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Inspirados na cultura africana, eles levam diversão, representatividade e ajudam na formação do conhecimento étnico-racional desde a infância

#Educação#Inclusão#Listas

Duas crianças brincam de Mancala no chão

Passados de geração em geração, como uma importante herança dos povos para a sociedade, os brinquedos e os jogos podem ser considerados um rico patrimônio cultural. Vistos como ferramentas lúdicas de aprendizado, fontes de entretenimento e de interação entre as crianças e o seu meio social, eles contribuem com o desenvolvimento educacional na Primeira Infância.

“A infância é uma fase da vida de muito aprendizado e até as brincadeiras servem para passar um ensinamento para a criança. Elas podem experimentar, amadurecer o emocional e criar valores, mesmo com o faz de conta. Por isso, é importante aproveitar esse recurso para também educá-las”, explica a psicopedagoga Laura Barros.

Segundo a especialista, pensar em brinquedos e brincadeiras que ajudem a trazer o contexto histórico e cultural da identidade negra ajudam a combater o preconceito e a mostrar que as diferenças enriquecem o conhecimento, contribuindo para a formação antirracista.

“Dependendo das experiências que a criança tem nesses primeiros anos de vida, o racismo pode ser construído pelas relações com os amigos, com a família e até na experiência escolar. Por isso, o tema deve ser inserido o quanto antes na vida dela e os brinquedos podem ajudar na construção dessa educação antirracista”, diz Laura.

Laura ainda ressalta a importância de construir referências positivas desde os primeiros anos de vida.

“A partir de uma boneca ou jogos com personagens negros, as crianças negras fortalecem sua autoestima e confiança e se veem inseridas na sociedade. Já para as crianças brancas, essa interação de forma mais natural com as diferenças pode contribuir para o futuro”, diz a psicopedagoga.

Conheça seis brinquedos e jogos que incentivam uma educação antirracista, valorizando a cultura afro-brasileira e o desenvolvimento de diferentes habilidades como inteligência emocional, raciocínio lógico e criatividade.

Dominó Afro

Feito pela artista e contadora de história Denise Aires, criadora do Fulelê Livros e Jogos, o dominó é feito para conversar com as crianças sobre os diferentes elementos da cultura africana e afro-brasileira, contando também para elas a história do próprio nome de cada instrumento.

O jogo traz a possibilidade de pesquisar diferentes povos africanos. Além disso, é possível trabalhar a concentração, a atenção e o raciocínio lógico. A linha fulelê tem como objetivo aproximar bebês e crianças da cultura africana desde os primeiros meses.

 

Quebra-cabeça Turma da Amora 

Quebra-cabeça Turma da Amora é um brinquedo afirmativo da Amora Brinquedos. Com ele, é possível contar a história de personagens como Luiz, um menino calmo e estudioso, que adora ler e assistir a filmes de ficção científica. Seu sonho é se tornar um engenheiro da Nasa. Também tem a história da Luíza, que usa dreads rosa e quer ser estilista quando crescer. Ela adora dançar jazz. E tem a Mai, com seu cabelo Black power. Quando crescer, ela vai ser juíza para lutar contra todas as injustiças.

Com esse brinquedo é possível levar para a criança realidades diferentes de sucesso, onde todos podem sonhar e ser como são. Os brinquedos da Amora, negócio de impacto social, criado pela designer de produtos Geo Nunes, oferecem diferentes tipos de materiais lúdicos para uma educação antirracista.

Mini Nonó 

Inspirado nos tecidos africanos (capulana ou pano africano), os ursos são feitos à mão para levar a crianças e jovens a cultura de origem africana.

Este é um dos brinquedos produzidos pela Nassoma Kids, que se dedica a vender produtos inspirados na cultura africana, mais especificamente na cultura angolana, através de materiais e tecidos regionais, para sensibilizar e aproximar as crianças da sua origem, sempre com o propósito de diversão em mente.

 

Awalé ou Mancala

O Mancala surgiu há mais de 7.000 anos, segundo historiadores, e pode ter vindo de outro jogo de tabuleiro. Este é um jogo de estratégia antigo e muito popular no continente africano para crianças a partir dos 6 anos, que chegou ao Brasil pelos povos escravizados. O nome vem das sementes da planta que são utilizadas para o jogo. As crianças brincam em pares, e aprendem a compartilhar, cultivando as sementes em campos para depois fazer a colheita. Vence quem colhe mais sementes no campo do adversário.

Por se tratar de um brinquedo de reflexão baseado no cálculo e trabalhar o raciocínio estratégico, o jogo foi reconhecido como uma ferramenta educacional muito útil no campo da Matemática. Mas também ensina a cooperação e o incentivo à socialização. Na África, ele é considerado uma herança cultural, que pode ser usado para contar a história dos povos originários.

 

Fanorona 

É um jogo de estratégia que nasceu na ilha de Madagascar, no continente africano, e tem mais de 5.000 anos. É composto de um tabuleiro de linhas verticais, horizontais e diagonais e é muito semelhante ao jogo de dama. Cada jogador manipula 22 peças posicionadas antes do início da partida, deixando vazia a casa central. Só é possível movimentar uma peça de cada vez e dá para ganhar uma ou várias peças do adversário.

Os antigos habitantes de Madagascar usavam este jogo para criar relações amistosas com seus vizinhos e costumavam receber seus convidados com uma partida de Fanorona. Ele é vendido em várias lojas no Brasil e existem até versões on-line.

Tsoro Yematatu 

Tsoro Yematatu é originário do Zimbabwe, no Sul da África. É um jogo de estratégia simples para dois jogadores. Cada jogador recebe três peças para jogar em um tabuleiro triangular com dois lados iguais. O objetivo é criar uma linha de três com suas peças de cores.

O jogo relaciona conceitos geométricos de triângulos, sendo indicado para crianças com idade a partir de 10 anos. Para ser vitorioso e ter boas estratégias no jogo é necessário atenção antecipada em relação aos movimentos que o adversário irá fazer. O jogo costuma durar muito tempo por relacionar raciocínio lógico com estratégia. No Youtube é possível encontrar diversos tutoriais de como realizar o jogo em casa.

6 brinquedos e jogos para a incentivar uma educação antirracista
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