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A mais recente edição da pesquisa Juventudes e Conexões mostra a importância destes três fatores na hora de abrir um negócio

Empreender

não é fazer o que quero sempre, é poder escolher, mesmo fazendo o que não quero, mas sabendo que faz sentido para mim. Em geral, o jovem empreende por necessidade e pela questão de se empoderar”. A frase de um dos jovens consultores da pesquisa Juventudes e Conexões ilustra o que o público pensa sobre empreendedorismo. Entre as principais aspirações estão aliar propósito e meios de ganhar dinheiro, além de ter poder de escolha. E a importância de ter cada vez mais a internet como aliada.

O estudo ouviu mais de 1.400 jovens entre 15 e 29 anos das cinco regiões do país sobre quatro temas: educação, participação social, comportamento e empreendedorismo. Por meio de uma chamada pública, foi reunido um grupo heterogêneo – com variados sotaques, gênero e grau de instrução – de participantes ativos, os quais foram denominados jovens consultores.

De modo geral, foi identificada a necessidade de se ter uma atitude empreendedora para a vida. Independentemente de se abrir um negócio próprio, os jovens acreditam que é preciso olhar para empreendedorismo como um conceito amplo, que demanda o desenvolvimento de competências e habilidades a serem estimulados desde cedo.

Os entrevistados também manifestaram uma intensa vontade de conciliar as aspirações profissionais com projetos pessoais. Há também uma tendência em se falar menos em acúmulo de dinheiro e mais em autorrealização, em investir tempo com algo que se tem prazer em realizar. “Ter dinheiro, mas trabalhar 8 horas do dia com o que não se gosta?”, questiona um dos participantes da pesquisa.

A especialista Juliana Wruck, mestre em Ciências da Comunicação com pesquisas voltadas para comunicação, cultura organizacional e relações públicas, explica que é cada vez mais difícil separar o trabalho de outras esferas de nossa vida. Mais do que nunca ele está bastante atrelado à felicidade.

“Por isso não faz mais sentido passar tantas horas e dedicar muito esforço fazendo algo em que não acredita, que não se entende a razão de ser feito, que não nos traz mais alegrias e sensação de realização e satisfação”, enumera.

Empreender, mas com calma

O estudo aponta que 51% dos jovens pesquisados se consideram empreendedores, uma percepção que está em alta e indica que o tema ganha cada vez mais espaço. Alguns dos jovens afirmaram ainda que a atitude empreendedora já é parte de suas vidas.

“A periferia já empreende diariamente, principalmente por não ter acesso a empregos formais. Os jovens não reconhecem que ‘fazer os corres’ se chama empreendedorismo”, disse uma jovem consultora.

Empreendedorismo é…

Entre as definições espontâneas sobre empreendedorismo registradas na pesquisa Juventudes e Conexões, estão:

Ter o próprio negócio;
Ter qualquer iniciativa, mesmo que menos estruturada (vender bolos, artesanato etc.);
Ter uma grande ideia;
Apresentar soluções;
Ajudar outras pessoas ou atuar com viés social.

Se pudessem escolher, 64% dos jovens teriam um negócio próprio, índice que sobe para 75% entre os pesquisados que prefeririam ser dono do seu empreendimento. Imaginando os próximos cinco anos, 21% de todos os entrevistados dizem que é muito provável que abram um negócio nesse período. Em um prazo de 10 anos, o número sobe para 33%.

Os dados demonstram que existe interesse no tema, mas os jovens ainda são cautelosos em relação a tirar a ideia do papel. “Acho que tenho que aprender muita coisa ainda antes de pensar em empreender e ter esse tipo de responsabilidade. Não que seja algo que eu nunca vou querer, mas acho que não agora”, relatou um dos jovens.

O receio também pode ser explicado pelo fato de que 48% dos jovens discordam que são estimulados a se tornar empreendedores.  A escola pode ajudar no processo e estimular alunos em sala de aula, segundo Americo Mattar, diretor-presidente da Fundação Telefônica Vivo. “A escola precisa se modernizar. É importante estimular a sonhar, por meio do empreendedorismo, dos interesses dos jovens”, afirmou durante o lançamento da pesquisa  Juventudes e Conexões 3ª edição.

As vantagens da tecnologia

A internet estimula a colaboração entre empreendedores para 70% dos jovens pesquisados. Além disso, 50% deles acreditam que uma pessoa antenada nas tecnologias terá mais chance de conseguir sucesso como empreendedora. Já 43% dizem que o uso da internet amplia a possibilidade de surgirem negócios de impacto social.

Essa percepção pode ser exemplificada em casos como o Girl Power, uma ferramenta desenvolvida por alunas da ETEC de Hortolândia que um dos projetos de jovens destacados em um Demoday do programa Pense Grande. A proposta é oferecer um dispositivo que alerta uma central sobre atos de violência ou assédio para ajudar mulheres, mapeando pontos de risco e criando espaço para conversas entre as usuárias.

Pense Grande

Pense Grande é um programa voltado para jovens interessados em ampliar suas possibilidades de futuro, a partir do desenvolvimento de empreendimentos sociais. Durante o programa, eles têm a oportunidade de desenvolver eou incubar negócios com soluções que podem melhorar sua vida e a de outras pessoas. Desde 2013, o Pense Grande já esteve em vários estados do país e já envolveu mais de 50 mil jovens, compartilhando uma metodologia que se apoia em três pilares: Empreendedorismo, Tecnologia e Comunidade. Saiba mais!

Sobre a importância das tecnologias digitais, os jovens retrataram como maiores impactos percebidos a possibilidade de constituir redes colaborativas e de conhecimento. Principalmente para negócios que já nascem digitais, uma vez que necessitam de colaboração e escalabilidade para prosperarem.

O estudo Juventudes e Conexões mostrou que 73% dos entrevistados enxergam que a internet estimula a inovação ou a geração de ideias, além de novas soluções; 70% acreditam que ela possibilita a criação de novos serviços/produtos/projetos que não seriam possíveis de outra maneira.

Segundo Juliana Wruck, o avanço da internet e das tecnologias em geral quebram algumas barreiras que o empreendedorismo enfrenta diariamente, especialmente aquelas referente a custos para iniciar os negócios.

“Hoje em dia há empresas que funcionam apenas de maneira virtual, sem precisar de um ponto físico para realizar suas atividades. Ou seja, muitas empresas encontraram no mundo digital uma saída para empreender de forma criativa, honesta e com custos iniciais muito mais baixos do que os que existiam há alguns anos”, exemplifica.

A especialista alerta, no entanto, que a internet por si só não promove milagres. É preciso, segundo Juliana, ter alguns pontos bem definidos antes de dar o importante passo de abrir o próprio negócio. Ter clareza sobre o que se quer realizar e estruturar estratégias e um bom plano de negócios são fundamentais.

“É também preciso entender como a internet funciona hoje e qual o papel que ela assumirá no dia a dia de seu negócio para poder usufruir de forma efetiva e positiva dos benefícios e vantagens que ela proporciona”, conclui Juliana Wruck.

Propósito e internet são importantes na hora de empreender, dizem jovens
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