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EMEF Desembargador Amorim Lima, de São Paulo, ficou em segundo lugar no desafio Edumission 2017

Duas crianças alunas da EMEF Amorim Lima sentadas em frente a um computador

Quando recebeu a mensagem de parabéns de um conhecido, a diretora Ana Elisa Siqueira não acreditou: a escola que dirige, a EMEF Desembargador Amorim Lima, localizada no bairro do Butantã, zona oeste de São Paulo, conquistou o segundo lugar no desafio Edumission 2017, que reconhece práticas inovadoras e democráticas na educação ao redor do mundo.

A iniciativa da empresa israelense Education Cities propõe a criação de uma rede internacional de escolas que estão transformando práticas educativas, para que elas possam trocar experiências e inspirar outros espaços de ensino e aprendizagem. A brasileira recebeu o reconhecimento em Londres, no final de janeiro, ao lado da vencedora, No Bell School, da Polônia, e da terceira colocada, a Little Forest Folk, da Inglaterra.

Para estar entre os vencedores, a Amorim Lima superou as etapas de um longo processo de seleção ao longo de 2017. Na fase final, os participantes foram encorajados a produzir pequenos vídeos com práticas, visão educacional e metodologia de ensino.
Além da escola do Butantã, outras dez brasileiras estavam entre as 24 finalistas. Três delas receberam menção honrosa: Wish Bilingual School (São Paulo) pela abordagem holística da educação; Teia Multicultural (São Paulo), pela inovação no modo interdisciplinar de ensino; e Escola Vila Verde (Goiás), por trabalhar com a aprendizagem ambiental.

A votação

No total, 315 escolas se inscreveram no desafio. O critério para escolher as três escolas vencedoras foi uma nota composta 50% votos populares e 50% pelas escolhas de um júri de especialistas em educação, liderado pelo israelense especialista em escolas democráticas Yaacov Hecht. A brasileira Helena Singer, ex-assessora do Ministro da Educação, fez parte do júri.

A EMEF Desembargador Amorim Lima foi a mais votada entre o público geral, com quase quatro mil votos. “Isso mostra que nossa escola tem um projeto significativo para a comunidade e que faz sentido para a nossa sociedade”, acredita Ana Elisa, que trabalha na escola desde 1996 e liderou, nos anos 2000, a proposta de transformação educacional.

Para a diretora, o reconhecimento dá respaldo e garante a continuidade do projeto político pedagógico. Ela também ressalta que o prêmio pode servir para que as secretarias de educação voltem o olhar para práticas diferenciadas. “Têm vários projetos bacanas acontecendo nas escolas brasileiras. Nós precisamos que as secretarias vejam isso e entendam que as coisas podem ser diferentes”, diz.

Ana Elisa Siqueira, diretora da EMEF Desembargador Amorim Lima, que venceu um prêmio internacional

Participação

As práticas inovadoras da EMEF Desembargador Amorim Lima começaram a ser construídas com a comunidade. “Juntos, pensamos em soluções para os problemas que tínhamos na época, como evasão e faltas constantes de professores”, explica Ana Elisa. “Com o tempo, conseguimos transformar a escola em um lugar que fazia sentido para educadores, crianças, pais e toda a comunidade”.

Entre as práticas inovadoras estão os salões multisseriados, com estudantes de diferentes idades trabalhando juntos, os roteiros de estudos, que integram saberes e dão maior autonomia ao estudante no processo de aprendizagem, e as rodas de conversa, que acontecem diariamente e estimulam debates sobre tudo.

Para Flavia Ferrari, professora do Fundamental I e II que participou de todas as etapas do Edumission, a grande vantagem da escola é ter um projeto e uma cultura escolar próprios. “Outras escolas, por não terem projeto, deixam cada professor atuar do seu jeito. Aqui, o professor que chega se soma à cultura de uma escola com forte histórico de sucesso”, diz ela, na EMEF desde 2006.

Desde 2013, a Amorim Lima recebe o apoio da Fundação Telefônica Vivo e do Instituto Natura, por meio do projeto Inova Escola. A escola também faz parte do Mapa da Inovação e Criatividade do Ministério da Educação (MEC) e da lista de escolas transformadoras do Instituto Alana e da ONG internacional Ashoka.

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