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As cinco escolas vencedoras do Desafio reuniram-se em um encontro on-line para relembrar as trajetórias ao longo do programa e celebrar a finalização da assessoria

#DesafioInovaEscola#Educação#Educadores

A imagem mostra a tela de um computador onde se vê várias pessoas em videoconferência

Em 2019, o Desafio Inova Escola, iniciativa que faz parte do ProFuturo, programa de educação global da Fundação Telefônica Vivo e da Fundação “la Caixa”, convidou educadores de escolas públicas e particulares de todo Brasil para elaborarem um plano de ação inovador de transformação de suas escolas.

O intuito foi promover uma construção coletiva do conhecimento, realizada por meio de uma Trilha Formativa, sem a necessidade de experiência prévia ou de um plano de educação já implementado.

Cinco projetos, um de cada região brasileira, foram selecionados e receberam um apoio financeiro no valor de R$10 mil cada. Os escolhidos passaram por uma assessoria técnica para fortalecer a realização dos seus Planos de Inovação.

Por conta da pandemia de coronavírus e das medidas de distanciamento social, o cronograma de atividades aconteceu de forma 100% on-line. E desde março de 2020, as equipes escolares foram assessoradas a distância pela coordenação técnica do CENPEC Educação, parceiro técnico e executor do projeto.

Como reconhecimento aos vencedores nacionais do Prêmio de 2019, foi oferecido, como ação final da assessoria, um intercâmbio das equipes com outras três escolas de referência em inovação. Estas foram escolhidas a partir do mapa do Movimento de Inovação na Educação e da rede de escolas apoiadas por programas da Fundação Telefônica Vivo.

Esta última ação aconteceu remotamente, no dia 20 de abril, e reuniu educadores das equipes vencedoras e representantes das escolas inovadoras. O objetivo do intercâmbio foi promover um espaço de troca de experiências e uma reflexão sobre como inovar na educação.

“O Desafio Inova Escola abraçou a inovação desde sua concepção. Na cocriação, por meio da trilha formativa, e também no formato, ao incentivar a colaboração entre os educadores para buscarem soluções para questões de suas escolas por meio da inovação educativa”, ressalta Renata Altman, gerente de projetos sociais da Fundação Telefônica Vivo, na abertura do encontro.

“A gente precisa de sustentação, de redes de apoio. Pode parecer piegas, mas eu acredito que juntos somos mais fortes. Quero agradecer por vocês continuarem com os planos de inovação neste contexto tão desafiador”, agradeceu, durante o encontro, Bianca Castiglione, consultora de projetos sociais da Fundação Telefônica Vivo.

Compartilhando trajetórias 

Ao apresentar a trajetória da Escola Municipal Constâncio Maranhão, de Vitória de Santo Antão (PE), a educadora Martamiria Delmiro dos Santos Ferreira relembrou a construção do mapa mental durante a Trilha Formativa. “Na época colocamos o mapa mental na parede e passamos um tempo admirando o resultado. Vimos ali uma ideia inovadora que foi construída por nós e respondia a várias necessidades da escola, como currículo, práticas pedagógicas, uso da tecnologia, espaços”, compartilha.

Apesar das dificuldades trazidas pela pandemia, a escola pernambucana conseguiu tirar do papel a construção do seu Espaço Maker. “Achamos que no retorno seria incrível que os estudantes tivessem um espaço dedicado à criatividade na escola”, afirma Martamiria. Mesmo não tendo as aulas presenciais, a construção do Espaço já está gerando frutos.  A escola recebeu a visita do Núcleo de Tecnologia da Cidade, que propôs mediar o intercâmbio do Espaço Maker com outras escolas rurais da região.

A educadora Anna Célia Correa Mendes vive outra realidade. Ela foi a representante da Equipe Inova IEMA do Instituto Estadual de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão. “A nossa Escola é Ensino Médio e Técnico. Por isso, o nosso desafio foi possibilitar a integração entre essas áreas: Base Nacional Comum e Base Técnica”, conta. A equipe percebeu que para vencer este desafio era necessário fazer um planejamento ao lado de toda a comunidade escolar.

Dos principais aprendizados que tiveram durante o percurso foi que, para inovar, é necessário conexão e colaboração. “Se todo mundo não planejar junto, não conseguimos inovar na escola”, diz Anna. Ela também destaca a importância do envolvimento ativo dos estudantes. “Sem o envolvimento deles não é possível superar diversas barreiras, como a interação no Ensino Remoto”.

Segundo Cláudia Aleixo, professora do Instituto Federal Fluminense do Campus Itaperuna, no estado do Rio de Janeiro, o que permitiu a vitória da escola no Desafio foi o trabalho ter a “cara dos alunos”. Eles desenvolveram um projeto, “A fábrica de Jogos”, para resolver alguns problemas da escola: a reprovação, a evasão e a defasagem escolar. “Nós conseguimos conhecer a relação dos alunos com o universo dos games, ver o potencial criativo destes, o trabalho em equipe e o engajamento dos estudantes”, afirma Cláudia.

A Escola Joana Darc de Nova Esperança do Piriá (PA) buscou a melhoria de ensino dos estudantes associando aquilo que era aprendido em sala de aula com o que os alunos já sabiam ou aprendiam em casa. Para que isto acontecesse, o calendário escolar precisou se adaptar à comunidade.

Por conta da pandemia, algumas estratégias precisaram ser modificadas e uma delas foi a importância de fazer visitas às famílias. Por ser uma escola rural, o prêmio do Desafio também permitiu que os educadores levassem energia elétrica para escola, assim como bebedouros e ventiladores. “Agora conseguimos levar a aula para depois das quatro da tarde”, comemora o educador , Márcio da Silva.

Com um projeto voltado para a melhoria da qualidade da água na escola e na comunidade onde estão situados, os educadores da Escola Municipal de Tempo Integral São Sebastião, em Jaboatão dos Guararapes (PE), também foram uma das equipes vencedoras do Desafio.

“A gente acredita que o grande diferencial da nosso proposta foi a instrumentalização da robótica, da automação, de tecnologias alternativas e da sustentabilidade no processo de armazenamento e uso da água no espaço escolar”, ressalta o professor Jackson Atos.

Apesar das dificuldades, os educadores conseguiram fazer o levantamento de voluntários na comunidade para participar do projeto. “Isso seria feito a partir de formulários físicos, mas fizemos a partir de formulários virtuais”, conta Jackson. Também foram feitas ações de revitalização, conserto e reativação de estruturas de armazenamento da água na escola.

 

Trocando saberes 

Os educadores presentes foram reunidos em grupos de discussões para se aprofundarem sobre os temas: Engajamento Escola/Comunidade, Ensino Híbrido, Estratégia de Ensino, Gamificação e Protagonismo do Aluno.

“A gente percebe que foco principal sempre vai ser a aprendizagem do aluno”, introduz
Marcela de Oliveira, diretora da Escola Municipal André Urani, ao falar sobre engajamento. “O caminho para que isso aconteça é reconhecer a escola como ponto central da comunidade. Criar projetos de valorização desta escola e reconhecer este espaço como único que irá marcar a vida do aluno positivamente”, defende.

A educadora ressaltou a importância de haver uma gestão democrática dentro das escolas. “A equipe pedagógica tem uma participação fundamental, porque são eles que fazem os projetos acontecerem.” Ela ainda defendeu a existência de uma escola sem paredes ou muros, para que quem esteja fora dela consiga enxergar o valor que aquela instituição tem para a comunidade.

“A gente se perguntava se era possível ter a educação infantil a partir de aulas remotas, e no decorrer do tempo percebemos que era possível sim. Com planejamento, com engajamento da família e da gestão”, compartilha a educadora Vilma Maria do Nascimento Silva da Escola Municipal Manoel Domingos de Melo.

Ela conta que já vê a educação caminhando para o Ensino Híbrido e que hoje olha para a tecnologia não só como uma ferramenta, mas como uma parceira. “Antes o aprendizado era centrado na sala de aula e hoje nós conseguimos ampliar estas visões. Existem diversos espaços de aprendizagem e a tecnologia nos deu esta oportunidade”, finaliza.

 

Aprendendo juntos 

Ana Cecília Chaves Arruda, coordenadora de Projetos do CENPEC Educação, reforça esta percepção e vislumbra a continuidade das ações feitas. “Esse percurso chega ao final de uma etapa, mas ele não se encerra por aqui, pois segue com a atuação de vocês. A inovação não se encerra, é um caminho de constante renovação na educação.”

Bianca Castiglione finalizou o encontro virtual com uma frase do filósofo e pedagogista norte-americano, John Dewey. “A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.”

Desafio Inova Escola: educadores compartilham aprendizados e experiências sobre inovação educativa
Desafio Inova Escola: educadores compartilham aprendizados e experiências sobre inovação educativa