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A 2ª edição do Festival da Invenção e Criatividade reuniu mais de 5.000 pessoas e, com palestras e oficinas, discutiu a importância da cultura “mão na massa”

Incentivar novas maneiras de se aprender, criar oportunidades para que alunos e professores sejam autores de projetos e inspirar ambientes de ensino propícios à cultura maker nas escolas foram as propostas do 2º Festival da Invenção e Criatividade (FIC). O evento reuniu cerca de 5 mil visitantes nos dias 13, 14 e 15 de março, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), que fica na zona oeste da capital paulista.

O festival ocorreu durante a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE). Ele é fruto de uma parceria entre o Programaê (iniciativa da Fundação Telefônica Vivo e da Fundação Lemann para aproximar a programação dos jovens), a Poli, o MIT Media Lab e a Rede de Aprendizagem Criativa.

Mãos à obra!
Para permitir que educadores e alunos tivessem contato com a aprendizagem criativa e inspirar a adoção de atividades mão na massa em ambientes educacionais, o FIC contou com mostras interativas, oficinas de programação, além de palestras e debates.

As oficinas do Programaê, por exemplo, buscaram inspirar práticas pedagógicas que usam materiais reciclados, relacionando saberes de universos aparentemente distantes, como física e biologia. “Temos que inspirar novas formas de construir pontes entre o conhecimento e o cotidiano de cada um”, explica Rubem Paulo Saldanha, gerente de programas sociais da Fundação Telefônica Vivo.

Para ele, que palestrou em um dos painéis, eventos como o FIC ajudam a colocar a cultura maker nas escolas em pauta em um país que não tem o costume de trazer esse conceito para a educação básica. “O processo de prototipar, entender, errar e fazer de novo cria um aprendizado rico e transformador. Quanto mais mãos a gente tiver envolvidas nisso, melhor”, defende.

Criatividade e escola combinam?
Criança é naturalmente curiosa. Por que não criar espaço para que essa característica aflore? Por que não estimular a capacidade exploratória dos alunos? Essas foram questões levantadas no painel “Ciência e Criatividade na Escola”, que além de Rubem Saldanha, teve como palestrantes Leo Burd, pesquisador do MIT Media Lab, e Roseli de Deus Lopes, coordenadora geral da FEBRACE e professora da Poli.

“Não adianta ter contato com materiais e investir em um laboratório maker na escola se os educadores não deixarem que as crianças sejam autoras de sua aprendizagem”, defende Roseli.

Já o pesquisador do MIT falou sobre ambientes colaborativos que estimulam troca e aprendizado e como integrar melhor ciência, tecnologia e criatividade em uma escola real, com as limitações que ela oferece.

“Mais do que ter um espaço ideal, acho que os educadores podem se inspirar nos trabalhos de outros professores e entender como experimentar diferentes tipos de espaços, além de integrar as disciplinas”, afirma.

Rubem Saldanha alertou para as profissões do futuro, que cada vez mais demandam pensamento computacional e lógico para ajudar a resolver problemas de forma estruturada. Assim, segundo ele, iniciativas como o Programaê são essenciais.

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BNCC, um incentivo à inovação
Dois painéis falaram sobre os desafios da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a importância da integração do pensamento computacional ao currículo para o desenvolvimento de competências e habilidades.

A professora e palestrante Mônica Mandaji, parceira executiva do  Programaê , destacou que a BNCC dá a oportunidade para que professores façam diferente, com a criação de uma cultura digital para compreender, utilizar e criar tecnologias de forma crítica, significativa e ética, como prevê a 5ª das 10 competências do documento normativo.

“Apesar do nome, o pensamento computacional não requer computador num primeiro momento. Ele visa desenvolver nas crianças e jovens uma forma de pensar na qual eles aprendem a levantar problemas e busquem soluções a partir de uma sequência de passos e processos”, define Mônica.

Espalhando sementes
O evento teve ainda um painel de dicas de como organizar um Festival de Invenção e Criatividade, com três professores que, inspirados pela 1º edição do FIC, em 2017, organizaram eventos semelhantes nas capitais Manaus e Curitiba, além de Mossoró (RN).

“Quando os professores participam d o FIC, eles percebem que podem ter uma educação mais interessante em suas salas de aula. É muito inspirador!”, afirmou o professor Elio Molisani, um dos organizadores do evento de Manaus.

Festival em SP incentiva cultura maker nas escolas
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