Os itinerários formativos representam a parte flexível da matriz curricular do Novo Ensino Médio. Entenda como eles funcionam!
Um dos objetivos do Novo Ensino Médio é flexibilizar a matriz curricular, ou seja, uma parte do currículo para desenvolver a autonomia e o protagonismo dos estudantes durante essa etapa de ensino. Assim sendo, na prática essa proposta acontece por meio dos itinerários formativos.
Antes de tudo, é importante lembrar que as principais mudanças no Ensino Médio também envolvem o aumento da carga horária total — de 2.400 para 3.000 horas — e a reformulação do currículo a partir de quatro áreas de conhecimento.
Nesse sentido, os itinerários formativos representam a parte flexível da matriz curricular do Novo Ensino Médio (2022), ou seja, representam um conjunto de disciplinas, projetos e oficinas que os estudantes poderão escolher de acordo com seus interesses, aptidões e projetos de vida.
Então, juntamente com as disciplinas obrigatórias, esse componente pretende garantir uma formação integral e mais conectada com as demandas do século XXI. Além disso, a proposta é engajar o estudante no próprio processo de aprendizagem.
Como se organizam os itinerários formativos?
Conforme mencionado anteriormente, os itinerários formativos são a parte flexível da matriz curricular do Novo Ensino Médio. Ainda assim, eles têm de ser organizados levando em consideração, pelo menos, um dos eixos estruturantes abaixo:
Quer saber mais sobre as habilidades e competências relacionadas aos eixos estruturantes? Confira o documento Referências Curriculares para Elaboração dos Itinerários Formativos, lançado pelo Ministério da Educação para orientar as redes de ensino e escolas. É um complemento para compreender os itinerários formativos dentro da matriz curricular do Novo Ensino Médio (2022).
Em outras palavras, isso significa que as ações educativas devem desenvolver competências e habilidades alinhadas ao foco pedagógico de cada eixo estruturante. Embora as redes de ensino não precisem trabalhar obrigatoriamente todos os quatro eixos, a ideia é integrá-los sempre que possível.
Dessa forma, os estudantes têm a chance de desenvolver conjuntos diversificados de habilidades para alcançar uma formação integral. Certamente, os itinerários formativos representam uma oportunidade para a flexibilização da matriz curricular do Novo Ensino Médio (2022).
Novo Ensino Médio e os percursos formativos
Antes de tudo, cada rede de ensino tem autonomia para definir os tipos de itinerários formativos e a sequência dos eixos estruturantes ao longo dos três anos de Ensino Médio. Sendo assim, os caminhos a serem percorridos variam conforme o contexto local.
Por exemplo, cabe às escolas decidir se os itinerários serão apresentados em forma de disciplinas, oficinas ou projetos. Assim também funciona a escolha entre oferecer aos estudantes apenas itinerários de aprofundamento ou combiná-los com a Formação Técnica e Profissional.
Seja como for, a decisão deve levar em conta os seguintes aspectos:
Critérios de elaboração
- Demandas e necessidades do mundo contemporâneo
- Necessidades do contexto regional onde a escola está inserida
- Condições de infraestrutura e disponibilidade do corpo docente
- Campos de interesse dos jovens da comunidade escolar
Fonte: Novo Ensino Médio – Movimento pela Base e Porvir, 2019.
Itinerários formativos e as experiências de aprendizagem
De acordo com o Ministério da Educação é importante oferecer mais de um itinerário formativo por município. Ao passo que os estudantes possam escolher uma sequência formativa ao longo da etapa de ensino.
Nesse sentido, as disciplinas eletivas são uma oportunidade de complementar as áreas de aprofundamento escolhidas pelo estudante.
Mas a principal diferença entre os itinerários formativos e as eletivas está na duração. O primeiro guia o percurso do estudante durante o segundo e o terceiro ano do Ensino Médio. Já as eletivas têm carga horária menor, apresentando uma nova opção de escolha a cada seis meses.
Sob o mesmo ponto de vista, as escolas podem propor parcerias com outras instituições da cidade com o objetivo de ofertar mais opções de escolha.
Assim, é possível aproveitar os espaços de universidades e centros culturais para diversificar as experiências de aprendizagem.
Leia mais: O que pensam os jovens sobre o tema
O processo de decisão dos estudantes e o Ensino Médio
Tanto os itinerários formativos quanto as eletivas precisam levar em consideração as demandas dos estudantes do século XXI.
Não à toa, o projeto de vida passou a ser componente curricular obrigatório durante o Ensino Médio. Ou seja, a partir desse espaço, os estudantes podem trabalhar o autoconhecimento e a consequência de suas escolhas.
Por outro lado, é preciso que os educadores também estejam preparados para orientá-los nesse processo de decisão.
Dessa maneira, o veículo Porvir e o grupo de trabalho do Ensino Médio do Movimento pela Base formularam quatro parâmetros para apoiar os educadores nesse momento de mediação dos estudantes.
Apoiando as escolhas dos estudantes
- Estabeleça critérios bem definidos sobre o que e como escolher os componentes curriculares.
- Assegure que existam espaços de decisão disponíveis desde o 1° ano do Novo Ensino Médio, ainda que eles não estejam relacionados aos itinerários formativos.
- Escute os estudantes sobre seus projetos de vida e ofereça ajuda para identificar os interesses e aptidões que mais dialogam com os objetivos deles.
- Permita que os jovens possam mudar de Itinerário Formativo, caso não se adaptem. Certifique-se de que eles aproveitem as habilidades adquiridas na próxima etapa de desenvolvimento.
Fonte:. Novo Ensino Médio – Movimento pela Base e Porvir, 2019.
Conheça o Itinerário Formativo em Ciências de Dados
Atenta às mudanças no Novo Ensino Médio, a Fundação Telefônica Vivo idealizou o primeiro itinerário de formação técnica e profissional em Ciência de Dados. A partir de 2022, os estudantes receberão a formação em escolas regulares, técnicas e centros educacionais. Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina são os estados que já participam do projeto.
A oferta formativa, que faz parte do Pense Grande Tech, foi organizada em parceria com o CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira), o Social Good Brasil e as equipes técnicas das respectivas Secretarias de Educação. Saiba mais!