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Davi sentiu que precisava encontrar novos caminhos e viu na programação uma forma de impactar positivamente a sua vida e de quem está ao seu redor

#42SãoPaulo#42SPépravocê#Programação

Davi posa para foto na 42 São Paulo

Davi Moreira de Jesus é da cidade de São Paulo, mais precisamente da região do Capão Redondo, na zona sul.

Em 2018, depois de anos trabalhando no setor financeiro e com uma carreira estabelecida, ele entendeu que era hora de buscar algo que realmente fizesse sentido em sua vida. Nesse caminho encontrou a programação — algo que até então não havia passado pela sua cabeça.

“Para te falar a verdade, sempre foi algo muito distante de mim. Até então nunca tinha me imaginado dentro da área. O interesse começou a surgir de fato à medida que eu passei a entender mais as bases da programação. Aí eu comecei a notar quanta coisa legal podemos construir a partir dela”, diz.

A seguir, Davi conta um pouco mais sobre sua trajetória e nos mostra que não importa onde, nem como, buscar aquilo que traz sentido é sempre uma boa opção. Conheça mais sobre o cadete:

 

Conte-me um pouco da sua história.

A minha vida inteira eu atuei no setor financeiro, desde os meus 17 anos, mas em meados de 2018 comecei a sentir uma angústia muito grande. Meu coração me falava que eu tinha que tentar algo novo, mas eu não sabia o que exatamente. Fiz um acordo para sair do trabalho, e algumas pessoas me chamaram de louco por sair de uma empresa onde tinha certa estabilidade. Mas, ou eu fazia isso, ou meu coração não me daria paz.

O ano de 2018 acabou e eu ainda não sabia o que eu queria fazer de fato, eu pesquisava e nada fazia meus olhos brilharem (já tinha perdido o brilho há muito tempo). Foi então que algumas pessoas me perguntaram por que eu não tentava entrar na área de programação. E eu pensava e ria: “eu na área de programação? não sei nem instalar o Windows, imagina programar”. Mesmo assim, comecei a pesquisar mais sobre a área e a dar meus primeiros passos usando portugol (um pseudocódigo que nos permite programar usando o português) na época.

 

Por que escolheu participar da 42 SP?

Apesar de ter começado a me interessar mais pela programação, eu sentia que tinha que fazer um curso para me desenvolver mais rápido. No entanto, cursos de programação são muito caros, ainda mais para quem está desempregado. Nesse momento que descobri, em meados de 2019, que estava vindo para o Brasil uma escola francesa gratuita de programação, chamada École 42 (aqui chamada de 42 São Paulo). Resolvi me inscrever, já que não tinha dinheiro para pagar um curso de programação. Era a chance perfeita para mim!

 

Quais foram suas impressões durante a fase da Piscina?

Quando a segunda etapa do processo iniciou, fiquei sabendo que eles tinham recebido mais de 12 mil inscrições. Cheguei na última etapa do processo, que era essa imersão completa durante 28 dias. Estudei muito durante esse período, geralmente ia dormir às 2h da manhã, foi bem puxado! Mas tudo isso valeu a pena, porque hoje tenho orgulho de dizer que, dos 12 mil inscritos, faço parte das 128 pessoas que passaram e são cadetes da 42 SP!

 

O que diferencia este lugar dos outros que já frequentou?

O que eu mais gosto disso tudo é a forma como a 42 acolhe todos os cadetes (como são chamados os alunos no campus). Apesar de ser uma escola de programação, a instituição tem um olhar muito humano, entendendo que cada um é um ser único com as suas qualidades e dificuldades. Eu gosto disso, porque aprender a programar muitas vezes ‘dói’ e é ‘frustrante’. Mas, hoje, vejo isso como algo normal dado que é muito conhecimento novo e, para aprender qualquer coisa nova, muitas vezes temos de sair da nossa zona de conforto. Com esse olhar humano da instituição, as coisas ficam mais leves, aprendemos a lidar melhor com os nossos sentimentos e acabamos tendo mais empatia uns pelos outros.

 

Qual foi seu maior aprendizado até o momento?

Vivemos em um mundo onde a tecnologia está se enraizando nas bases da sociedade. Ela está em todo lugar, seja na saúde, na economia ou nas relações sociais. Chegamos a um ponto da nossa história em que as pessoas que trabalham com tecnologias são vistas até como uma espécie de ‘super-herói’ do século XXI. Consequentemente, essas pessoas acabam ganhando destaque e voz perante a toda sociedade. A meu ver, com o intuito de diminuir as discrepâncias sociais que observamos em todos os âmbitos, precisamos “dar voz a quem ainda não tem tanta voz”, e uma boa forma de fazermos isso é permitindo que tais grupos tenham acesso a área da tecnologia.

À medida que eu aprendo mais sobre a programação, me apaixonando mais! Eu gosto muito da ideia de entender um problema, imaginar uma solução com um grupo e conseguir “materializar” o pensamento de todos em forma de um software, por exemplo, e assim poder apresentar uma solução para as outras pessoas. Planejo para o meu futuro responder a seguinte pergunta: “Até onde um pensamento ‘materializado’ que eu ajudei a criar pode chegar? Será que posso impactar positivamente uma rua? Um bairro? Um município?”. Eu não sei, mas planejo impactar positivamente o maior número de vidas que for possível para mim.

 

Além da 42 SP e da sua atuação profissional, você tem algum projeto pessoal ou algo que costume fazer nas horas vagas?

Nas minhas horas vagas eu gosto muito de ler, de fazer pequenos desafios de programação e jogar jogos online com os meus amigos.

 

Que dicas daria para quem quer se inscrever na 42 SP?

A primeira coisa que falaria é esquecer boa parte do que ela sabe sobre metodologias de ensino em que o aluno fica num posicionamento mais passivo em relação ao aprendizado. A 42 coloca você em uma posição onde o aprendizado é intenso, a troca de conhecimento entre os participantes acontece de forma constante. Este é o ponto que eu diria que é a força motriz da instituição! Além disso, diria para pessoa não ter medo de errar. Erre quantas vezes forem necessárias para você tomar posse de fato do conhecimento! Com esses dois pontos, mais do que aprender a programar, ela provavelmente vai aprender muito sobre ela mesma no processo.

“A computação sempre foi distante até eu notar tudo o que ela pode construir”
“A computação sempre foi distante até eu notar tudo o que ela pode construir”