no Dia da Não-Violência, a comunicação pode ser uma grande aliada na prática de resolução de conflitos. Conheça algumas experiências
Comunicação Não-Violenta
Desenvolvido nos anos 1960 pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, o conceito de Comunicação Não-Violenta vem ganhando muitos adeptos no Brasil. Uma das referências no tema é o inglês Dominic Barter (foto ao lado), aprendiz e colega de Rosenberg por 18 anos, que trabalha com o tema desde os meados dos da década de 1990, quando iniciou seu trabalho em favelas do Rio de Janeiro.
“Fui muito impactado em conhecê-lo e ver o quanto ele entendia de conflito e como as relações de parceria e cooperação funcionam e podem ser recuperadas”, lembra Dominic.
Hoje, Barter roda diversas cidades do Brasil compartilhando práticas de não-violência e diz que continua aprendendo. Ele também acredita que o conceito pode ajudar as escolas a se orientarem conforme os valores dos seus integrantes, bem como apoiá-los a mapear relações de poder na comunidade e distribuir iniciativas para os projetos pedagógicos dos jovens. Abaixo ele nos conta um pouco de sua experiência.
Qual o papel da Comunicação Não-Violenta na mediação de conflitos?
Conflito funciona para anunciar e realizar mudanças dentro de qualquer relacionamento. Numa cultura avessa ao conflito, como é a nossa atualmente, formas democráticas de convivência são muito difíceis. Diálogo é temido, pois ele exige que eu não só te escute, mas mude em consequência daquilo que você fala. Assim buscamos juntos a inclusão de todos. Comunicação Não-Violenta ajuda nortear a mediação numa prática que receba conflitos normalmente, sem sustos, e entenda que ela acontece no campo de comunicação, que se baseia na compreensão mútua e procura um desfecho factível, sustentável e inclusivo.
Como a Comunicação Não-Violenta pode ser utilizada em sala de aula?
Escolas são o primeiro sistema social em que a Comunicação Não-Violenta entrou. Onde muitos de nós aprendemos a diferença e a aventura de convivência com o outro, experimentamos o conflito de formas novas e desenvolvemos parte do nosso senso de justiça. Entender, desde cedo, como as necessidades que compartilhamos funcionam para orientar nossas ações possibilita o desenvolvimento de ambientes de aprendizado respeitosos, seguros e alegres, em que todos na comunidade escolar – professores, alunos e outros – são vistos, cuidados e tenham as condições de crescer.