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Engenheira, professora e futura nômade digital, Nathalie Khouri está em transição de carreira para fazer a diferença com a programação aprendida na 42

#42SãoPaulo#42SPépravocê#Programação

Nathalie Khouri posa para foto na 42 São Paulo

Quem faz a 42 São Paulo?
Nome: Nathalie Franco Khouri
Ano de nascimento: 1987
Cidade e Estado: São Paulo – SP
Profissão: Gestora educacional
Turma 42 São Paulo: 1ª turma – Janeiro/2020

Apaixonada por números, cálculos e raciocínio lógico, era de se esperar que a professora de matemática Nathalie Khouri, 32 anos, fosse encontrar na primeira turma da 42 São Paulo um ambiente familiar. Mas não foi exatamente o que aconteceu. “Aprender programação é difícil para caramba! Exige muita dedicação e frustração!”, afirma.

Apesar de destacar o esforço necessário para aprender a trabalhar com tecnologia, Nathalie acredita que o modelo disruptivo adotado pela escola de metodologia francesa, vai muito além da programação. O pensamento computacional, o aprendizado em pares e o trabalho colaborativo falam mais alto quando a questão é desenvolver habilidades.

Aliando flexibilidade, tecnologia, empatia e educação, a gestora educacional pretende viver melhor e fazer a diferença no mundo em que vive. Conheça um pouco mais sobre nossa cadete!

Conte-nos um pouco da sua história.

Tudo começou quando decidi que queria ser engenheira. Durante a faculdade, consegui os primeiros empregos e passei por cerca de sete empresas antes de entender que não me encaixava no mundo corporativo.

Apesar de ter aprendido muito, estava infeliz e frustrada por não conseguir aproveitar o máximo do meu potencial profissional. Para contornar o desemprego, comecei a dar aulas. E me apaixonei. Na época, dava reforço em matemática e inglês, para todas as faixas etárias. Mas foram os pré-adolescentes, entre os 12 e 14 anos, que realmente me fizeram perceber o impacto da educação na vida das pessoas.

A partir de então, resolvi abrir minha própria franquia em uma rede de reforços escolares, mas a sobrecarga e o acúmulo de funções começaram a me atingir. Me desiludi, também, com a falta de espaço que tinha para implementar metodologias inovadoras, já que minhas ideias nem sempre eram ouvidas.

Foi mais ou menos nesse momento que ouvi falar, pela primeira vez, sobre a rotina de um Cientista de Dados. Decidi, ao lado de uma amiga, partir em busca de cursos na área de tecnologia com o objetivo de fazer uma transição de carreira. Através de um post patrocinado no Facebook, descobrimos a 42 São Paulo. Decidimos ir em frente e saber mais sobre a proposta da escola de programação.

Por que escolheu participar da 42 SP?

Duas coisas me atraíram na 42 SP, logo de cara. A primeira delas foi o fato de ser de graça. Eu não tinha condições de investir em um curso de programação e a oportunidade que a escola me oferecia não era de um ou seis meses, era um curso completo! A segunda coisa que me chamou a atenção foi o método de aprendizagem. A proposta de você ser autônomo nos estudos, mas ao mesmo tempo aprender com os pares me encantou muito.

Quais foram suas impressões da fase da piscina?

A fase da Piscina foi quando eu realmente entendi o conceito da 42 SP na prática. Ninguém estava esperando um processo tão intenso. Eu passava dezessete horas por dia na 42. Apesar de você ter a liberdade de determinar seus horários, os projetos exigem muita dedicação.

Por um momento achei que não conseguiria continuar, tive que contratar mais professores que pudessem assumir minhas aulas.Mas algo dentro de mim insistiu e me convenceu de que eu não poderia perder essa oportunidade. É verdade, a piscina, por si só, é transformadora.

A diversidade e colaboração entre os cadetes fazem parte dos valores da 42 SP. Como você percebe isso no dia a dia? Há alguma experiência que gostaria de relatar?

A cultura de comunidade, de trabalhar em conjunto é muito reforçada e com o tempo, essa lógica passou a fazer sentido na prática. Começamos a perceber que quando ajudamos o próximo, recebemos um retorno emocional. Isso nos faz sentir bem. Mas essa mudança de hábito não acontece de um dia para o outro, é um processo.

A Mari Marcílio, que faz parte da equipe da 42 SP, foi fundamental para criar essa atmosfera. Ela conduziu uma série de workshops e oficinas com a gente. Uma delas foi sobre empatia. O objetivo era separar os grupos e fazer com que a gente interagisse com outras pessoas.

Os participantes eram divididos em uma roda de três e cada um tinha sua vez de falar sobre um problema, que poderia ou não estar relacionado à 42. Enquanto um falava, os outros dois escutavam. Depois, era aberto um momento para que os ouvintes opinassem sobre o problema, oferecendo outras perspectivas. Só após essa troca, era vez de outro integrante expor seu problema.

Foi uma experiência muito legal! Nós conseguimos estreitar laços a partir dessa dinâmica. Muito porque trabalhamos o que está em falta na sociedade: fazer uma escuta ativa do outro e se colocar no lugar dele.

O que diferencia este lugar dos outros que já frequentou?

Para mim o maior diferencial é a forma como a escola faz a gente interagir. Quando você aprende com outras pessoas, você tem que se mobilizar para fazer com que a troca aconteça. Isso também garante um processo mais rico de aprendizado, porque acessamos pontos de vistas e experiências diferentes das nossas.

Para mim o maior diferencial é a forma como a escola faz a gente interagir. Quando você aprende com outras pessoas, você tem que se mobilizar para fazer com que a troca aconteça. Isso também garante um processo mais rico de aprendizado, porque acessamos pontos de vistas e experiências diferentes das nossas.

Qual foi seu maior aprendizado até o momento?

Saber lidar com a frustração é um processo que faz parte da proposta da 42. Além disso, trabalhar com os pares é o maior diferencial, mas também um dos maiores desafios. No final das contas, estamos lidando com pessoas de diferentes perfis, que podem ser muito abertas e também muito fechadas para ouvir o outro.

Por isso, aprendi que saber se comunicar de forma assertiva, trabalhar a empatia e escutar ativamente são habilidades que precisam ser desenvolvidas constantemente. Mas, definitivamente, uma das coisas que mais gosto na 42 é poder ter contato com pessoas que vêm de realidades diferentes, tenho aprendido muito com essa troca de experiências.

Além da 42 SP e da sua atuação profissional, você tem algum projeto pessoal ou algo que costume fazer nas horas vagas?

No momento, estou em processo de descoberta. Tenho várias ideias, mas ainda não sei como usar os conhecimentos que adquiri para executá-las. Ainda me sinto muito crua no que diz respeito a programação, mas tenho buscado me envolver em espaços que me permitam entender exatamente o que posso fazer com ela. Participei de um Hackathon que tinha como objetivo encontrar soluções colaborativas para várias áreas afetadas pela pandemia de coronavírus. Minha ideia, futuramente, é ser uma espécie de nômade digital. Trabalhar em projetos para várias empresas diferentes e, em paralelo, tocar um projeto que relacione programação e educação. Acredito que a educação é a base de toda a transformação no mundo.

Você poderia dar algumas sugestões de filmes, séries, livros ou podcasts que te inspiram no dia a dia?

Black Mirror – A série é uma oportunidade muito legal de reflexão sobre o mundo e a tecnologia. Ela abre muito a cabeça da gente e traz para a realidade o que pode acontecer.

Atypical– É uma série sobre um menino autista de alto funcionamento. Ele vai para a escola e consegue, dentro de suas particularidades, se relacionar com as pessoas. Mas o que realmente chama atenção é que a série mostra a complexidade dos personagens e traz uma perspectiva mais humana, reflexiva e ao mesmo tempo divertida sobre a vida.

O Milagre Cela 7 – É um filme sobre vínculo, injustiça e transformações necessárias no mundo.

Que dicas daria para quem quer se inscrever na 42 SP?

Diria que dedicação é fundamental para estar na 42 São Paulo. Vai ter muita gente pra te ajudar, mas também é uma oportunidade de aprender a lidar com a frustração, na programação e nas mais diversas áreas da vida.

“Acredito que a educação é a base de toda transformação no mundo”
“Acredito que a educação é a base de toda transformação no mundo”