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Com apoio da Fundação Telefônica Vivo, o programa global irá trabalhar pela inclusão de jovens na capital paulistana, criando oportunidades de trabalho e estudo nas periferias da cidade

#Educação#Parcerias#Projetodevida

Imagem mostra um grupo de cinco jovens em pé, um ao lado do outro. Eles sorriem enquanto posam para a foto

Criar oportunidades econômicas e impactar 100 mil jovens das periferias de São Paulo em um período de dez anos. Esse é objetivo do Global Opportunity Youth Network (GOYN) – programa que está em andamento em outras cinco comunidades ao redor do mundo: Bogotá (Colômbia), eThekwini (África do Sul), Mombasa (Quênia), Pune e Ramgarh (Índia) – , e funciona como uma rede colaborativa unindo empresas e entidades da sociedade civil para realizar mudanças estruturais na sociedade e atuar pela inclusão produtiva de juventudes.

Na capital paulista, a Fundação Telefônica Vivo é uma das parceiras do Instituto Aspen, que conduz o programa globalmente. Ela se junta a outras 85 entidades, como Accenture, Em Movimento, Fundação Arymax, Instituto Coca-Cola, Prudential e JP Morgan.

Por sua trajetória em Educação ligada aos temas de Tecnologias Digitais e Empreendedorismo Social, além do diálogo com a juventude por meio do programa Pense Grande, a Fundação participou da criação coletiva dos temas do projeto, além de contribuir para a reflexão sobre como é possível ajudar os jovens a entrar no mercado profissional, alinhados ao futuro do trabalho.

“Nossa principal dificuldade sempre foi convencer o ecossistema de que a periferia tem seu valor, que têm pessoas lá que querem consumir produtos e serviços de qualidade. Com a articulação do GOYN, a tarefa ganha força, já que o jovem que participa do Pense Grande consegue encontrar novos caminhos para colocar sua ideia de negócio de pé. O principal ganho desse programa é mostrar para o jovem que ele pode escolher”, explica Americo Mattar, diretor presidente da Fundação Telefônica Vivo, em entrevista à revista Exame.

Quem são os jovens-potência 

O GOYN se propõe a mudar o cenário de desigualdade em que se aprofundam as diferenças econômicas e sociais do Brasil, onde a renda de pessoas brancas é quase três vezes maior que a renda de pessoas negras. Segundo dados do programa, o país está no final do bônus demográfico (momento em que o país está mais jovem e há, proporcionalmente, um maior número de pessoas em idade ativa aptas a trabalhar). Em 2050, haverá a inversão da faixa etária, quando 31% da população terá mais de 60 anos. Por isso, o foco na faixa economicamente ativa.

Atualmente, a cidade de São Paulo tem 2,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos, sendo que 30% deles estão em situação de vulnerabilidade social. São 766 mil jovens que não estão estudando, estão desempregados ou ocupando vagas fora do mercado de trabalho formal.

Esses são os considerados “jovens-potência”, pessoas que têm como objetivo ter um emprego alinhado ao seu projeto de vida, assim como procuram conciliar estudo, trabalho e vida social. É para essa parcela que o GOYN traça ações estratégicas de inclusão produtiva.

Os dados foram levantados a partir de informações públicas fornecidas por fontes oficiais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Nacional de Amostras Domiciliares (PNAD), o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

As estratégias para a inclusão dos jovens-potência 

Em curso há oito meses em São Paulo, o Global Opportunity Youth Network (GOYN) foi lançado oficialmente no final de novembro. Está pautado por quatro características consideradas fundamentais: se basear em dados e evidências; ter o jovem no centro; ser um processo de construção colaborativa e promover mudanças sistêmicas e escaláveis.

Segundo Gabriella Bighetti, diretora-executiva da United Way Brasil, instituição articuladora do programa global no Brasil, a intenção está em criar uma rede qualificada e estratégica para criar oportunidades a esses 766 mil jovens-potência de São Paulo, impactando ao menos 100 mil deles entre 2020 e 2030. E as estatísticas mostram que o desafio é grande.

“Se olharmos para os jovens com mais de 18 anos, só 36% completaram o Ensino Médio. Uma pesquisa da FGV mostra que cada ano concluído de escolaridade corresponde a 15% a mais de renda na vida profissional. Sem falar que as vagas do futuro são na economia digital, que exigem mais conhecimento. A gente tem 35% dessa faixa etária desempregada, e isso antes da pandemia. Por tudo isso há uma urgência e nossa ambição é desse tamanho”, enumerou a executiva durante o evento de abertura.

Para Jamie McAuliffe, diretor global do GOYN pelo Instituto Aspen, alguns elementos diferenciam o programa como investir na atuação junto às comunidades para identificar situações e soluções que já existem. “Leva tempo para superar as barreiras estruturais que impedem os jovens de atingirem todo o seu potencial. Você não pode resolver problemas de um ciclo de vida em um ciclo de doação, portanto, estamos definindo nossas metas para nos alinhar aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da Agenda 2030”, explicou

Por enquanto, os esforços estão focados em mapear os ecossistemas, as áreas de oportunidade dos jovens-potência e desenhar as primeiras soluções. Em 2021 serão colocados em prática protótipos e consolidados aprendizados para acelerar e escalar as criações.

Inclusão digital nas periferias 

Diogo Bezerra é um dos 20 jovens-potência do núcleo jovem do GOYN São Paulo. Ele participou da criação da escola de programação Code1 e da escola de inglês PLT4Way, ambas atuando pela inclusão de jovens das periferias.  O empreendedor social, que já passou pelo programa Pense Grande e teve seu projeto PLT4Way como um dos destaques no documentário Pense Grande.doc , falou sobre PerifaDigital, uma das ações planejadas pelo GOYN voltada para o fortalecimento da cultura digital na juventude.

“Há um abismo pela falta de infraestrutura. O jovem da quebrada não tem acesso à internet e a notebooks, então não entende que a tecnologia não é só para o entretenimento. Ele não consegue ver como uma ferramenta e uma forma de oportunidade”, afirmou Diogo.

Rede colaborativa GOYN atuará pela inclusão produtiva de 100 mil jovens em São Paulo
Rede colaborativa GOYN atuará pela inclusão produtiva de 100 mil jovens em São Paulo