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O Relatório Guia Edutec oferece um importante diagnóstico para a evolução das tecnologias digitais na educação pública brasileira

#Educação#EnsinoMédio

Aluna utiliza tablet durante aula na sala de informática da escola.

Atualmente, as habilidades digitais são cruciais para determinar as condições de desenvolvimento de um país. De acordo com o índice de competitividade de 2022 do Fórum Econômico Mundial, tais habilidades são um dos fatores que estão aumentando as diferenças entre os países de alta renda e o restante do mundo. No ranking, que considera a adoção de Tecnologias da Informação como um dos pilares de competitividade, o Brasil ocupa a 73º posição entre 133 nações. Nesse cenário, avaliar o nível de implementação da tecnologia nas redes de ensino públicas do país se faz uma tarefa mais do que necessária. Lançado em dezembro de 2022, o Relatório Guia Edutec cumpre essa tarefa por meio de um robusto diagnóstico que proporciona maior eficácia no planejamento, execução e monitoramento das políticas públicas de tecnologia educacional nos âmbito federal, estadual e municipal.

Realizado pelo Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), a última edição do Relatório Guia Edutec contou com uma importante novidade: a parceria com o Ministério da Educação (MEC), que disponibilizou o Guia no PDDE Interativo, impulsionando o alcance da pesquisa. No total, foram 104.219 escolas respondentes – representando todas as 27 redes de ensino estaduais, além de 5.230 redes municipais -, o que representa 75% das escolas públicas do Brasil. Trata-se do maior número de participantes já registrado pelo CIEB.

 

Guia Edutec: cresce a percepção da importância da tecnologia na escola 

Para realizar essa avaliação, o relatório considera quatro dimensões: Visão, Competência, Recursos Educacionais Digitais (REDs) e Infraestrutura. Em 2022, a média nacional das escolas ficou no nível básico nas três primeiras dimensões e em emergente na última.

De acordo com o Guia Edutec, 81% dos gestores escolares consideram que o uso das tecnologias digitais pode melhorar a qualidade e equidade da educação brasileira, além de impactar positivamente os processos de ensino e aprendizagem. Contudo, 46% declararam que não há nenhum programa ou projeto implementado em suas escolas para promover a integração das tecnologias digitais nas práticas pedagógicas.

“Esses resultados nos permitem acreditar que existe uma percepção da importância da tecnologia para a aprendizagem e para a gestão escolar. Mas ela não necessariamente se traduz em práticas aplicadas, sejam pedagógicas ou do processo de gestão”, afirma Júlia Borges, especialista em Educação e Tecnologia do CIEB.

Guia Edutec: explorar os REDs com mais consistência 

Segundo os resultados, 45% dos gestores declaram que as formações continuadas de docentes geraram pouco ou nenhum impacto nas práticas pedagógicas na escola; e 43% afirmam que os docentes apresentam habilidades e competências digitais em níveis iniciais.

Os REDs abarcam os conteúdos, ferramentas e/ou plataformas em formato digital para fins educacionais (pedagógicos e/ou administrativos). Segundo o Guia Edutec, 64% das secretarias de educação disponibilizam repositórios de REDs para uso das escolas. Contudo, apenas 16% declaram que esses repositórios são utilizados ativamente pela maior parte dos professores. Enquanto isso, 36% dos diretores afirmam que os docentes usam os REDs para finalidades muito básicas, como utilizar planilhas e preparar apresentações para aulas expositivas.

“A gente enxerga um caminho com alguns desafios para avançar no desenvolvimento de competências digitais dos professores, e o uso mais ativo dos Recursos Educacionais Digitais, que possibilitam a inovação da prática pedagógica”, aponta Larissa Santa Rosa, especialista em Educação e Tecnologia do CIEB.

 

Infraestrutura: o maior desafio 

Considerada por Lucia Dellagnelo, diretora-presidente do CIEB, como um grande gargalo, a infraestrutura se mostra como o maior desafio a ser superado para o avanço das tecnologias digitais nas escolas brasileiras. Afinal, 78% delas relatam que, se uma turma inteira se conectar simultaneamente à rede wi-fi da escola, a internet para de funcionar completamente. Isso significa que a conectividade disponível não atende às necessidades pedagógicas mínimas da escola.

“Hoje, é muito comum que a internet não esteja acessível em todos os espaços da escola. Isso acaba limitando as possibilidades pedagógicas do uso dessa internet”, afirma Raquel Costa, especialista em Educação e Tecnologia do CIEB.

Ainda segundo os resultados, apenas 3% das escolas garantem a proporção mínima de um dispositivo para cada cinco estudantes. Além disso, 33% das escolas públicas brasileiras não disponibilizam dispositivos para uso dos educadores. “Temos um desafio enorme em relação a qualidade de conexão das escolas. E o desafio é ainda maior quando olhamos para a questão dos dispositivos, principalmente para a utilização dos estudantes”, reflete Raquel.

 

Escola Conectada: muito além de computador e internet 

É importante lembrar que, quando falamos em uso de tecnologia na educação, não se trata apenas de computadores e acesso à internet. É com essa finalidade que o CIEB desenvolveu o conceito de escola conectada.

“Aquela que possui uma visão estratégica e planejada para o uso da tecnologia, a incorpora no currículo e nas práticas pedagógicas, tem uma equipe com competência digital e utiliza recursos educacionais digitais selecionados e alinhados ao seu currículo, além de equipamentos e conectividade adequadas. Temos a missão de apoiar os gestores públicos a tornar realidade o conceito de escola conectada”, finaliza Lucia.

Acesse a íntegra do Relatório Guia Edutec – Diagnóstico do Nível de Adoção de Tecnologia nas Escolas Públicas Brasileiras em 2022. Assista o evento de lançamento do documento.

Guia Edutec: os resultados que apoiam a construção de uma escola digital
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