreas de saúde, mobilidade, negócios e causas sociais e usaram a tecnologia para criar produtos e serviços  apresentados por meio de um pitch. O hackathon contou com estudantes e ex-alunos de Escolas Técnicas (ETECs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs), instituições parceiras, além de educadores, programadores, desenvolvedores, empreendedores e designers.

Antonio Celso Duarte, professor de Inovação no Centro Paula Souza e moderador do evento, relata que tudo foi planejado em 18 dias e que o evento, totalmente online, despertou muito interesse. “Os protagonistas não foram aqueles que incentivaram ou apoiaram, mas sim os participantes. Agora os vencedores estarão no radar de muitas pessoas!”, afirmou durante o encerramento do HackaTrouble.

Foram registradas de 600 a 700 pessoas logadas simultaneamente na transmissão via redes sociais e, devido à grande procura,  a organização estabeleceu uma fila de espera com a participação máxima de até 100 equipes, formadas por três a cinco integrantes.

Todos receberam tutoria e mentoria de mais de 100 profissionais do mercado, especialistas e professores que atuam como agentes regionais da Assessoria de Inovação do Centro Paula Souza (Inova CPS).

Diretora-superintendente do Centro Paula Souza, Laura Laganá, exalta que o evento consolida o posicionamento da instituição de ensino com ações inovadoras, ainda mais ao contribuir para a redução de toda a angústia que a pandemia causa.

“Em um processo de isolamento me perguntei se teríamos as adesões necessárias. Mas foi impressionante a participação das equipes! Estão de parabéns e trouxeram alegria e entusiasmo. É importante apoiarmos a formação de profissionais para que desenvolvam habilidades socioemocionais de liderança, trabalho em equipe e solidariedade. Desejo muito sucesso a todos!”, resumiu sobre a importância da maratona tecnológica.

Os primeiros colocados ganharam visitas técnicas a centros de inovação de patrocinadores do evento, além de um convite para dar continuidade a seus projetos com auxílio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Para além das premiações, todos saíram ganhando com o processo de aprendizagem.

“Na minha opinião, foi algo histórico, pois não me recordo de um hackathon ter sido gerado em tão pouco tempo, com tanta gente boa e por um motivo tão nobre. Muitos aprenderam em horas conceitos de AWS que levariam dias para serem aprendidos.Tenho certeza que as amizades e a união que isso causou em prol de algo desse porte, vão continuar”, deseja Glauber Galego, gerente de Arquitetura de Soluções da AWS Amazon.

Soluções para combater a pandemia

Uma questão de propósito. Assim João Marcos Gonçalves Barbosa descreve Health2Share, projeto que liderou e visa contribuir para que idosos possam ficar em casa. Ex-aluno do Instituto Federal do Espírito Santo, onde teve contato com o ensino da  programação, hoje atua na área de publicidade com foco em marketing digital.

O aplicativo foi inspirado em gigantes tecnológicos, que conectam pessoas a motoristas ou a restaurantes. A ideia é conectar voluntários que possam prestar serviços a essa faixa mais vulnerável da população.

“Vamos pegar dois lados dessa quarentena: pessoas que realmente precisam e quem está disposto a ajudar. O idoso tem necessidades mais latentes, forma um grupo de risco. É uma forma de retribuí-los como sociedade, devolver o que eles já fizeram por nós”, conta João. “O evento desperta o melhor nas pessoas e é muito gratificante ser reconhecido por ter desenvolvido um bom projeto!”.

A relação com a programação não era pré-requisito do HackaTrouble. Leandra Iria de Mattos, ex-aluna da Etec Trajano Camargo, de Limeira (SP), por exemplo, não tinha experiência prévia: “brinco que acabei caindo de paraquedas! Me formei em Eventos e Turismo e hoje sou estudante de Direito, então conhecia o básico do básico dessa parte de programação e tecnologia. Fiquei sabendo por meio de um programa de TV, e aprendi muito com os meninos da minha equipe”.

Líder do projeto Atitude, que propôs uma plataforma para conectar médicos e pacientes, Leandra acredita que se envolver com o desenvolvimento de produtos tecnológicos abre horizontes e que é importante contribuir para o crescimento de mulheres na área.

“Acabei encontrando uma matéria que mostrava como estava sendo um desafio fazer consultas por meio de videochamadas e chat sem nenhum auxílio técnico. A partir daí tivemos a ideia de criar essa ponte para auxiliar médicos e pacientes. Mais do que nunca, a tecnologia está sendo uma aliada, nos possibilitando criar soluções sem sair de casa. Eventos são essenciais para ajudar a diminuir o impacto negativo dessa crise”, opina.

Além da saúde e do viés social, a mobilidade urbana foi outra área de destaque entre as iniciativas vencedoras. O VádeBus propõe a venda antecipada de passagens para organizar o fluxo e a lotação de ônibus com auxílio do QR Code como meio de pagamento.

Victor Henrique Vicaria Brilhante se juntou a outros alunos da ETEC de Mauá (SP) motivado a fazer a diferença neste momento de combate à Covid-19. O líder do projeto explica que o grupo tentou olhar para um problema que já existe, mas que se agrava devido o vírus ser facilmente espalhado em meio a aglomerações.

“Partimos para o eixo de mobilidade por ser um setor utilizado pela maioria da população e a superlotação é um de seus problemas. O sistema de logística organiza o fluxo de passageiros e verificar as áreas com mais demanda de ônibus”, reforça o estudante de informática, que acredita no poder da pluralidade de ideias.

“O fato de que várias pessoas pensarem sobre soluções diferentes para um problema faz com que as chances dele ser resolvido aumentem. Além de estimular a criatividade, este tipo de evento incentiva a inovação na sociedade”, afirma Victor.

Conheça os 12 projetos vencedores do evento

Categoria Saúde

Atitude – programa de atendimento online para auxiliar médicos e pacientes durante a pandemia, evitando o contato físico e a propagação do vírus.

E-Atenção – plataforma para conectar profissionais de saúde a pacientes por meio de videoconferências para avaliação de sintomas ou acompanhamento de rotina.

MED Ctrl – sistema de gestão de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), suprimentos e outros recursos hospitalares essenciais à prevenção da Covid-19.


Categoria Mobilidade

VádeBus – solução usa QR Code para organizar o fluxo de passageiros de ônibus por meio de um aplicativo em que o usuário agenda e paga a passagem previamente.

Kolibri – plataforma digital que conecta compradores e vendedores de EPIs de todo o País a transportadores de carga aérea, visando a utilização de aeronaves ociosas.

DuzzClean – o sistema informa ao usuário a periodicidade em que o ambiente interno do carro está sendo higienizado por motoristas de táxis e aplicativos.


Categoria Negócios

Mercado Futuro – plataforma que disponibiliza acesso rápido a crédito para pequenos negócios por intermédio da venda de vouchers pré-pagos aos consumidores.

Lavora – sistema que distribui conforme à capacidade dos microempreendedores individuais (MEIs) a demanda por Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Feirinha Online – plataforma simula uma feira de bairro criando lojas online para conectar consumidores ao comércio local e evitar grandes deslocamentos.


Categoria Social

Health2Share – solução auxilia idosos a ficarem em casa ao fornecer serviços gratuitos por meio de apoiadores voluntários.

RoçaEats – facilita a comunicação entre produtores rurais, instituições e líderes comunitários para direcionar excedentes agrícolas para doação e combate à fome.

Letters2Tomorrow – plataforma virtual de fácil uso se propõe a resgatar o costume de enviar e receber cartas para entreter os idosos durante o isolamento social.

Maratona virtual usa programação e trabalho em equipe para combater coronavírus
Maratona virtual usa programação e trabalho em equipe para combater coronavírus