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Empreendimento acredita no poder das Leis de Incentivo Fiscal para combater desigualdades sociais e oferecer mais cultura, saúde e esportes em todo o país.

Criadores do empreendimento Simbiose Social posam para foto

Você sabe o que são e para que servem as Leis de Incentivo? Os criadores da Simbiose Social descobriram que, para muitos brasileiros, a resposta para essa pergunta é “não”.

As Leis de Incentivo possibilitam a doação de uma parte do Imposto de Renda, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do Imposto Sobre Serviços (ISS) para fomentar iniciativas em cultura, educação e saúde no país. Pensando na grande quantidade de projetos que não são tirados do papel por conta da falta de verbas, Mathieu Anduze e Raphael Mayer, graduados em Marketing e Administração, colocaram a Simbiose Social em prática em 2017.

O empreendimento social, que busca democratizar o acesso a recursos de Leis de Incentivo por meio de uma plataforma digital, conquistou a 10ª edição do Prêmio Empreendedor Social do Futuro , oferecido pela Folha de S.Paulo, na categoria Empreendedor Social do Futuro. A entrega ocorreu no dia 12 de novembro, em São Paulo.

A categoria Empreendedor Social do Futuro foi criada há quase dez anos e faz parte do Prêmio Empreendedor Social, oferecido pela Folha em parceria com a Fundação Schwab, realizado desde 2005. Ela é dedicada a empreendedores sociais com até 35 anos de idade e que são desenvolvedores de iniciativas em fase de consolidação ou que existem há até três anos.

Conectando empresas a projetos sociais

Os criadores da Simbiose Social viram uma oportunidade onde muitas pessoas poderiam ver apenas um problema: o governo federal estipulou um teto de R$3 bilhões disponíveis para renúncia fiscal em 2016, mas cerca de R$1,6 bilhão desse valor não foi preenchido. Para Anduze e Mayer, o que falta, na realidade, não é vontade de doar, mas informações.

Desde 1996, o governo federal permite que empresas e pessoas físicas possam abater até 9% de seu Imposto de Renda, ao doar o valor para projetos que incentivem a cultura, esporte e saúde. Por meio das Leis de Incentivo, uma parte do valor dos impostos, ao invés de ir para o governo, é investido em projetos de responsabilidade social e que promovam impacto positivo na sociedade. Nas esferas estaduais e municipais, os impostos que podem ser doados são o ICMS e o ISS, respectivamente.

As Leis de Incentivo são muito importantes e têm potencial de transformar a sociedade. No entanto, quem está a frente dos projetos não sabe por onde começar a captar recursos e as empresas não sabem em quais iniciativas investir.  Essa é uma realidade comum a todo o país: cerca de 70% dos projetos que precisam de recursos não são colocados em prática, mas não por falta de investimento, mas de informações”, conta Raphael Mayer.

Empresas que buscam apoiar projetos de impacto social podem contar com a Simbiose Social para investir em iniciativas mais alinhadas a sua missão, área de atuação e valores. A plataforma reúne, atualmente, mais de 30 mil projetos em busca de captação de recursos em todas as regiões do país, e mais de 60 mil empresas ou pessoas físicas que já doaram uma parte de seus impostos a projetos de impacto social. Todas as iniciativas reunidas pela Simbiose Social passam por um processo de auditoria e avaliação de risco, possibilitando aos investidores mais segurança para tomarem suas decisões.“

“Nós entendemos que mudamos o papel das empresas no que diz respeito aos investimentos a partir das Leis de Incentivo: de passivas elas tornaram-se ativas. As empresas não precisam mais esperar que os projetos cheguem por meio de editais ou campanhas de comunicação, por exemplo. Agora, elas mesmas podem buscar projetos com os quais mais se identificam, por meio de uma série de filtros que a plataforma possui, considera Mayer.

Transformação da realidade como propósito

Aproximadamente 78% dos investimentos realizados por meio de Leis de Incentivo estão concentrados na Região Sudeste e, mais especificamente, em São Paulo e no Rio de Janeiro. A Simbiose Social tem como uma de suas missões a descentralização dos recursos, possibilitando, por exemplo, que projetos desenvolvidos no Acre, recebam investimentos de empresas ou pessoas físicas localizadas no interior do Paraná.

“O que nós entendemos como sucesso é viabilizar projetos que dificilmente poderiam ser captados e ajudar a diminuir as desigualdades sociais. A democratização do acesso à verba pública e a possibilidade de levar qualidade de vida, produtos culturais, saúde e atividades esportivas para mais locais e mais pessoas, é o que nos motiva a continuar a nossa jornada”, revela Mathieu Anduze.

Novas frentes de atuação para o futuro

Além de conectarem empresas e projetos, a Simbiose Social também oferece consultoria, projetos e pesquisas em inovação. Ela auxilia, por exemplo, na elaboração de planos de negócios para iniciativas que estão em busca de captação de verbas.

Em pouco mais de um ano de atividades, o empreendimento social já movimentou mais de R$ 8 milhões, atuando, de forma direta, na captação de recursos a cerca de 50 projetos de impacto. No período, também estabeleceram parcerias importantes com redes de farmácias, aplicativos de mobilidade urbana e empresas do ramo de educação.

A ideia agora é expandirem a área de atuação em março de 2019, quando devem lançar o IC3, o Índice de Investimento Incentivado em Cultura, que funciona como um ranking nacional de pontuação de projetos e leva em consideração o impacto social gerado  e os investimentos realizados pelas empresas.

Simbiose Social: iniciativa premiada democratiza acesso às Leis de Incentivo
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