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Ouvimos a professora Doani Bertan, finalista do considerado Oscar da Educação, que deu dicas de cursos e congressos para educadores continuarem estudando e desenvolvendo suas práticas pedagógicas.

#Cursos#Educação#Educadores

A imagem mostra as mãos de uma pessoa, em destaque, manuseando um notebook e escrevendo em um caderno sobre a mesa.

A formação continuada é uma realidade entre os educadores brasileiros. A pesquisa Profissão Docente, feita em 2018 com 2.160 professores das redes municipais, estaduais e privadas, aponta que 77% deles finalizaram cursos de especialização. O levantamento mostra ainda que metade considera a profissão desvalorizada, e 69% dos educadores acreditam que a reversão disso passa pela adoção de medidas que favoreçam o aprimoramento profissional. Continuar estudando não é só essencial para crescer na carreira, mas também para acompanhar um mundo em transformação, hiperconectado e exigente de novas competências e habilidades. Ter um caminho em vista ajuda, e muito. Por isso trazemos aqui sugestões de cursos de educação inclusiva da premiada Doani Bertan.

“Existe um ditado que diz: ‘uma vez professor, sempre aluno’. Isso é muito real. Assim como o médico não para de se aperfeiçoar, o professor também não pode parar”, opina a professora. A fala vem com o respaldo de quem ficou entre os 10 finalistas do Global Teacher Prize de 2020, uma das maiores premiações internacionais, destinada a quem transforma a área da Educação.

Atuando na Escola Municipal de Ensino Fundamental Júlio de Mesquita Filho, em Campinas (SP), é idealizadora do projeto Sala8, que se propõe a tornar o ensino de Libras mais lúdico e divertido por meio de videoaulas no Youtube para estudantes com deficiência auditiva e para os que são ouvintes.

A educadora conta que está sempre buscando aprendizados condizentes com as novas gerações, pois cada aluno é um aluno, cada turma é uma turma e os desafios sempre aparecem. Ao longo da carreira, uma formação a levou a outra, pois sempre desejou trabalhar com inclusão de crianças com deficiências.

“Fiz Pedagogia porque queria ser professora, mas eu queria ser professora de surdos. Naquela época, precisei da Educação Especial. Também precisava de um certificado que comprovasse o meu conhecimento em Libras, então fui estudar outra pós-graduação. Depois, quis compreender melhor as dificuldades de aprendizagem dos meus alunos e fui fazer Psicopedagogia”, enumera a professora Doani.

No desenvolvimento da rotina escolar, foi preciso lidar também com a escassez de material bilíngue voltado para alunos surdos e então novamente a educadora recorreu a um curso de pós-graduação. “Com os desafios da minha trajetória, e na busca por aperfeiçoamento, recorri aos estudos”, conta a educadora.

 

Senso crítico e representatividade 

A professora Doani Bertan posa para foto
Professora Doani Bertan

Para Doani, o professor precisa buscar o aperfeiçoamento visando uma educação voltada ao século XXI, possibilitando oferecer e construir junto com as crianças e os jovens um processo de aprendizagem que dê conta de refletir sobre as novas relações que se estabelecem em uma era extremamente tecnológica.

“A criança já nasce ali com o tablet na mão, já começa a ter contato com a tecnologia desde muito cedo. Então, não dá para a sala de aula ser papel, lápis e borracha”, defende a criadora do Canal8.

Além da questão tecnológica, é preciso estar atento às mudanças comportamentais e sociais, as quais também sofrem verdadeiras revoluções com o empoderamento de grupos antes tidos como minorias, como mulheres, pessoas com deficiência, negros e indígenas.

“Quero formar um cidadão crítico, ativo na sociedade, mas como eu faço isso sem levar problemas, além de situações positivas que acontecem no mundo para dentro da sala de aula? A representatividade tem que fazer parte da escola, porque não dá para a sociedade ser uma coisa e a escola ser outra”, argumenta.

 

Encontrando a formação ideal 

Do ponto de vista de quem já cursou quatro pós-graduações e está com um mestrado em Educação em andamento, Doani Bertan é defensora das especializações, pois, na visão dela, funcionam como um funil e complementam a formação do curso de pedagogia que em precisa dar conta de um vasto repertório em apenas quatro anos. Mas pondera que nem sempre a mesma formação dará o mesmo resultado para todos os educadores.

“Às vezes, um curso que foi muito bom para mim, pode não ser tão bom para o outro. Mas recomendo a pós-graduação, porque é focada naquilo que você deseja. Uma pós em Libras, vai falar de Libras. Uma em Alfabetização e Letramento, traz isso na sua raiz. Até porque a Pedagogia é muito abrangente e quatro anos, na verdade, é pouco para o tanto de coisa que a gente vê na faculdade”, analisa.

Outra recomendação da educadora é buscar por congressos de universidades. Ainda que possam exigir um valor de inscrição e demandar o deslocamento para outra cidade, são ambientes ricos em trocas. Com a pandemia, muitos desses eventos passaram a ser on-line, o que abre oportunidade para educadores acompanharem a distância.

“Tive várias participações em congressos, onde a gente aprende somente práticas exitosas e aí consegue puxar para nossa realidade. Você também consegue oferecer uma troca com outros professores que estão passando por alguma dificuldade no ambiente escolar”, relata.

Separamos a seguir alguns congressos e cursos recomendados pela professora Doani Bertan. Venha conhecer!

 

Congressos de Educação

Congresso Educacional do INES
Uma das instituições mais tradicionais da educação inclusiva, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), no Rio de Janeiro, promove anualmente debates e trocas.
Em 2020, foi feita uma versão on-line do evento. A agenda é atualizada periodicamente no site da instituição.

Congresso Brasileiro de Educação Especial
É organizado dentro do Programa de Pós-graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos (PPGES-UFSCar) e tem o objetivo de incentivar e divulgar estudos dentro dessa área, além da troca de saberes entre diversos profissionais.
Com a pandemia, o PPGES tem organizado diversos eventos on-line.

Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos
Promovido pela Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo (ECA-USP), se propõe a dar visibilidade sobre estudos relacionados ao tema e promove um intercâmbio de conhecimento entre os participantes e os autores de HQs.
Em 2020, foram organizadas as Cyberjornadas Internacionais de Histórias em Quadrinho e o material desta e de outras edições está disponível no canal do YouTube do Obervatório de Histórias em Quadrinho.

 

Cursos de formação continuada 

Plataforma Vivescer
Iniciativa do Instituto Península, e com certificado emitido pelo Instituto Singularidades, é uma comunidade onde é possível trocar experiências sobre a prática pedagógica por meio de quatro jornadas de aprendizagem que colaboram para o desenvolvimento integral dos profissionais da educação.

Conheça também plataformas apoiadas pela Fundação Telefônica Vivo

Escolas Conectadas
A plataforma, que integra o ProFuturo – principal projeto de educação da Fundação Telefônica Vivo criado em parceria com a Fundação ”La Caixa” – oferece cursos de formação continuada on-line, gratuitos e com certificação. Os educadores têm acesso a uma gama variada de assuntos, que vão desde bem-estar, até programação e robótica.

Escola Digital
Criada em parceria com o Instituto Natura, além do apoio da Fundação Lemann e Fundação Vanzolini, oferece mais de 30 mil recursos digitais como planos de aula e roteiros de estudo.

Portal TRILHAS
A plataforma colaborativa é voltada para professores alfabetizadores e estudantes de Pedagogia e licenciaturas que desejam aprimorar suas práticas pedagógicas, planejar aulas e descobrir novos caminhos para que seus alunos estejam alfabetizados até o 2º ano do Ensino Fundamental. Os cursos, gratuitos e on-line, são referenciados pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e contam com apoio de vídeos, textos e imagens e ainda estimulam a troca entre profissionais de educação.

Formação continuada: educadora premiada indica cursos de educação inclusiva
Formação continuada: educadora premiada indica cursos de educação inclusiva