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O lançamento da publicação da Fundação Telefônica Vivo ocorreu durante live com a presença das duas autoras e da escritora Conceição Evaristo para falar sobre como promover uma educação antirracista nas escolas. Saiba mais!

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O lançamento contou com a presença das autoras e da escritora Conceição Evaristo para falar sobre como promover uma educação antirracista nas escolas. Saiba mais!

“Falar sobre educação antirracista é uma necessidade dentro e fora das escolas”. “O tema antirracismo é essencial à sociedade e precisa estar em pauta durante todo o ano, não somente em datas especiais”. Essas foram algumas das afirmações feitas durante o debate realizado no lançamento da publicação digital “Escola para Todos: Promovendo uma Educação Antirracista”, da Fundação Telefônica Vivo.

O encontro on-line, realizado em 20 de outubro, com tradução simultânea em Libras, faz parte da série “Conversas que Aproximam” e foi acompanhado por educadores de todo o país.

O debate foi mediado por Lia Glaz, gerente de Educação da Fundação Telefônica Vivo, e contou com a participação da escritora Conceição Evaristo – referência no tema antirracismo – e de Carolina Chagas Schneider e Fernanda Chagas Schneider. Ambas são as autoras da publicação e fazem a tutoria do curso “Escola para Todos: Promovendo uma Educação Antirracista”, da Plataforma Escolas Conectadas.

A plataforma Escolas Conectadas faz parte do ProFuturo, iniciativa global da Fundação Telefônica e Fundação “la Caixa”, que por meio de práticas inovadoras promove a inclusão de educadores na cultura digital e incentiva o desenvolvimento de habilidades do século XXI nos estudantes.

“A publicação é uma jornada com muitos exemplos de práticas elaboradas, ao longo de mais de seis anos, por professores de todas as etapas da Educação Básica do Brasil. Mais de 4 mil educadores já participaram do curso do projeto Escolas Conectadas e agora podem analisar as práticas na publicação e como elas podem ser aplicadas às realidades dos docentes”, detalha Lia.

Educação antirracista alinhada à BNCC

A obra está organizada por capítulos teóricos, com conteúdos que trazem cenários vividos atualmente pelos professores. Há também 22 planos de aula categorizados, elaborados pelos professores cursistas. Os planos de aula são comentados pelas autoras, que apresentam opções de como eles podem ser aplicados em cada ciclo de ensino. Além disso, há sugestões para falar sobre o tema antirracismo na Educação Básica.

“A disciplina Educação para as relações étnico-raciais (ERER) não é abordada diretamente na BNCC. Mas a educação antirracista pode estar relacionada à Base em diferentes competências em sala de aula. Os professores precisam trabalhar suas práticas para ver a educação antirracista nos objetivos da BNCC”, afirma Carolina Schneider.

As autoras demonstraram como os planos de aula comentados podem ser relacionados com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com as competências gerais, as específicas e as habilidades voltadas para o Ensino Infantil e Fundamental. As especialistas também apresentaram exemplos de como educadores têm abordado o tema com os estudantes.

Ilustração de dois balões com as falas de educadores dando exemplos de como os planos de aula comentados podem ser relacionados à BNCC Balão roxo Língua Portuguesa | Literatura “Antes de realizar a leitura do livro, perguntar aos alunos: vocês já leram contos em que os personagens principais eram negros? Quais? Na biblioteca da escola há mais livros com protagonistas brancos ou negros? Por quê?” Profa. Rita Maria de Oliveira, 5º ano do EF Balão rosa Linguagens e suas tecnologias | Cultura Digital “Após apreciação de alguns vídeos e podcasts curtos, incentivar os estudantes para que produzam (em grupos) seu próprio vídeo ou podcast. Devem pesquisar e escolher uma personalidade negra que tenha realizado grande feito na comunidade local e que talvez ainda não seja (re)conhecida.” Profa. Valéria Cabral Blunck, 2º ano do EM

Questão racial: avanços na educação

Para a escritora Conceição Evaristo, seria pessimismo afirmar que não houve, nos últimos anos, uma discussão mais efetiva sobre pensar a questão racial na educação. Entretanto, ela acredita que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

“Antes, quando se pensava a questão racial na escola, era destacada a professora negra para isso. Passei por isso nos meus anos de magistério. Acho que aos poucos, e a partir da Lei nº10.639/2003, esse olhar tem mudado. Hoje, temos professores brancos e negros incluídos na discussão de uma pedagogia que trate com competência a questão racial”, declara a escritora.

Mas para Conceição Evaristo ainda há um longo caminho a percorrer para uma educação antirracista. “A educação evoluiu nesse sentido, mas ela reflete a sociedade. Não é só a educação que tem a responsabilidade de pensar a questão racial na sociedade brasileira. As políticas públicas são fundamentais para dar condições”, complementa.

A Lei nº10.639/2003 estabelece diretrizes e bases da educação nacional para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”.

Escola como um ambiente acolhedor

Algumas perguntas feitas pelos educadores durante o evento foram respondidas pelas convidadas. Uma das dúvidas foi sobre as metodologias mais eficientes para abordar a temática antirracismo na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Fernanda Schneider comenta que a ferramenta proposta no livro pelas autoras é baseada em ambiência racial. De modo que o ambiente escolar reflita em toda parte estrutural e todas as etnias sejam contempladas.
“Se o ambiente não está condizente com a gente, nos sentimos mal. A pessoa se fecha. E isso ocorre nas instituições. O que vemos nas escolas, nem sempre reflete o público atendido naquele lugar. Então a estratégia é criar um ambiente para que a pessoa se veja acolhida. Não só para EJA, mas para todas as modalidades de ensino”, aponta Fernanda.

Educação antirracista é tema de publicação digital inédita
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