Os aprendizados pós-pandemia estabelecem um equilíbrio entre tendências inovadoras e a garantia de direitos básicos. Confira a lista!
Cultura maker, gamificação e realidade virtual são algumas das tendências para a educação do século XXI. Embora elas já estejam sendo implementadas em escolas do Brasil e do mundo, essas metodologias ganharam uma nova perspectiva após a pandemia do coronavírus.
De fato, o período evidenciou as desigualdades de acesso à tecnologia e infraestrutura das escolas e potencializou o uso de tecnologias digitais em sala de aula. Além disso, destacou a necessidade de formar educadores preparados para adotar reformas curriculares inovadoras.
“A transformação digital é uma mudança que afeta o comportamento das pessoas. Se a escola acolhe essas metodologias ativas, também tem de se preparar pedagogicamente para criar novos cenários de aprendizagem”, avaliou o desenvolvedor de tecnologias educacionais Luciano Meira, durante o enlighted Brasil 2021.
Sendo assim, os aprendizados para a educação pós-pandemia estabelecem um equilíbrio entre inovação e garantia de direitos básicos.
De acordo com o estudo “Reimaginando juntos nossos futuros: Um novo contrato social para a educação”, publicado pela UNESCO, em 2021, a colaboração é a palavra-chave para redefinir os caminhos até 2050.
“O respeito pelos direitos humanos e a preocupação com a educação enquanto um bem comum devem se tornar os fios centrais que unem nosso mundo compartilhado e o futuro interconectado”, reforçou Sahle-Work Zewde, presidente da Etiópia e coordenadora da comissão responsável pelo estudo da UNESCO.
Confira 6 tendências para a educação que devem seguir em 2022.
1. Lifelong Learning – Aprendizado ao longo da vida
O lifelong learning, ou aprendizado ao longo da vida, é uma proposta de desenvolvimento contínuo do conhecimento. Assim como defende a educação integral, seu objetivo é despertar a consciência sobre o processo de aprendizagem para que ele ocorra dentro e fora da sala de aula. Dessa forma, os jovens do século XXI estarão mais preparados para encontrar soluções significativas para o contexto em que vivem.
Nesse sentido, a ideia é que as pessoas não se limitem a um tempo ou espaço para aprender, tendo a oportunidade de agregar experiências formativas em diversas ocasiões.
2. Gestão colaborativa e otimizada
Criar vínculos entre a comunidade, flexibilizar as estratégias pedagógicas e conduzir a busca ativa de estudantes em risco de evasão escolar estão entre as demandas mais urgentes dos gestores após a pandemia.
Além disso, esses profissionais ainda são responsáveis pela administração das instituições de ensino. Pensando nisso, as EdTechs estão cada vez mais comprometidas a encontrar soluções tecnológicas para otimizar o trabalho da gestão escolar.
Dessa forma, os gestores poderão priorizar as necessidades da comunidade. A tendência é utilizar ferramentas digitais para organizar os processos administrativos e abrir espaço para que os estudantes, educadores e familiares façam parte das decisões tomadas pela escola.
3. Uso de tecnologias digitais
A cultura digital é uma das dez competências gerais definidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ao trazer recursos digitais para o dia a dia na escola, os estudantes têm a oportunidade de debater, usar e criar tecnologias de forma crítica e ética.
Por exemplo, jogos eletrônicos, plataformas digitais, aplicativos, softwares educacionais, programação e robótica são algumas das tecnologias digitais que podem ser utilizadas em sala de aula. Além de trabalhar o pensamento computacional, elas favorecem o engajamento dos estudantes.
Para auxiliar os educadores, a Fundação Telefônica Vivo criou a Coleção de Tecnologias Digitais. Os seis cadernos reúnem conteúdos e sequências didáticas sobre temas como pensamento computacional, programação, narrativas digitais e robótica sustentável. Baixe agora o material e comece a implementar a cultura digital em sala de aula!
4. Social Learning – Habilidades Socioemocionais
O equilíbrio entre desenvolvimento cognitivo e socioemocional passou a ser tão importante quanto a adoção de metodologias ativas de aprendizagem. Afinal, estudantes e educadores vêm enfrentando durante a pandemia uma série de desafios relacionados à saúde mental.
Por outro lado, o período trouxe uma oportunidade de colocar as habilidades socioemocionais como prioridade e uma das tendências para a educação. Uma vez que é a partir da interação com o outro que exercitamos a empatia, a colaboração, a flexibilidade e a resolução de problemas.
Tais competências são de extrema importância não apenas para construir conhecimento, mas também para o convívio em sociedade.
5. Data Literacy – Letramento Digital
Em uma sociedade digital, a fluência em dados é tão importante quanto aprender a ler e a escrever. Não à toa, o letramento digital tornou-se um dos pré-requisitos para ingressar no mercado de trabalho. Apesar disso, um estudo feito pelo Data Literacy Index revela que 76% da força de trabalho mundial ainda não domina essa habilidade.
Sendo assim, a educação em dados ocupa papel central para reverter esse cenário. E é uma das tendências para a educação. E o mais interessante é que existem formas criativas de abordar a Ciência de Dados com os recursos disponíveis em sala de aula. Inclusive, ela pode começar a ser trabalhada desde a pré-escola!
6. Ensino Híbrido e personalização da aprendizagem
De tendência à realidade, o conceito de Ensino Híbrido ganhou repercussão no Brasil durante a pandemia. Em um curto espaço de tempo, estudantes e educadores tiveram que conciliar os objetivos de aprendizagem ao uso das tecnologias.
Dessa maneira, o que começou como uma estratégia emergencial de Ensino Remoto permitiu uma aproximação da modalidade híbrida. A proposta do Ensino Híbrido, considerado uma das tendências para a educação, é combinar ambientes digitais e presenciais de aprendizagem.
Entretanto, para além do digital, o diferencial do Ensino Híbrido é a possibilidade de repensar a organização da sala de aula, colocando o educador como mediador e o estudante como o centro do próprio aprendizado. Dessa forma, é possível personalizar as intervenções pedagógicas de acordo com as necessidades individuais e coletivas dos estudantes.
Leia mais: Ensino Híbrido: como fazer na minha escola?
Tecnologias imersivas na educação!
Já imaginou explicar sobre a Revolução Francesa passeando pelas ruas de Paris? Ou falar sobre o sistema solar ao mesmo tempo em que interage com os planetas? Essas são algumas das propostas das tecnologias imersivas para a educação.
Através de dispositivos de realidade aumentada, estudantes e educadores podem romper com as dinâmicas de tempo e espaço. Consequentemente, os conceitos ficam mais próximos da realidade e o engajamento durante as aulas aumenta.
Apesar de parecer distante das escolas públicas no Brasil, esse tipo de tecnologia já está disponível gratuitamente no Google Arts & Culture, por exemplo. O SENAI (Serviço Nacional de Educação Industrial) também utiliza realidade aumentada por meio de um aplicativo que pode ser acessado pelo celular.