Conheça as 3 novas competências digitais essenciais para professores

A necessidade do desenvolvimento de competências digitais para professores e estudantes já era tema de rodas de conversa de especialistas em educação antes da pandemia da Covid-19. Mas o fechamento das escolas e o Ensino Remoto impostos pela crise sanitária aceleraram ainda mais o debate. Bem como potencializaram o uso das tecnologias digitais em diversos setores da sociedade. E mudaram a forma como interagimos, trabalhamos e estudamos.

Assim, em resposta a essas novas demandas, o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB) definiu três novas competências digitais para professores: Análise de dados, Mentalidade orientada a dados e Pensamento Computacional. De acordo com a associação, elas são essenciais para a atuação e desenvolvimento profissional docente.

Para Larissa Santa Rosa, especialista em educação e tecnologia do CIEB, o intuito é que, a partir das novas competências, os educadores possam construir cenários de ensino e aprendizagem que se adaptem a diferentes demandas educacionais. E que sejam capazes de analisar e tomar decisões baseadas em dados.

“A relação e interação de docentes e estudantes com ferramentas e sistemas digitais vem crescendo a cada dia. Isso acomete um volume e uma variedade de dados. É preciso compreender esses dados para usá-los a favor dos processos de ensino e de aprendizagem”, explica Larissa.

Portanto, segundo a especialista, é importante que docentes saibam como analisar os dados obtidos para monitorar e acompanhar a trajetória dos estudantes. Além de otimizar o tempo e apoiá-los nas tomadas de decisão.

A definição das três novas competências foi realizada pelo CIEB, em parceria com a professora Andrea Filatro, especialista no assunto. Elas serão futuramente incorporadas à ferramenta de Autoavaliação de Competências Digitais de Docentes, da organização.

O que é competência digital? 

Assim como para os professores, a Cultura Digital é de extrema relevância para os estudantes. Ela foi incorporada como uma das competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Dessa maneira, o documento a coloca como uma das 10 competências gerais a serem desenvolvidas nas escolas. Portanto, tornou-se essencial para o exercício da profissão dos educadores. Ao passo que impacta em suas práticas pedagógicas e no desenvolvimento profissional.

De acordo com a BNCC, desenvolver cultura digital é compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação. Certamente de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares).  Com a finalidade de se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

Além disso, a competência digital é uma das oito competências essenciais para o desenvolvimento ao longo da vida. É o que diz a a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Afinal, ela é necessária para a comunicação, relacionamentos e vivência cultural. E também para o desenvolvimento de atividade produtiva na sociedade.

Tecnologia e competências digitais para professores de escolas públicas 

A desigualdade social agravada pela pandemia também impacta na educação. Assim como no acesso à tecnologia. Por isso, em relação às escolas públicas, é preciso considerar fatores de ordem social, econômica ou natural para garantir uma aprendizagem plena dos estudantes. Além disso, garantir o apoio aos docentes no desenvolvimento das competências necessárias para atuarem em uma sociedade afetada pela crise sanitária. E já transformada pela cultura digital.

Larissa relata que ainda não se sabe como está o nível de desenvolvimento dos professores brasileiros em relação à análise de dados, à mentalidade orientada a dados e ao pensamento computacional.

“Mas quando tivermos esse cenário esperamos que as Secretarias de Educação ofereçam formação continuada aos professores para que eles possam avançar de nível. Assim como trocar experiências exitosas. Ressaltamos que as formações para o desenvolvimento de competências devem proporcionar aos docentes experimentação e vivência de metodologias ativas. Além de outras possibilidades”, conclui.