Conheça algumas tendências que podem impactar na sustentabilidade dos negócios e fazer a diferença para empreendedores sociais em 2020
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável, parcerias com empresas, negócios sociais com públicos e causas cada vez mais definidas. Essas são algumas das tendências para 2020 que podem chamar a atenção no empreendedorismo social e impactar na produtividade e sustentabilidade dos negócios. O mundo está mudando rápido e por isso é importante estar atualizado para realmente fazer a diferença.
A Pipe Social, plataforma de conexão entre investidores e empreendimentos, lançou o 2º Mapa de Investimentos e Negócios de Impacto 2019, estudo que se dedica a acompanhar a evolução dos negócios de impacto social no Brasil. De acordo com a pesquisa, as tecnologias verdes, relacionadas à produção e consumo sustentável, representam 46% do setor de empreendedorismo social.
O dado mostra não apenas uma tendência para o mercado de negócios, como reflete a relevância do tema para a sociedade atual. Diogo Quitério, coordenador de programas do Inovação em Cidadania Empresarial (ICE) reforça a importância de investir nessas tecnologias.
“A aproximação mais estruturada da agenda ambiental com a social é a meta. Hoje são dois ecossistemas que atuam menos sinérgicos do que deveriam. Precisamos de soluções sociais para problemas ambientais e soluções ambientais para questões sociais”.
Baseado no estudo da Pipe Social e com a contribuição de Diogo Quitério, reunimos 5 tendências mundiais para o empreendedorismo social que valem ficar de olho em 2020.
Meio Ambiente e Sustentabilidade
As mudanças climáticas, o aquecimento global, efeito estufa, espécies em extinção são algumas das preocupações que mobilizaram jovens do mundo todo a levantarem a bandeira do meio ambiente. Este não é apenas um debate social, mas também mercadológico. A expectativa para que as pequenas e grandes empresas incluam sustentabilidade nos processos de produção é um pré-requisito para o consumo moderno.
Por isso, ações, iniciativas e produtos que tenham como objetivo fazer desses valores uma ferramenta para transformação, tendem a ganhar mais visibilidade e oportunidades de crescimento a partir de 2020.
Startups de nicho
É cada vez mais comum acompanharmos o crescimento de startups de nicho: hospedagem, transporte, clubes de assinatura, entre outras iniciativas. Essa tendência também se aplica aos negócios sociais, à medida que ajusta as expectativas e engaja o usuário/consumidor na causa defendida.
Segundo Diogo Quitério a agenda de diversidade para redução da desigualdade de classe social, gênero, raça e orientação sexual tem ganhado destaque entre as iniciativas de impacto. Sobretudo, no fortalecimento de organizações de periferias que apoiam o desenvolvimento de empreendedores sociais.
A sociedade valoriza instituições que tem objetivos maiores do que apenas o lucrar. Ter uma visão, uma missão e valores bem definidos, que atendem a um público-alvo específico, mostra foco e solidez para quem pretende gerar mudanças efetivas.
Integração com a economia criativa
Para além do nicho e da causa escolhida, os empreendedores sociais também precisam se preocupar com a cultura organizacional do empreendimento que pretendem desenvolver. Na opinião de Diogo Quitério, a economia criativa está cada vez mais integrada aos negócios sociais.
A força do modelo de negócios está em construir uma indústria que vende ideias, soluções para o cotidiano e para as grandes questões sociais. As decisões comerciais são totalmente influenciadas pelos valores culturais e criativos da empresa, capazes de gerar não apenas riqueza, mas também impacto social.
Parcerias complementares com grandes empresas
O conhecimento técnico para inovar em tecnologia e sustentabilidade pode faltar em uma empresa, mas existir em outra. Com a 4º Revolução Industrial ditando o ritmo acelerado e a variedade de profissões do futuro, as necessidades do público e do mercado mudam o tempo todo.
Manter-se atualizado não significa dominar todas as tendências, mas saber como usá-las a seu favor. Dessa maneira, propor parcerias complementares, que funcionam como potencializadoras de um negócio social, ajudam a unir forças em busca de um propósito maior.
O Mapa de Investimentos e Negócios de Impacto mostra que grandes empresas têm construído pontes com startups de impacto para gerar valor social. Lembrando que também estamos na era da transparência, por isso é importante sempre deixar os termos dessa parceria claros.
Tecnologia como ferramenta
Redes sociais, aplicativos, realidade aumentada, inteligência artificial. Hoje em dia, é difícil pensar em um negócio que não esteja vinculado a alguma tecnologia como facilitadora, mesmo que seja apenas como recurso de comunicação.
A pesquisa Juventudes e Conexões, realizada em 2019, apontou a tecnologia e a internet como facilitadora no processo de empreender. Essa é a opinião dos especialistas e jovens consultores que analisaram o cenário do empreendedorismo social no Brasil. Segundo o estudo, 50% dos empreendedores acreditam que uma pessoa atualizada com as tecnologias terá mais sucesso como empreendedora.
Startups e negócios sociais que façam uso desses recursos tecnológicos como aliados e, sobretudo, como ferramentas de acesso, têm grandes chances de potencializar o impacto positivo.