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Guiar os alunos na construção de conhecimentos se transformou em uma habilidade necessária ao educador. Entenda o que é esse trabalho de curadoria de conteúdos e como utilizá-lo como apoio na prática pedagógica.

#EscolaDigital#Escolasconectadas

Para ilustrar pauta sobre curadoria de conteúdo, mulher jovem está sentada diante de um notebook com uma estante de livros de capas coloridas ao fundo. Ela tem cabelos loiros e lisos e usa óculos.

A palavra curadoria tem origem na expressão que vem do latim curator, que significa tutor. A expressão começou na área do direito – com o ato de curar, zelar, vigiar por algo – e em seguida passou a ser usada no campo das artes. Aqueles que detinham o conhecimento de organizar exposições em museus – fazendo a curadoria das obras apresentadas – foram chamados de curadores. Eles são os responsáveis por conduzir o público através de uma jornada artística.

Atualmente, o conceito de curador migrou para o setor da educação, com o objetivo de aprimorar os modos de aquisição de conhecimento dos estudantes. A curadoria de conteúdo consiste em identificar, selecionar e compartilhar os melhores e mais relevantes conteúdos tais como publicações, fotos, vídeos, jogos ou ferramentas sobre um tema específico.

 

“Tsunami de informações” 

Com a internet como principal meio de busca por informações, conteúdos que antes ficavam restritos a empresas, pesquisadores ou especialistas passaram a ser democratizados com o público.

Diariamente, milhares de novos vídeos são carregados on-line, postagens em blogs são escritas e publicadas e fotos compartilhadas nas redes sociais. “Nós vivemos na sociedade da informação. Vivemos nesse tsunami de informações”, define a pedagoga e consultora educacional, Grace Pereira. Esta nova configuração digital deixou alguns internautas perdidos quanto ao que é, ou não é importante.

“A habilidade de conseguir fazer uma boa curadoria de conteúdos digitais se refere a você conseguir ter foco, saber exatamente quais são as suas áreas de interesse e quais são as fontes mais confiáveis para você ter acesso a essas informações. É preciso ter acesso a diferentes fontes, mas ao mesmo tempo ter a capacidade de filtrar aquelas que atendem às suas necessidades”, complementa a pedagoga. 

Se os educadores são atravessados por esta avalanche de informação, os estudantes também não fogem à regra. Neste cenário, cabe ao professor fazer uma seleção criteriosa, que apoie os alunos no seu processo de aprendizado.

Grace lembra, no entanto, que é necessário fazer uma diferenciação entre conhecimento e acesso a informações. As informações, segundo ela, são dados, mas o conhecimento é a relação destes dados com as nossas experiências e vivências. “A gente não tem acesso ao conhecimento só por acessar a internet. Nós precisamos ter outras vivências, outros olhares. Somos seres sociais e precisamos da multiplicidade de informações, experiência, vivências para que nós possamos construir os conhecimentos necessários para ter uma vida digna e de qualidade na nossa sociedade”.

Neste caso, ao selecionar, compilar e distribuir conteúdos o educador deve estar atento à realidade dos alunos.

Desenvolvendo criticidade e autonomia

A inclusão de ferramentas e conteúdos inovadores na experiência educacional não faz sentido se não for usada para desenvolver a criticidade, a capacidade de pesquisa e autonomia para experimentar do estudante.

Grace pontua que para que isto seja alcançado, o professor – e curador – precisa entender os métodos de fazer pesquisa. “Ser um bom pesquisador é você saber qual é o seu problema, ter um foco no seu problema, buscar diferentes fontes, confrontar diferentes dados e construir a sua opinião perante ao que você está pesquisando. O professor precisa conhecer quais são as etapas de uma pesquisa para que no processo com os alunos essas etapas fiquem claras”, acredita.

Além disso, é fundamental que esta pesquisa seja desenvolvida com significado. “Quando você pesquisa algo que você não sabe o motivo, que é só para tirar nota, isso já vem carregado da falta de sentido para os alunos. Precisamos fazer boas perguntas”, complementa Grace.

Para a pedagoga, o professor também precisa assumir o papel de autor e de produzir bons conteúdos. “Se você realizou um projeto significativo, colaborativo, investigativo com os estudantes, porque não usa as mídias para divulgar este trabalho? Muitas vezes temos práticas fantásticas nas escolas que ficam restritas àquele local”, finaliza.

 

Avaliação de ODAs 

O processo de curadoria envolve a avaliação e a seleção de objetos digitais de aprendizagem, a partir de diferentes critérios. Veja a seguir os critérios elencados na formação do Escolas Conectadas:

  • Conteúdo: Clareza, rigor científico, linguagem adequada ao público-alvo, presença de exemplos, ausência de preconceitos, estereótipos e conteúdo ofensivo, respeito aos direitos humanos e etc.
  • Aspectos Didáticos e Pedagógicos: Clareza e pertinência do(s) objetivo(s), concepção e contextualização do conteúdo – que supõe ou promove interação entre os estudantes (e os ajuda a compreender o conceito ou a desenvolver a habilidade proposta), forma de apresentação do conteúdo (expositiva, dedutiva, interativa, indutiva etc.), tipos de exercício ou atividade, motivação ou desafio ao estudante; abordagem de diferentes estilos de aprendizagem e etc.
  • Qualidade Técnica: Acessibilidade, funcionamento adequado (não fecha inesperadamente, não trava etc.), portabilidade (funcionamento em diferentes navegadores e sistemas), reutilização ou possibilidade de utilização em diferentes contextos, navegação livre e fácil, originalidade e etc.

A importância da curadoria de conteúdos digitais como prática pedagógica
A importância da curadoria de conteúdos digitais como prática pedagógica