Um estudo promovido pela organização CAUSE mapeia temas relevantes diante da pandemia para este ano e o futuro na área da educação, saúde desenvolvimento econômico sustentável, direitos humanos e valorização da ciência. Saiba mais!
O que virá depois da pandemia? Essa é uma pergunta que milhares de pessoas têm feito em todo o mundo. No Brasil, os reflexos do coronavírus puderam ser notados em diversos setores como educação, saúde, economia. De olho nas tendências que permeiam esses campos nos debates da sociedade, a CAUSE, uma organização que tem como objetivo conectar marcas e corporações às causas do nosso tempo com o objetivo de transformar realidades, lançou o relatório Causas para Observar em 2020.
O material levanta temas importantes que tiveram grande repercussão no último ano e que geram debates para o momento atual. Com a disseminação da Covid-19, o estudo foi adaptado para mapear os assuntos de acordo com os desdobramentos da pandemia.
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As informações são baseadas em dados de uma pesquisa realizada em parceria com o Instituto IDEIA Big Data, unindo informações também de órgãos oficiais brasileiros e estrangeiros, além de veículos de imprensa e o debate na sociedade. No total, são 11 causas divididas em cinco grandes blocos temáticos: saúde, educação, desenvolvimento econômico sustentável, direitos humanos e valorização da ciência.
A seguir, confira um resumo desses temas que deverão pautar as organizações este ano.
Universalização da saúde
De acordo com o levantamento, 43% dos pacientes não confiam no sistema de saúde, apesar de considerá-lo uma prioridade em suas vidas. Apesar dos desafios, o setor deve ficar com um legado positivo deixado pelos investimentos durante a Covid-19. Maior número de leitos, serviços médicos remotos e melhorias de infraestrutura estão entre os destaques para o setor.
Valorização da importância da saúde mental
Os problemas de saúde mental têm se tornado cada vez mais recorrentes em todo o mundo. Diante disso, os especialistas têm alertado sobre os riscos do estresse crônico e ansiedade devido à disseminação da Covid-19. Terapias, meditações e atividades que tenham efeitos relaxantes têm tido um aumento de procura para amenizar tais sintomas.
Ensino domiciliar
Ao menos 85 países fecharam escolas para tentar conter a disseminação do coronavírus. De acordo com a Unesco, mais de 776,7 milhões de crianças e jovens foram impactados em todo o mundo. Nesse cenário, ganham forças a implementação de tecnologia 5G, as parcerias público-privadas e o aumento do acesso à internet.
Educação midiática
Desde 2018, o assunto fake news já vem se propagando. No contexto de pandemia, o tema ganhou ainda mais relevância. Com o aumento do número de notícias falsas compartilhadas, surgem iniciativas que estimulam a checagem dos fatos. Segundo o estudo, a participação dos jovens de maneira crítica nessas discussões sobre os rumos da sociedade é essencial nesse processo.
Redução das desigualdades
O Brasil é um país de muitas diferenças econômicas. Segundo o estudo, 1% das pessoas mais ricas ganham 33,8 vezes mais que 50% dos pobres. Diante da pandemia, o contexto deixa ainda mais exposta a desigualdade. Para combater isso, a pesquisa mostra que medidas governamentais devem ter foco nos grupos mais vulneráveis e a implementação de sistemas tributários progressivos se torna ainda mais necessária.
Combate à fome
Segundo o relatório, as comunidades periféricas, o isolamento social e a redução da renda de muitas famílias limitam o número e a qualidade de refeições. De acordo com o informe, aproximadamente 86% de moradores das favelas podem passar fome por causa do coronavírus. Para evitar a falta de alimentos, as ações governamentais e das organizações que atendem grupos em vulnerabilidade se fazem cada vez mais necessárias.
Cultura de doação
Muitos brasileiros se sensibilizaram e promoveram doações para diferentes setores da sociedade que foram impactados pela ação do Covid-19. Mais de R$ 3 bilhões foram arrecadados para o enfrentamento da pandemia no Brasil. O estudo mostra uma visão mais integrada e colaborativa de toda a sociedade, que atingiu uma marca histórica de arrecadação e o estímulo à cultura de doação.
Combate à violência doméstica
Com o isolamento social, o número de casos de violência doméstica teve um grande salto. Permanecer por mais tempo dentro em casa, tem exposto potenciais vítimas de violência doméstica a uma situação de maior vulnerabilidade. O estudo mostra uma maior mobilização da sociedade em torno do tema e a aceleração na aprovação de políticas públicas que combatam esses crimes.
Acesso a saneamento básico
Cerca de 35 milhões de pessoas no Brasil não têm acesso à água tratada em suas casas e a falta desse recurso essencial agravou-se no país durante a pandemia. A aprovação de um novo marco regulatório para o saneamento básico, segundo o estudo, é um dos caminhos para incentivar os investimentos das organizações nesse serviço.
Liberdade de expressão
As informações nas redes sociais têm gerado atritos em diversos poderes. O fortalecimento da confiança no jornalismo profissional e aumento da capacidade da população de discernir entre opinião e desinformação é uma tendência a ser debatida. O uso de informações, sendo algo direcionado a liberdade de expressão ou a desinformação, pode ter consequências ainda mais graves durante a pandemia.
Investimento em tecnologia e saber científico
De acordo com o estudo, 64,2% dos brasileiros afirmam confiar na ciência. A falta de investimentos nesse setor e também em tecnologia e inovação colocou o país em uma situação de vulnerabilidade em relação à pandemia. A tendência é ter mais investimentos federais destinados ao fortalecimento da ciência e uma redução de potenciais cientistas que precisar deixar o país para estudar.