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Com o isolamento social, algumas atitudes podem fazer a diferença quando o assunto é sustentabilidade e a preservação do planeta. Saiba como contribuir!

Imagem de um homem segurando um carrinho de mão com latinhas dentro

Diante da pandemia causada pelo coronavírus, debates sobre o meio ambiente se tornam cada vez mais importantes no cenário global. Satélites de monitoramento da Nasa e da Agência Especial Europeia (ESA) mostram uma redução de emissão de poluentes, principalmente de gases nocivos, devido à quarentena e à consequente diminuição do ritmo acelerado do planeta.

Em contrapartida, a natureza segue ameaçada pela perda de biodiversidade, pelo aquecimento global e pela poluição tóxica, como relata o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Desmatamento, tráfico ilegal de espécies e até produção intensiva de alimentos contribuem para a destruição de habitats selvagens. Segundo o Programa, há ainda cada vez mais evidências que surtos ou epidemias podem se tornar mais frequentes à medida que o clima continua a mudar.

De que forma podemos transformar esse cenário?

Preservar a integridade do ecossistema contribui com a saúde e o desenvolvimento humano, ajudando a controlar as doenças, apoiando a diversidade biológica e dificultando a disseminação, a ampliação e a dominação dos patógenos – organismos que são capazes de causar doença em um hospedeiro.

Especialistas indicam que hábitos de consumo e ações sustentáveis por parte da população, grandes empresas e até empreendedores devem ser repensados a partir de agora, aproveitando, inclusive, o contexto de isolamento social, que favorece novas formas de trabalho e atividades cotidianas.

Segundo a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), em reportagem da Folha de São Paulo, o isolamento social deve causar um aumento de 15% a 25% na produção de resíduos sólidos (lixo orgânico e reciclável) nas residências e o lixo hospitalar deve crescer de 10 a 20 vezes. Nesse cenário, a coleta seletiva é uma das principais maneiras de evitar piores consequências para a natureza.

“Estar em casa é uma oportunidade de prestarmos atenção em modelos que normalmente seguimos no automático. Precisamos ir para um processo de mudança que vá para além do isolamento. Modelos de consumo na alimentação, na limpeza, da higiene, no uso da água, da energia, entre outros”, afirma Elissa Fichtler, coordenadora da área de parcerias e inovação do Pimp My Carroça.

A iniciativa defende o reconhecimento e remuneração justa para catadoras e catadores de matérias recicláveis. “É possível empreender olhando para o meio ambiente. Entender os problemas que nós temos para atuar com criatividade e inovação buscando soluções e não meios de gerar mais produtos e o lucro”, reforça a especialista.

Catadores de recicláveis em situação vulnerável

Lucas é catador de recicláveis e atualmente mora nas ruas do Centro de São Paulo. Ele conta que antes da pandemia, conseguia recolher uma quantidade de materiais que o ajudavam a pagar um quarto para dormir e guardar seus pertences. “O preço que me pagavam, dependendo do material que eu entregava, era de até R$ 3,00. Agora, com isso tudo acontecendo, estão querendo me pagar R$ 0,65. Fica difícil até garantir o que comer no dia, imagina morar em algum lugar”, comenta o catador.

Com o fechamento de espaços como ferros-velhos e comércios que fornecem insumos para reciclagem, exemplos como os de Lucas têm se tornado cada vez mais comum nas grandes capitais do país.

Diante da paralisação desses serviços, o Pimp My Carroça tomou a decisão de não fomentar a reciclagem por uma questão de saúde dos catadores. “Lidamos com um público de extrema vulnerabilidade social e risco. Muita gente trabalha há anos em condições insalubres e desenvolveram doenças respiratórias”, comenta Elissa.

A interrupção das atividades levou o projeto a atuar em quatro frentes: a captação de doações para uma renda mínima destinada à média de 2200 catadores que fazem parte da rede; doação de alimentos e de produtos de higiene para distribuição; instalação de kits de água e sabão em pontos estratégicos da cidade; e o uso do aplicativo Catakiapp para fazer a conexão entre geradores de resíduos e catadores de materiais recicláveis.

Para Elissa, o empreendedorismo tem um grande papel nesse cenário e não deve fomentar uma sociedade de consumo sem responsabilidade. “Falamos em sustentabilidade de forma integral: ambiental, social e econômica. Entendemos que os negócios surgem também para gerar lucros. Mas não adianta gerar demanda se não há necessidade, simplesmente por venda”, orienta.

A inovação é parte importante da atitude empreendedora. Por isso, a cadeia da reciclagem tem uma oportunidade de empreender e inovar nos seus processos atuais. “Quando lançamos o aplicativo Cataki, fomos vistos com muita desconfiança. Hoje, ele aumenta os índices de reciclagem no Brasil. Fizemos um estudo recente que mostrou que a plataforma aumenta em até 67% em média a renda dos catadores cadastrados”, revela a especialista em inovação.

Dicas para contribuir

O Pimp My Carroça indicou 10 formas de mudar hábitos do dia a dia na sua casa para contribuir com a sustentabilidade e o meio ambiente. Confira:

– Faça sua própria horta em casa;

– Faça compostagem de resíduos orgânicos – há vários modelos pequenos de composteira para apartamento ou opção para quem mora sozinho;

– Faça compras de comércios locais;

– Escolha produtos com poucas embalagens. Modelos como, shampoo e condicionador em barra podem eliminar até duas garrafas de plástico;

– Tome banhos mais rápidos e evite os horários entre 18h e 20h30 no caso de utilizar chuveiro elétrico;

– Troque as lâmpadas de sua casa por modelos mais econômicos;

– Escolha um cômodo arejado e com boa iluminação natural para fazer o home office, sem a necessidade de ligar a luz durante o dia;

– Acumule um maior número de roupas para passar e faça isso de uma só vez;

– Armazene seu resíduo reciclável, mantenha-o limpo com álcool e quando for possível chame o Cataki;

-Seja solidário nesse momento: doe cobertas, roupas, alimentos, entre outros itens.

Cursos a distância sobre o meio ambiente

Parte do ProFuturo, programa global da Fundação Telefônica Vivo em parceria com a Fundação “la Caixa”  – a plataforma digital Escolas Conectadas fortalece o ensino a distância, o compartilhamento de experiências e o acesso a formação continuada de qualidade para educadores e gestores da Educação Básica.

Para além de hábitos cotidianos, confiram alguns cursos gratuitos relacionados à temática do meio ambiente que podem ser trabalhados no contexto educacional.

Antártica: muito mais do que gelo

Período de Realização: 08 de junho a 06 de julho

Clima do planeta, efeito estufa, aquecimento global, pesquisas brasileiras na Antártica, aspectos físicos, história e curiosidades sobre a vida animal e vegetal são alguns tópicos abordados, acompanhados de inspirações e sugestões de práticas para suas aulas.

Água: gotas de conscientização

Próximas turmas: 22 de junho a 20 de julho

Este curso tem por objetivo discutir tais questões, informar e conscientizar sobre a água e sua importância para os seres vivos. Busca-se aproveitar a problemática contemporânea para tratar de formas de preservação que garantam o uso sustentável deste precioso bem para as futuras gerações.

Pomar doméstico: um futuro saudável com frutas o ano todo

Próximas turmas: 20 de julho a 17 de agosto

O curso “Pomar Doméstico – um futuro saudável com frutas o ano todo” abordará essas questões, trazendo subsídios para o planejamento e a implementação de um pomar doméstico na sua casa ou na sua escola. Além disso, discutirá a importância de hábitos alimentares saudáveis e tratará de perspectivas para a construção de ações didáticas que possam contribuir com a qualidade da alimentação dos nossos alunos.

Como ações do dia a dia em meio à quarentena podem ajudar o meio ambiente
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