Os drones vão muito além de robôs voadores. A partir de um sistema de programação, eles se mostram uma solução inteligente para diversos setores da sociedade. Entenda!
Você provavelmente já ouviu falar dos drones, certo? Mas alguma vez já se perguntou como eles funcionam? Afinal, como um aparelho aparentemente “simples” e parecido com um brinquedo pode revolucionar setores como logística, agricultura e segurança?
Inúmeros mercados já exploram as funcionalidades dos drones em suas operações com o objetivo de reduzir custos, agilizar operações e inovar processos. A Amazon, por exemplo, já tem autorização para testar o serviço de entregas via drones nos Estados Unidos. O Walmart começou a fazer testes para a entrega de produtos via drone em até 30 minutos. Aqui no Brasil, uma empresa de medicina diagnóstica utiliza os aparelhos para transportar amostras de exames.
Os drones têm sido bastante utilizados por fotógrafos e cinegrafistas como suporte para câmeras para a captura de imagens aéreas. Essa talvez seja sua aplicação mais comum. Já o Facebook deseja levar conectividade de internet a áreas remotas com drones de internet movidos a energia solar.
“Imagino que algumas inovações dessa tecnologia também podem trazer benefícios cívicos, como assistência em cultura, esporte e lazer. Robôs que podem auxiliar um atleta no seu treinamento, novos jogos e brinquedos que utilizem a tecnologia dos drones para operar. Ou quem sabe a limpeza de resíduos de um rio”, comenta Lucas Schlosinski, educador com experiência em arte-tecnologia, produção gráfica digital e prototipagem.
Desenvolvedores e fabricantes têm pensado na criação de aparelhos cada vez mais autônomos para a utilização em situações de risco, como resgates em locais inacessíveis pelo homem.
A tecnologia e programação por trás dos drones
A maior parte dos drones não opera com inteligência artificial. Eles obedecem aos comandos de um operador como ferramentas robotizadas passivas. E, assim como nos computadores, os equipamentos possuem sistemas operacionais – de código aberto ou fechado – e precisam ser programados.
A DJI, grande fabricante de drones, opera com sistemas de código fechado, mas oferece um conjunto completo de ferramentas para desenvolvimento de software, possibilitando o controle dos seus produtos por aplicativos Android, IOS, entre outros.
Já os drones que utilizam um protocolo de código aberto para comunicação, os chamados MavLink, funcionam com troca de mensagens fortemente tipadas – aquelas em que as variáveis tem um tipo bem definido – com a estação de controle. E é essa simplicidade que permite a utilização de, praticamente, qualquer linguagem de programação, bastando que exista um módulo instalado no drone e outro instalado no dispositivo de controle.
A popularização dos drones revela também uma recente demanda por conhecimento em linguagens de programação, uma vez que parte das suas funcionalidades exige codificação prévia. Ainda que existam aplicativos de automatização de mapeamento, realizar apresentações com drones, como foi feito na abertura das Olimpíadas de Tóquio, demanda planejamento em 3D a partir de um programa de computador, cálculos de trajetória e a programação dos comandos.
“Acredito que a programação dentro do ‘dronemodelismo’ tem diferentes níveis. Desde programar um traçado que o aparelho irá executar, até o comportamento de um sensor, passando pela coleta de dados do aparelho ou sobre seus registros. A programação está em quase todos os níveis de operação desse aparelho, mesmo o operador da aeronave sabendo ou não como alterá-los. A programação desses aparelhos geralmente constitui parte fundamental para pensar inovações dentro do aeromodelismo”, afirma Lucas.
A 42 São Paulo é para você!
Acompanhar esses avanços tecnológicos não parece tarefa fácil e adentrar nesse universo menos ainda. Entretanto, iniciativas como a 42 São Paulo, uma parceria da Fundação Telefônica Vivo com o Instituto 42, ajudam a quem deseja dar o pontapé inicial no mundo da tecnologia e aprender as linguagens fundamentais de programação.
Com um modelo de aprendizagem colaborativa, segue o conceito da gamificação, organizado em 21 níveis e que simulam o trabalho no mundo real. O ritmo de aprendizagem é definido por cada participante que ainda são estimulados a desenvolverem suas habilidades socioemocionais como resolução de problemas, criatividade, determinação e trabalho em equipe.
O papel da robótica educativa
Também conhecidos como robôs voadores não tripulados (VANTs), os drones têm futuro promissor nas empresas de tecnologia. Mas, ainda hoje, apresentam limitações e exigem maior desenvolvimento de robótica inteligente.
Toda essa experimentação com a tecnologia dos drones acaba por incentivar a busca por conhecimento em disciplinas como robótica, matemática, física e química, além da programação. E isso estimula os jovens a praticarem enquanto aprendem.
O Centro Universitário FEI, referência na área de robótica, localizado em São Bernardo do Campo (SP), realiza pesquisas para o desenvolvimento de robôs que atuem de forma mais autônoma. Do estudo, já surgiram sistemas inéditos que permitem às máquinas se identificarem, transmitir informações de localização e reconhecimento de objetos e interpretação de ações.
“A forma como operamos esses aparelhos também se transformaram ao longo dos anos. Muitos recursos tecnológicos têm a intenção de minimizar as dificuldades de operação (pilotagem) e de navegação. Recursos como GPS, estabilização e sensores adicionados nesses modelos fazem com que o drone possa ser pilotado por mais pessoas interessadas. Habilidades como programação, eletrônica, mecânica e até mesmo como cinematografia são boas aliadas para aeromodelistas”, conclui Lucas.