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No último dia de evento, os debates inspiraram jovens e profissionais da educação a trabalharem juntos para responder aos desafios da atualidade

#Educação#enlightED

Palestrantes convidados do enlightED Brasil falam sobre o potencial das juventudes brasileiras para repensar a educação

O terceiro e último dia do enlightED Brasil aconteceu em 21 de outubro e abriu espaço para o potencial transformador das juventudes brasileiras, com exemplos de trajetórias de jovens e empreendedores sociais que estão transformando comunidades a partir da educação.

Organizado pela Fundação Telefônica Vivo, o evento inaugura a primeira edição local de uma das principais conferências globais sobre educação e inovação.

Temas como prioridades para educação pós-pandemia, novas oportunidades de aprendizagem e equilíbrio entre tecnologia e inteligência humana foram debatidos nos dois dias anteriores, com o objetivo de pensar estratégias de redução das desigualdades educacionais.

Confira os principais destaques do evento:

Combatendo a crise de perspectiva 

Da sobrevivência à transformação social, a trajetória de Celso Athayde fortalece o empreendedorismo a partir do olhar da periferia. “A revolução que eu queria fazer sempre esteve baseada na educação, ainda que eu não tenha tido a oportunidade de acessá-la formalmente”, refletiu o CEO da Favela Holding em sua fala de abertura no terceiro dia de enlightED Brasil.

Há mais de 20 anos, a Central Única das Favelas (CUFA) e a Favela Holding movimentam a economia de comunidades em cerca de 24 países. Durante a pandemia, esse conglomerado foi ainda mais relevante para garantir direitos básicos para a parcela da população mais afetada pelas desigualdades já existentes.

“A maior crise que um país pode viver vai além da pandemia, é uma crise de perspectiva. Quando as pessoas perdem a capacidade de projetarem-se no futuro, elas têm que fazer escolhas para sobreviver. Ou dividimos a riqueza que a favela sempre ajudou a produzir, ou continuaremos dividindo as consequências da estagnação social”, alertou  o empreendedor.

Conhecendo de perto o desafio das juventudes pretas e periféricas, Celso Athayde é enfático ao defender a educação como único caminho para mudar esse cenário. “Mas não qualquer uma, queremos uma educação antirracista e libertadora. Não podemos voltar a reproduzir essa lógica perversa, mas sim fundamentar novos modelos de convivência”, concluiu.

 

A potência dos projetos de vida na escola 

O terceiro maior canal de música do mundo, que soma cerca de 65 milhões de inscritos, começou a partir do sonho de um jovem periférico. Konrad Dantas, mais conhecido como KondZilla, não apenas se destaca pelo trabalho como produtor musical, mas também pela forma como conduziu um processo de aprendizagem ao longo da vida.

“Sempre quis viver de música, mas hoje vejo que construímos um ecossistema que começa com o audiovisual e se conecta com outros propósitos, como educação, empreendedorismo e engajamento. Olhando para a KondZilla, só tenho mais certeza de que a educação foi e continua sendo fundamental nessa caminhada”, afirma Konrad.

Compartilhando da mesma perspectiva, a empreendedora social Bia Santos, CEO da Barkus Educacional, ressalta o papel que a escola tem de trazer o cotidiano dos estudantes para dentro do espaço de aprendizagem, despertando-os para possibilidades de desenvolvimento a partir da interação com o território.

“Nem sempre nosso propósito está contemplado dentro de uma sala de aula, por isso é importante ir além dos muros. Eu consegui desenvolver múltiplas habilidades porque meus professores trabalharam como mediadores, apontando caminhos para que minhas escolhas fossem feitas com autonomia”,  relembra Bia, uma das indicadas pela Forbes para a lista Under 30 de pessoas que transformam a educação, que participou da mesa “O Mundo pelos Olhos da Geração Alpha”.

Por uma educação sem muros 

Foi no segundo ano do Ensino Médio que Arthur Felipe, 19, teve a primeira experiência como professor. Após ganhar a medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, em 2017, os colegas de turma contaram com seus conhecimentos durante o tempo em que a escola ficou sem professores de Matemática, Física e Química.

“Percebi que meus colegas aprendiam muito mais quando visualizavam os conceitos na prática do que quando eu utilizava o quadro. Absorver um conteúdo expositivo torna o aprendizado muito mais difícil para quem nunca teve contato com um determinado conhecimento”, pondera o jovem. Hoje, ele cursa Física no Instituto Federal do Rio Grande do Norte e conseguiu recursos para estudar na  NASA.

Em São Paulo, a estudante Juliana Muller chegou à mesma conclusão. Ao estudar sobre ações sociais na escola, entendeu que a melhor forma de aprender era sair às ruas e perguntar a demanda real das pessoas. Junto com outras cinco colegas criou o projeto Além dos Muros, a partir do qual passou a engajar estudantes em ações de cidadania.

“A abordagem do sistema educacional nem sempre se encaixa com a forma de aprender de todos os estudantes. Por isso, considero importante que a escola traga oportunidades de reconhecer as habilidades desses jovens em outros espaços, para que assim nosso potencial não seja reduzido a notas”, opina a jovem de 19 anos, que também é criadora do canal HISTORIAR-TE.

Ambos acreditam no potencial transformador das juventudes e têm altas expectativas para uma escola que incentiva o protagonismo dos estudantes, utilizando metodologias diferenciadas e ativas em prol de uma aprendizagem significativa.

enlightED Brasil: o potencial das juventudes brasileiras para repensar a educação
enlightED Brasil: o potencial das juventudes brasileiras para repensar a educação