Empreendedores e especialistas apontam reflexões e tendências dos negócios para 2021, após um ano de tantas adversidades. Confira!
O empreendedorismo social ocupa um papel central na busca por inovações que ajudem a movimentar, impactar e transformar a vida das pessoas e das comunidades. Em um cenário de crises múltiplas, potencializadas pela pandemia de coronavírus, encontrar soluções criativas e maneiras de se reinventar nunca foi tão urgente.
Para finalizar a série de lives Conversas que Aproximam, em comemoração ao Mês do Empreendedorismo, a Fundação Telefônica Vivo convidou especialistas e empreendedores para debaterem “Reflexões, Tendências e Desafios para 2021”. Assim como os demais encontros, aconteceu pelo YouTube e pelo Facebook da Fundação.
Mais uma vez alinhado ao programa Pense Grande, iniciativa que estimula a cultura empreendedora para jovens de todo o Brasil, a última conversa se dedicou a analisar o cenário de negócios de impacto, a como lidar com as adversidades e discutir as tendências para o empreendedorismo social.
Para conduzir a conversa, a ativista e especialista em inovação social Fernanda Cabral assumiu a mediação ao lado dos convidados Ítala Herta, co-fundadora do Vale do Dendê e Fundadora da DIVER.SSA; Ana Lúcia Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora; Lucas Foster, psicólogo e especialista em economia criativa; e da jovem empreendedora social Mabi Elu, coordenadora de projetos da Favelar.
Confira abaixo alguns dos temas discutidos!
De olho no futuro
Além da crise sanitária associada ao coronavírus, a pandemia também potencializou uma crise econômica mundial, já que atingiu diversas áreas, sendo os negócios um dos mais afetados. No Brasil, segundo pesquisa do Data Sebrae, 98,5% dos 12 milhões de empreendimentos existentes correspondem a micro e pequenas empresas, que geram cerca de 55% dos empregos com carteira assinada no setor privado.
Fazendo um recorte aprofundado no cenário dos negócios de impacto, um levantamento realizado pelo Instituto Quintessa, que faz aceleração de startups sociais, identificou dois dos principais desafios dos empreendedores sociais em um contexto de crise. São eles: acesso a crédito e investimento (listado por 46,4% dos entrevistados) e necessidade de mentoria para tomar boas decisões para seus negócios (78,6%).
Essa realidade se agrava ainda mais para determinados grupos sociais, especialmente os que foram historicamente privados de oportunidades. No Brasil, os empresários negros têm três vezes mais negativas nos pedidos de crédito do que os brancos. É o que mostra o dado da Small Business Administration (SBA), agência do governo dos Estados Unidos que oferece serviços semelhantes ao Sebrae.
Por outro lado, dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), estimam que o Brasil pode mobilizar cerca de 25% da população na abertura de um novo negócio. O levantamento aponta, ainda, que as taxas de empreendedorismo inicial aumentam em períodos de crise. O que parte da necessidade de encontrar novas soluções.
Tempo de inovar
Se a inovação no empreendedorismo é a chave para resolver problemas, em tempos de crise, habilidades como flexibilidade e colaboração são ainda mais essenciais para encontrar saídas criativas. As soluções podem vir de diversas formas, seja adaptando um modelo de negócio, apostando no empreendedorismo em rede ou promovendo novas frentes.
A pandemia trouxe a transformação digital como um elemento impulsionador da inovação, mas também ensinou que apenas desenvolver novas tecnologias não é a solução de todos os problemas. Manter o equilíbrio entre os dados e a inteligência humana e nutrir uma rede entre pessoas que estejam determinadas e motivadas a trabalhar por causas é o que possibilita o verdadeiro acesso a espaços e vivências geradoras de impacto.
Tendências para o empreendedorismo social
Invista no digital: sistemas de inteligência artificial, mineração de dados e a programação fazem parte do movimento de transformação digital e podem ajudar os negócios de impacto. Os aplicativos e plataformas estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, manter a presença digital nesse ambiente é uma tendência em diversos setores.
Educação como modelo de negócio: o setor de startups com foco em educação, conhecidas como EdTechs, está em alta no mercado global. O contexto da pandemia e a necessidade de aderir a modelos de ensino remoto acentuaram a tendência de atrelar tecnologia à educação para gerar novas oportunidades.
Sustentabilidade também é negócio: diante de impactos ambientais que cada vez mais modificam nossa interação com o mundo, a sustentabilidade ganha relevância. O empreendedorismo com foco em ações que preservem e ajudem o meio ambiente se consolida como tendência para os próximos anos para qualquer setor do mercado.
Hiperlocalismo e Exclusividade: ter a sensação de exclusividade trazida por soluções personalizadas e de nicho, aliadas ao conceito de “círculo de consumo local” é uma tendência que se mostra forte entre os consumidores. Isso destaca também o apoio aos pequenos comerciantes e os empreendedores mais próximos à comunidade, tudo motivado pela conveniência da proximidade e atendimento.