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"IX Simpósio de Educação e Tecnologia: Cultura Digital” debateu questões como o ensino híbrido, metodologias ativas e educação inovadora. Confira os destaques!

#AulaDigital#Educadores

Imagwm mostra um print dos formadores que participaram do simpósio em videoconferência

As Secretarias Municipais de Educação do Brasil viram as suas ações de atendimento educacional serem interrompidas em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Em Goiânia não foi diferente. A Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) da cidade passou a desenvolver novos projetos para se adaptar ao contexto remoto.

Dentre as iniciativas, a SME realizou, de forma remota, o “IX Simpósio de Educação e Tecnologia: Cultura Digital” entre os dias 23 de novembro e 04 de dezembro, com o apoio do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS), parceiro-executor do projeto Aula Digital na região. O evento trouxe conferências, palestras, entrevistas, painéis, rodas de conversas, experiências pedagógicas, bate-papos e a realização de momentos “mão na massa”. O objetivo principal do Simpósio foi o de orientar toda a comunidade escolar quanto ao uso técnico e pedagógico dos recursos tecnológicos.

Veja, a seguir, algumas reflexões do evento.

 

Criatividade é para todos

Priscila Santos, supervisora pedagógica do CIEDS e Fernanda Colmenero, coordenadora de Programas Sociais do CIEDS, facilitaram o movimento maker Colaboratividade e aprendizagem: conhecendo os Métodos ágeis e Miro: quadro branco interativo. Neste encontro, as especialistas apresentaram, de forma prática, como desenvolver a criatividade, e resolver problemas colaborativamente.

“A criatividade não é um dom especial. Esse papo de que ou você é criativo ou você não é, é balela”, provoca Fernanda. “A criatividade está em todos, pois todo mundo é pago para resolver problemas”, afirma. Como exemplo, cita quando um professor busca se atualizar para resolver uma dificuldade pedagógica (como a falta de contato presencial com os alunos) e a consequência disso é a inovação se expandindo para os estudantes, para outros colegas de trabalho e para toda a comunidade escolar.

Durante o momento maker, a facilitadora apresentou o Design Thinking (DT). Uma abordagem que busca a solução de problemas de forma coletiva, colaborativa e empática, testando as ideias sistematicamente a partir de experimentações.

Já a professora Priscila Santos trabalhou com o Miro, uma plataforma que pode ser usada para criar soluções de forma colaborativa e visível, justamente como prevê o DT. Com o Miro é possível planejar aulas interdisciplinares ou práticas pedagógicas que possam atender a diferentes perfis de estudantes. “O Miro é um quadro branco infinito. É uma parede prontinha para escrevermos e ilustrarmos como quisermos”, conta a educadora.

 

Estratégias de Ensino Remoto

Durante o seminário foram apresentadas estratégias de ensino remoto como as plataformas Escola Digital,  portal TRILHAS, Escolas Conectadas e o Guia EduTec.

A plataforma TRILHAS, criada pelo Instituto Natura em parceria com a Fundação Telefônica Vivo e apoio do Instituto Península, oferece, gratuitamente, instrumentos para educadores e estudantes de pedagogia trabalharem a alfabetização de crianças. Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Esporte (SME) de Goiânia os professores da rede tiveram acesso a diversos cursos da plataforma, como o Escrita compartilhada: pesquisar, comunicar e aprender e Leitura em voz alta pelo professor, desenvolvendo estratégias de mediação de leitura e critérios para a seleção de textos de qualidade.

Já o projeto Escolas Conectadas, iniciativa do ProFuturo, programa de educação global da Fundação Telefônica Vivo e Fundação ”la Caixa”, oferece a professores da educação básica formação continuada de forma totalmente gratuita. Os cursos do projeto estimulam professores a desenvolverem práticas mais colaborativas, inovadoras e digitais nas escolas, formando nos alunos as competências do século XXI.

Os educadores de Goiânia participaram das formações Quero inovar! Por onde começo?, Produção colaborativa de conhecimento e Curadoria de objetos digitais de aprendizagem. Eles foram introduzidos ao conceito de inovação e suas possibilidades: gestão inovadora, o papel do professor e espaços diferenciados.

Está ainda prevista a realização do curso de Cidadania Digital, que busca capacitar docentes, coordenadores pedagógicos e gestores para que realizem e encorajem um uso seguro, responsável e consciente da internet.

“O Escola Conectadas tem cursos para todos os perfis de professor. É importante que as secretarias façam avaliações com os professores, para que possamos entender quais os melhores cursos a serem oferecidos”, comenta Denise Padilha Lotito, consultora de Projetos Sociais na Fundação Telefônica Vivo. Ela ainda afirma que capacitar os educadores irá favorecer um planejamento de aulas aberto, pois a tecnologia dará mais voz para o aluno e o currículo será sempre revisto.

Já o Guia EduTec é uma ferramenta on-line e gratuita que faz um diagnóstico do grau de adoção de tecnologia educacional por professores e escolas de redes públicas de ensino. Ele está baseado em algumas competências como ser capaz de fazer e promover o uso ético e responsável da tecnologia ou de ter a capacidade de utilizar recursos tecnológicos para promover a inclusão e a equidade educativa.

“É muito importante que os professores tenham a prática de se autoavaliar”, comenta a gestora pedagógica, Mariana Clini. “Eles terão consciência de como está sendo a sua prática, reconhecendo fortalezas e conquistas, além de conseguirem visualizar como melhorar a sua atuação em sala de aula”, complementa.

 

Cenário em outros estados brasileiros 

Durante a mesa Estratégias do ensino Híbrido: como está o cenário nos estados de AM, GO, PE, SE, RS?“, os convidados apresentaram como as aulas remotas foram mantidas e educadores capacitados, em parceria com o projeto Aula Digital.

“O Projeto Aula Digital aproximou ainda mais os educadores e despertou o uso da tecnologia na educação de forma mais abrangente e presente”, comentou Karolina Maria Cordeiro, da Fundação Vitória Amazônica, parceiro-executor do Aula Digital no Amazonas.

Talita Bion, do Instituto Paramitas, parceiro-executor do Aula Digital em Sergipe, lembrou da estratégia de transmitir conteúdos pela rádio educativa local aos estudantes sem acesso à internet. “Isso fez toda a diferença no nosso estado. Foram criadas historinhas com os personagens ProFuturo e personagens sergipanos para que os alunos se sentissem representados”, conta ela. “Nossa equipe fez tudo. Nos reinventamos, viramos atores, atrizes e roteiristas”.

Já em Vitória de Santo Antão, município a 50 km de Recife, em Pernambuco, a equipe do Aula Digital, que conta com apoio do parceiro CESAR, focou em promover autonomia no docente para que isso trouxesse, consequentemente, autonomia para o aluno. Das 61 escolas municipais da cidade, 27 são atendidas pelo Aula Digital.

“Os professores foram divididos em grupos e mentorias foram realizadas por meio de algumas temáticas, como diversidade e uso de recursos tecnológicos. Focamos em trabalhar soft skills que são pouco trabalhadas em processos formativos”, pontuou Andréa Francisca da Luz, que faz parte do grupo de formadores do Aula Digital.

Em Viamão, a pedagoga Cíntia Bauer da HardFun Studios, parceiro-executor local do projeto, conta que eles realizaram uma Jornada Pedagógica para consolidar o uso dos recursos tecnológicos do Aula Digital, além de usar o Guia Edutec para avaliar qual era a maturidade tecnológica dos educadores, preparando os técnicos das secretarias para desenvolverem e implementarem projetos de inovação educativa. Também realizaram  cursos do Escolas Conectadas para apoiar os docentes no desenvolvimento de sua carreira e na aprendizagem dos estudantes. “Felicidade é pouco quando vemos tudo o que fizemos neste ano”, conta Cíntia.

Por fim, a formadora e assessora do projeto Aula Digital em Goiânia, Ariadiny Morais, relatou que o ano de 2020, que havia começado com um processo de estudo e pesquisa sobre iniciativas que achavam pertinentes para o momento, teve que ser adaptado por conta da pandemia.

“Em março fomos supreendedido e tivemos que começar um novo processo, as palavras de ordem eram refletir, avaliar e adequar nossas práticas. Passamos de um formato presencial para o digital e fizemos várias ações frente ao distanciamento. Também pensamos muito na formação de professores neste cenário”, resume a pedagoga, que também é professora da rede municipal de Goiânia. “São muitas ações pra 2020, mas pensando que 2021 será um ano que promete para nós”, conclui, otimista.

Simpósio de Goiânia discute cultura digital e traz formações pedagógicas
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