Encontro da Rede Escola Digital, aborda inovação educativa e os desafios das redes de ensino para articular competências digitais e BNCC.
Dois dias inteiros de imersão e troca entre representantes das redes de ensino do Brasil. Essa foi a proposta do 9º Encontro Nacional de Lideranças da Rede Escola Digital, que aconteceu nos dias 2 e 3 de outubro, em São Paulo.
Estiveram presentes representantes de 19 estados e do município de Fortaleza (CE), que integram a rede do Escola Digital. Desde 2015, os encontros acontecem duas vezes ao ano promovendo a troca de conhecimento e experiências relacionadas à inovação educativa e difusão da cultura digital, além de estimular a construção coletiva de estratégias para o futuro do projeto.
O Escola Digital é uma plataforma gratuita que oferece a professores, gestores e redes de ensino mais de 30 mil recursos digitais de aprendizagem, proporcionando interatividade, dinamismo e inovação às práticas pedagógicas. A iniciativa é fruto de uma parceria entre Fundação Telefônica Vivo e Instituto Natura, com o apoio da Fundação Lemann, Instituto Inspirare e Fundação Vanzolini.
“O Escola Digital começou como uma playlist de objetos digitais de aprendizagem, mas rapidamente percebemos que precisávamos articular isso com ações de formação, curadoria e incidência política para tornar a tecnologia um tema prioritário na agenda educacional do país”, explica Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare.
Ela conta que a necessidade de formação de uma rede de líderes ligados às secretarias envolvidas no projeto foi fundamental para o amadurecimento do projeto. “A cada encontro a gente vê que esses momentos presenciais são riquíssimos. Não só para o aprofundamento da construção coletiva, mas também para estreitar vínculos. Quanto mais próximas as pessoas estiverem, mais vão utilizar sinergicamente esse ativo que a rede oferece”, complementa.
Sabrina Araújo, gerente de mídias e conteúdos digitais da Secretaria Estadual do Amazonas, participa desde o 3º encontro e reforça esse ponto de vista. “Os encontros são o pontapé inicial para o projeto evoluir a cada ano. Nós temos a possibilidade de inspirar outros com nosso trabalho, dividir angústias e colher experiências que funcionam em outras localidades”, diz.
Momento Roda Viva
esta vez, 24 líderes compareceram ao encontro da rede, muitos pela primeira vez. Para aprofundar as discussões entre os participantes, foi feita inicialmente uma análise aprofundada de três políticas educacionais importantes: BNCC (Base Nacional Comum Curricular), Reforma do Ensino Médio e Formação de Professores.
Tudo foi conduzido por especialistas nos temas: Julia Ishikawa, gerente de políticas educacionais da Fundação Lemann; Maria Alice Carraturi, responsável pela Base de Formação de Professores do MEC, e Eduardo Deschamps, do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Sentados em roda, eles foram entrevistados pelos representantes das redes de ensino em um formato inspirado no Programa Roda Vida, da TV Cultura. “Foi muito bacana o momento”, avalia Deschamps. “A gente tem que trazer o máximo possível os técnicos para as pautas de novas ações educacionais. Eles que vão fazer acontecer lá na ponta”.
“Desde que a BNCC começou a ser discutida, convidados esclareceram muitas coisas em nossos encontros. Então é também um espaço de aprendizagem com atividades formativas que enriquecem nosso trabalho”, descreve Durval Paulo Gomes Jr., que compõe a assessoria pedagógica da Secretaria de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco.
Inovação e tecnologia no foco
A imersão envolveu muita troca entre os participantes. A partir das especificidades enfrentadas por cada uma das redes, os educadores focaram na construção coletiva dos próximos passos da plataforma.
Em grupos, fizeram um levantamento de questões técnicas e pedagógicas da plataforma, refletiram sobre currículo e inserção da tecnologia em sala de aula. Também compartilharam sonhos para o futuro do projeto e houve espaço para atividades práticas.
Parceira executora do projeto, a Fundação Vanzolini disponibilizou um hub de tecnologia ao longo de todo o encontro para que os desenvolvedores da plataforma pudessem ouvir ideias de melhorias diretamente de quem usa a ferramenta. Além disso, promoveu algumas oficinas.
“Sou pedagoga, mas tive a chance de assumir um papel que nunca imaginei: o de desenvolvedora. Criamos um protótipo de objeto digital de aprendizagem que atendesse a uma necessidade específica da nossa rede. É muito legal se apropriar dessa maneira da plataforma”, celebra Selma Bessa Salles, responsável pela equipe de formação de professores da Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza (CE).
“Inovação educativa e cultura digital estão no DNA da Fundação Telefônica Vivo, por isso temos muita sinergia com este projeto. Estamos juntos com o Instituto Natura na construção dos próximos passos para que o Escola Digital continue essa potência que é”, define Renata Mandelbaum Altman, coordenadora do Programa de Articulação e Parcerias da Fundação.