Conheça propostas que vão desde ingressar jovens em uma universidade pública até oferecer acesso à qualificação profissional
Há muitas formas de gerar impacto social positivo no mundo. Seja através de ações voluntárias, negócios sociais ou apoio a movimentos que partem do terceiro setor, todas têm em comum o objetivo de uma sociedade mais justa, inclusiva e igualitária.
Segundo a pesquisa Favelas Brasileiras, 98% dos jovens da periferia nunca fizeram um curso de idioma e 79% não tiveram acesso a nenhum tipo de qualificação profissional. Esses dados traduzem as barreiras e as desigualdades relacionadas à formação de jovens no Brasil.
Buscando transformar esse cenário e ampliar as oportunidades de acesso a novos espaços educativos, conheça algumas iniciativas de impacto social que se propõem a investir na formação de jovens, potencializando o desenvolvimento social e econômico dessa parcela da população.
Unifavela
O que nasceu como uma iniciativa espontânea em uma biblioteca próxima ao Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, transformou-se no cursinho comunitário pré-vestibular com 100% de aprovação nas universidades públicas do estado. Criado por três jovens universitários, em 2018, o UniFavela reúne professores voluntários, em sua maioria graduandos e cotistas, para apoiar e oferecer a outros jovens a oportunidade de ter acesso à educação de qualidade. Cerca de 20 educadores e 10 alunos participam das aulas gratuitas, que agora acontecem em espaço próprio.
Uneafro
Ainda na linha de cursinhos comunitários pré-vestibulares, existe a rede Uneafro Brasil, que atua em 32 núcleos localizados em territórios periféricos de São Paulo e Rio de Janeiro. Ao longo de seus 10 anos de trabalho, a rede já formou mais de 15 mil jovens. As aulas são gratuitas e tem como direcionamento uma educação crítica e de qualidade para jovens e adultos da comunidade negra e moradores da periferia. As inscrições para este ano já estão abertas para preencherem 2 mil vagas.
Universidade da Correria
Em 2013, a Universidade da Correria nasceu como um projeto de Anderson França, no Complexo da Maré (RJ), para orientar jovens sobre como abrir e gerir um negócio próprio. A UniCorre, como é conhecida, oferece um curso que acolhe os empreendedores da região, potencializando sua jornada a partir de uma metodologia que conversa diretamente com a realidade da periferia. O projeto também é focado nos desafios do empreendedorismo e na gestão financeira pessoal. Hoje, a instituição está localizada em uma casa no bairro do Cachambi, no Rio de Janeiro. Mais de 4.300 alunos foram formados ao longo dos sete anos de atuação.
Academia Educar
Há 30 anos, a Fundação Educar Dpaschoal investe na formação de jovens com foco no desenvolvimento de competências cidadãs. Um desses projetos é o Academia Educar, que atua em escolas públicas e estaduais de Campinas (São Paulo), trabalhando habilidades socioemocionais e o protagonismo jovem. Em conjunto com as escolas, os educadores e multiplicadores montam um núcleo de liderança (grêmio estudantil, coletivos, assembleias) para estimular diversos formatos de participação social dos jovens dentro e fora da escola.
Inec Juventude
O Instituto Nordeste Cidadania, que tem sede em Fortaleza (CE),promove ações de cidadania, inclusão e impacto social e ambiental. Os 7 mil colaboradores atuam no Nordeste, no norte de Minas Gerais e no Espírito Santo. Um de seus programas, o INEC Juventude, tem como objetivo ampliar as chances de jovens e adultos de comunidades urbanas e rurais ingressarem no ensino superior e no mercado de trabalho. Para isso, a instituição oferece formação integral para 11 turmas e 241 alunos. Em 2018, 93 estudantes foram aprovados em instituições de ensino superior.
Programa de Oportunidades e Direitos
O Programa de Oportunidades e Direitos é uma iniciativa da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos de Porto Alegre (RS), que tem como objetivo oferecer espaços para investir em jovens e comunidades através da cultura, esporte e educação. A ideia é ampliar as oportunidades de desenvolvimento socioeducativo. Atualmente, existem seis Centros da Juventude no Rio Grande do Sul e a meta do projeto é atender cerca de 3.600 jovens entre 15 e 24 anos, gratuitamente. O POD promove atividades de lazer, qualificação profissional e capacitação de jovens, além de ter um programa voltado para reintegração social de jovens que cumprem medidas socioeducativas.
Desde 2013, a Fundação Telefônica Vivo trabalha em prol da formação e protagonismo da juventude por meio do Programa Pense Grande.
O projeto tem como objetivo ampliar as possibilidades de jovens das periferias através do empreendedorismo de impacto social. A partir dos 15 anos, os participantes aprendem a metodologia que ampara a criação e validação de novos modelos de negócios. O Programa já formou mais de 10 mil jovens.
Além de incentivar e apoiar jovens de escolas públicas e ETECs, o Programa também engloba iniciativas como o projeto Pense Grande Incubação, que oferece oportunidades de crescimento e investimento para negócios sociais.