Educador Murilo Rodrigues é o quarto personagem da websérie Escolas Conectadas e conta como uniu arte e educação ambiental em projeto para construção de uma horta
Uma missão. É assim que Murilo Carvalho Rodrigues encara o ofício de ensinar. O professor participa do quarto episódio da Websérie Escolas Conectadas e todos os dias faz uma travessia de 45 minutos até a unidade pedagógica da Faveira, na Ilha de Cotijuba, em Belém (PA). Com o desejo de impactar positivamente a população ribeirinha, o educador teve a ideia de criar o Jogo da Horta, para unir arte e educação ambiental.
Com licenciatura em Artes Plásticas e formado em Arquitetura com especialização em paisagismo, a sala de aula não era o plano inicial de carreira, mas se apaixonou por ela após conseguir uma vaga em uma escola privada. “O curso de Arquitetura era meu grande sonho. Mas acredito que a gente tem uma missão muito maior como professor e me sinto muito mais necessário em sala de aula”, afirma.
Hoje leciona na unidade pedagógica que pertence à Fundação Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira, instituição da rede municipal de Belém referência em Educação Ambiental. Pesquisador de hortas comunitárias e inspirado por alguns cursos da plataforma Escolas Conectadas, como o Jogos e brincadeiras para além da seriação e o Fotografia na aprendizagem, decidiu criar um projeto para valorizar a cultura local.
A construção do Jogo da Horta permitiu abordar temas como alimentação saudável, cuidado com o planeta e soberania alimentar, ou seja, o direito de definir sobre estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos. Além de estimular a responsabilidade dos estudantes em cuidar de uma horta, eles perceberam o valor dos ensinamentos trazidos de casa e se sentiram protagonistas na construção do aprendizado, feito em conjunto com o professor.
“Uni o útil ao agradável, trazendo minha paixão e pesquisa por hortas para tratar sobre o conhecimento que os alunos já têm empiricamente, mas que precisa ser valorizado. Após fazer o curso, percebi que os alunos poderiam protagonizar a construção de jogos e que meu papel de professor seria apenas o de coordenar a atividade”, resume Murilo Rodrigues.
O repertório alimentar limitado, a dificuldade de conservação dos vegetais na unidade pedagógica em uma ilha sem rede elétrica e depende de um gerador de energia e a falta de pertencimento foram fatores que o levaram a construir um canteiro elevado para cultivo de hortaliças. Contudo, as crianças pareciam alheias à importância da iniciativa, ainda que a comunidade tenha abraçado a construção. Daí veio a ideia sobre o jogo que une arte e educação ambiental.
Um projeto, várias disciplinas
Segundo o educador, a própria abordagem da Educação Ambiental já é interdisciplinar, pois faz com que as crianças percebam como o futuro do planeta permeia todos os assuntos. Dessa forma, a Arte não pode ficar de fora. Dando aula em um centro de referência, a criação do jogo deveria fazer paralelo entre arte e educação ambiental.
“As crianças fazem arte quando estimulam a imaginação pensando nas situações que ocorrem normalmente em hortas e ilustram individualmente as cartas ou coletivamente o tabuleiro. Raciocinam e usam a Matemática quando contam as casas ou calculam os lados opostos do dado que devem somar o numeral sete. Pensam em Ciências ao falar sobre os aspectos biológicos dos vegetais, em Geografia ao abordar a vegetação local. Tudo isso sendo explicado por meio de Português, de História e até pela crença popular de que conversar com as plantas as deixa felizes”, explica o educador sobre o caráter multidisciplinar do projeto.
Para Murilo, é fundamental que educadores se abram a novas possibilidades e formas de trabalhar a criatividade. E continuar estudando é o caminho para isso. “Sem perceber, muitos de nós acabamos por nos ater aos mesmos métodos e recursos em sala de aula por anos. A formação de professores nos provoca a sair de nossa zona de conforto”, reflete.
Por isso, o educador valoriza plataformas como a Escolas Conectadas, que traz flexibilidade e qualidade em seus cursos. “Creio que dentro da rotina docente, cheia de afazeres paralelos à sala de aula, que tomam o tempo da vida familiar e social, temos pouco tempo para a formação continuada. A maneira que a plataforma funciona, possibilitando a flexibilidade de data e horário, faz com que os cursos sejam acessíveis não só pela gratuidade do serviço, mas principalmente por ser possível fazê-lo a seu tempo”.
Assista ao quarto episódio da websérie e veja o impacto dos cursos Escolas Conectadas no trabalho do professor Murilo Rodrigues. Logo abaixo, você também confere o roteiro de aulas para aplicação do projeto Jogo da Horta.