A organização Todos pela Educação, neste período de isolamento social, incentiva os pais a estreitarem os laços com os filhos através de perguntas que constroem diálogos
A impossibilidade de sair de casa, ir à escola, visitar os amigos e a família são alguns dos desafios impostos pela pandemia de coronavírus. Apesar das restrições, o isolamento social pode ser uma oportunidade para estreitar laços. Com o intuito de incentivar os pais a conversarem mais com seus filhos, o Todos pela Educação criou a campanha “Conversar Faz Bem” para mobilizar diálogos através de uma seleção de perguntas.
Lançada no final de março de 2020, a campanha #ConversarFazBem, disponível no site e nas redes sociais da organização, indica algumas perguntas que podem ser usadas para iniciar e aprofundar a conversa com as crianças e adolescentes. Apesar do intuito ser a aproximação das famílias durante os tempos de quarentena, a iniciativa pretende construir um espaço aberto a diálogos para além deste período em particular.
“Uma parte importante do desenvolvimento socioemocional e cognitivo das crianças acontece fora das escolas, na convivência familiar, tendo como premissas o diálogo, a confiança e a atenção positiva. Assim, uma vez que os alunos brasileiros estão em casa por um longo período, queremos estimular as conversas que criam conexões entre as crianças, jovens e seus familiares”, acrescenta Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos pela Educação.
100 perguntas que vão dar o que falar
Se você pudesse tirar uma coisa do mundo, o que seria? Qual é a melhor lembrança da sua vida? Essas são algumas das perguntas disponibilizadas pela campanha, tiradas do caderno “100 perguntas que vão dar o que falar”. O material foi elaborado com intuito pedagógico e os questionamentos são segmentados por quatro temas centrais: sentimentos, educação, o lugar da criança no mundo; cultura e esporte.
O caderno foi publicado pela primeira vez em 2015 e surgiu a partir dos resultados de uma pesquisa que indicou a dificuldade de aprofundar o vínculo entre pais e filhos. Considerando que a conexão afetiva é de essencial importância para assegurar as condições emocionais necessárias para uma aprendizagem de qualidade, a campanha decidiu retomar e adaptar o material para o contexto atual.
“Entendemos que o material pode contribuir. Por isso, redirecionamos nossos esforços para transformá-lo em uma iniciativa que possa ser mais disseminada e alcançar mais pessoas”, complementa Priscila Cruz.
Como participar?
O primeiro passo é consultar o material e separar as perguntas que fazem sentido para a realidade das crianças e adolescentes com os quais pretendem conversar. A partir de então, o formato para aplicá-las é livre. As perguntas podem ser feitas através de jogos, com apoio de desenhos e mímicas ou da maneira convencional, olho no olho. O importante é manter a conversa fluindo e garantir o interesse no que eles têm a dizer.
Para aqueles que avaliarem a experiência positivamente, o segundo passo é compartilhar nas mídias sociais individuais um conteúdo inspirador, pode ser um vídeo, a pergunta que usou, a atividade que montou, a opinião sobre a conversa. Tudo isso usando a hashtag #ConversarFazBem, para que a organização possa ter dimensão dos resultados e da adesão à campanha.
Confira algumas dicas, dadas pela equipe do Todos, que podem ajudar a colocar as conversas em prática!
A cartilha está disponível gratuitamente, no site do Todos pela Educação.