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O uso responsável da Internet é o primeiro passo para diminuir as agressões online, mas existem algumas estratégias para afastar práticas violentas

As plataformas Facebook e Instagram estão empenhadas em proteger a privacidade dos usuários, combater o bullying em ambiente digital e tornar mais saudável o uso das redes sociais. É o que indica alguns anúncios feitos na conferência anual F8, realizada no dia 30 de abril, na Califórnia, nos Estados Unidos. A pressão por mudanças é global e há medidas que os próprios usuários podem tomar para sua proteção.

As alterações mais emblemáticas são relacionadas ao Instagram, que estuda deixar de exibir o número de curtidas das publicações na página inicial, uma tentativa de minimizar a disputa pela popularidade que se caracterizou na rede social.

Segundo o chefe da plataforma Adam Mosseri, a ideia é que usuários e seguidores se concentrem no conteúdo da publicação, e não em quantos likes a foto ou vídeo recebeu. Além disso, garantiu que a rede social estará focada em combater a prática do bullying.

Alguns recursos estão sendo testados para tornar o app menos tóxico. O botão “nudge” (que pode ser traduzido como um leve toque) estimula a reflexão de usuários que estão prestes a fazer comentários ofensivos. Outros exemplos são a definição de limites de interação para determinadas pessoas e o modo ausente, que incentiva usuários a fazerem uma pausa nas redes sociais em momentos turbulentos da vida deles.

Preocupação universal

O movimento atenta a uma cobrança global pelo aumento da privacidade dos usuários, encabeçada por alguns países da Europa. Em abril, o Reino Unido lançou um código de conduta para serviços de internet que sejam utilizados por usuários menores de idade.

Entre as recomendações se destacam a eliminação dos botões ‘curtir’ e o uso de estratégias que inibam a coleta de informações pessoais desnecessárias e a incentivem a ativação de proteções de privacidade.

Segundo a comissária de Informação do Reino Único, Elizabeth Denham, as normas têm como objetivo “ajudar a criar um lugar aberto, transparente e protegido para as crianças quando estão online”, como noticiou o El País.

O diretor da SaferNet Brasil, Rodrigo Nejm, concorda com esse direcionamento. “A verdade é que essa escalada do ódio e da violência que vemos nas redes sociais não faz bem nem para as empresas responsáveis por elas, porque o ambiente fica tóxico e as pessoas vão se afastando”, explica. Para ele, é urgente levar as pessoas a terem relações mais saudáveis nas plataformas de interação social.

Uma corrente contra o bullying

O Brasil é o 2º país com maior número de casos de bullying em ambiente digital no mundo contra crianças e adolescentes, segundo levantamento realizado em 2018 pelo instituto de pesquisa Ipsos.

O cyberbullying está longe de ser uma brincadeira inocente e traz graves consequências psicológicas, e às vezes físicas, para as vítimas e até para os agressores. Por isso, evitar que aconteça é uma responsabilidade coletiva e começa na forma como cada um de nós usa a Internet.

“Quanto mais a gente alimenta o ódio, compartilha conteúdos violentos, curte comentários negativos e banaliza a discriminação contra uma pessoa ou um grupo, seja  qual for, nós estamos ajudando a tornar a Internet mais tóxica”, alerta Rodrigo Nejm.

Para gerar uma discussão propositiva sobre o assunto, a SaferNet e a Unicef Brasil criaram, com o apoio do Facebook e do Instagram, a campanha Acabar com o Bullying #ÉDaMinhaConta, que incluiu uma série de ações, de palestras sobre o tema, a divulgação de cartilhas no Instagram com orientações para usuários que sofrem, praticam ou assistem episódios de bullying nas redes sociais.

Além disso, a empresa fez um infográfico didático que ajuda a identificar a prática e disponibiliza o Canal de Ajuda, que orienta usuários em tempo real sobre situações de crime e violência na internet, com sigilo das informações.

Confira algumas dicas para você afastar práticas violentas das suas redes sociais:

   1. Personalize o filtro de ofensas

No Instagram, comentários inapropriados, ofensivos ou com bullying são automaticamente filtrados de publicações, stories e vídeos ao vivo. Há um filtro padrão, mas o usuário pode acrescentar novas palavras, hashtags e emojis. No Facebook, o controle maior fica a cargo de quem é moderador de página, que tem total controle para ocultar e excluir comentários, bloquear palavras obscenas e cadastrar filtros de linguagem ofensiva.

   2. Escolha bem quem pode ver suas postagens

Há opções de restrições nas redes sociais. Avalie com cautela antes de postar se você realmente quer dividir aquele momento com todos da sua lista. Se existirem razões para querer maior privacidade, não hesite em restringir o seu público.

   3. Seja seletivo

Procure aceitar amizade apenas de quem você conhece. Assim você evita ter perfis falsos na sua rede de amigos virtuais. De tempos em tempos, vale a checagem na lista de amigos e seguidores para saber se você ainda sabe quem são todos que estão ali.

  4. Aja rapidamente

Se você sofrer alguma agressão virtual, evite contato com o agressor e não se envolva em brigas ou discussões. O melhor é ignorar e rapidamente bloqueá-lo de todas as suas redes sociais, inclusive daquelas que você não costuma usar.

   5. Proteja suas contas

A maioria das redes sociais oferece a chamada autenticação de dois fatores (ou autenticação dupla), que adiciona uma camada extra de proteção aos processos de login da conta. Ela exige que usuário forneça, além da senha, uma maneira complementar de acessar sua conta (SMS ou código enviado por e-mail) sempre que você fizer login em outro dispositivo.

   6. Lembre-se: postou, ficou

Tudo o que você coloca na rede social é permanente. Mesmo que você exclua sua conta, qualquer pessoa na internet pode facilmente imprimir fotos, textos ou salvar imagens e vídeos que já tenham sido alguma vez publicados por meio de um computador.

   7. Não espalhe boatos ou notícias falsas

O uso mais consciente de uma internet sem violência começa por você. Sempre que for compartilhar um link ou uma postagem que envolva outras pessoas, pense nos danos que aquilo pode causar, ainda mais se for uma notícia falsa.

   8. Denuncie

O Cyberbullying é crime previsto no Código Penal e, por isso, deve ser denunciado. Se você sofrer algum episódio, reúna provas: tire printscreens (registro digital da tela do computador) e imprima as ameaças recebidas. Publicações, comentários e mensagens diretas considerados ofensivos também devem ser denunciados às empresas responsáveis pelas redes sociais, que costumam avaliar o teor da denúncia com rapidez e notificar os infratores.

Infográfico descreve como blindar suas redes sociais do bullying. Há um rapaz com mochila e uma moça usando um smartphone desenhados. O texto traz dicas: 1 – Personalize o filtro de ofensas; 2 – Escolha bem quem pode ver suas postagens; 3 – Seja seletivo: só adicione quem você conhece; 4 – Aja rapidamente e bloqueie agressores; 5 – Proteja as suas contas com autenticação dupla; 6 – Lembre-se: o que você posta fica registrado; 7 – Não espalhe boatos ou notícias falsas; 8 – Denuncie, o cyberbulling é crime!
8 maneiras de blindar suas redes sociais contra o bullying
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