De forma lúdica e divertida, a plataforma Eu Empreendo ajuda a exercitar tomada de decisão, liderança criativa e outras competências sociais e profissionais
Por que esperar ter uma empresa para entender os desafios e as vantagens de empreender? Com a plataforma gameficada Eu Empreendo, alunos do fundamental II e ensino médio se divertem enquanto aprendem conteúdos de empreendedorismo, inovação, marketing e finanças, além de lidar com desafios, tomada de decisão e liderança criativa.
Criada em 2016 por Alexandre Henrique Souza, professor de liderança executiva e inovação do Instituto de Pós Graduação de Goiás (IPOG), a ferramenta de ensino à distância oferece aulas interativas com animações, vídeos, simulador de tomada de decisão e até dinheiro de mentirinha, a Bufunfa.
“O estudante coloca a mão na massa para aprender a gerir uma empresa considerando diversos fatores, como preço do produto, investimento em marketing e estudos de lucro e prejuízo”, explica Souza.
Atualmente a solução já é utilizada por 12 escolas do Mato Grosso do Sul, entre elas todas as unidades do SESI. “Já conseguimos impactar mais de 800 alunos”, comemora Souza. No próximo semestre, escolas do Espírito Santo, Ceará e Rio Grande do Norte também usarão a plataforma.
Senhores do destino
A maioria dos jovens de 16 a 27 anos desejam abrir o próprio negócio nos próximos dez anos, como apontou um levantamento recente feito pela consultoria Trendsity, que entrevistou dois mil jovens de toda a América Latina. Dos 500 brasileiros entrevistados, 60% manifestaram a vontade de empreender.
Era uma vez na Índia
Natural de Bandeirantes, no Paraná, Souza começou a ter vontade de trabalhar com estudantes de educação básica quando estava bem longe de casa. Em 2012, durante uma temporada trabalhando voluntariamente na Índia, ele se surpreendeu ao conhecer uma escola que apesar da infraestrutura precária – os alunos não tinham sequer carteiras – alfabetizava suas crianças na língua natal, em inglês e programação.
“Foi quando entendi duas coisas: por que grandes companhias de tecnologia, como Google e Microsoft, são dirigidas por indianos e que a escola não precisa de muito para contribuir para o desenvolvimento de habilidades essenciais para o mundo de hoje”, relembra Souza.
Quando voltou ao Brasil, estava decidido a usar sua experiência para desenvolver um negócio que ajudasse as escolas brasileiras a formarem líderes. “Eu não sabia nada de programar, mas de empreender entendia bem. Naquela época eu já havia sido dono de mais de vinte lojas e franquias”
Junto com amigos desenvolveu, em 2012, o Empreendendo, projeto social que ensina alunos de escolas públicas de periferia a empreender. Com aulas presenciais que duram seis meses, os alunos aprendem a criar empresas, desenvolvem o raciocínio lógico e exercitam o poder de liderança. “Ao avançar na formação, os alunos somam pontos que podem ser trocados por notebooks, bolsas em universidades e cursos de inglês”, explica o professor.
Como conta com recursos limitados, o projeto da plataforma para empreendedores ainda é pequeno e centrado nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Desde sua criação já atendeu mais de 300 alunos de seis cidades. E assim, entre os dois projetos, Souza segue levando a ideia de que o empreendedorismo é a saída para uma fonte de renda que envolve amor, propósito e motivação.