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Oitava edição do evento da Associação dos Jornalistas de Educação (Jeduca) foi realizada nos dias 2 e 3 de setembro, em São Paulo, e discutiu, entre outros temas, o impacto da crise climática na educação e o racismo nas escolas. A Fundação Telefônica Vivo foi uma das apoiadoras do evento

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A imagem mostra os participantes da mesa “IA é o futuro da Educação?” Fabio Campos, professor e pesquisador da Universidade da Columbia/TLTL (EUA), Francisco Coelho, professor no CETI Liceu Parnaibano, no Piauí, Geber Ramalho, professor da UFPE, Virgínia Chagas, professora articuladora do Ginásio Educacional Tecnológico Tobias Barreto, no Rio de Janeiro, e a mediadora Jéssica Moreira, Jornalista da TV Globo e da ONG Nós, Mulheres da Periferia.
Fabio Campos, Francisco Coelho, Geber Ramalho, Virgínia Chagas e a mediadora Jéssica Moreira. Foto: Tiago Queiroz/Jeduca

A Inteligência Artificial (IA) na educação e os impactos da crise climática na aprendizagem de estudantes foram alguns dos temas do 8º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca realizado nos dias 2 e 3 de setembro, no auditório da Fecap, em São Paulo. O evento contou com a participação de jornalistas, autoridades educacionais, pesquisadores, professores e estudantes de todo o país, além de especialistas do exterior.

A IA foi objeto de debate da mesa “IA é o futuro da educação?”, realizada no segundo dia do evento. Esta mesa contou com a participação de Fabio Campos, professor e pesquisador da Universidade da Columbia/TLTL (EUA), Francisco Coelho, professor no CETI Liceu Parnaibano, no Piauí, Geber Ramalho, professor da UFPE, Virgínia Chagas, professora articuladora do Ginásio Educacional Tecnológico Tobias Barreto, no Rio de Janeiro e a mediação de Jéssica Moreira, jornalista da TV Globo e da ONG Nós, Mulheres da Periferia.

Os especialistas foram unânimes na questão de que a tecnologia não é capaz de substituir o trabalho do professor, mas, se bem usada, poderá ser uma importante aliada no processo educacional.

“A IA é uma ferramenta que agrega muito, mas o futuro da educação ainda vai ser com bons professores, motivando e emocionando os alunos no processo de aprender. Utilizando a IA como uma ferramenta para contribuir no processo de aprendizado”, afirmou Francisco Coelho, que, além de professor, é especialista em Gestão de Projetos em Tecnologia da Informação da Secretaria de Educação do Piauí. Francisco também destacou que a Inteligência Artificial já é realidade na base curricular do seu estado. “É disciplina obrigatória na rede do estado. Quem ministra? São professores da base comum, como de biologia e geografia. O professor nunca vai ser substituído”, completou.

O professor Geber Ramalho acrescentou: “A IA pode apoiar o aluno. E ajudar o professor a entender melhor as dificuldades dele, sugerir exercícios e conteúdos. Um diagnóstico mais profundo dos alunos ajuda os professores a orientarem suas ações”. Geber é pesquisador nas áreas de Inteligência Artificial, Interatividade e Inovação.

A argentina Silvia Bacher, professora e jornalista, representante da América Latina e do Caribe perante a Aliança Global da UNESCO para Alfabetização Midiática e Informacional, é mais uma voz a exaltar o papel do docente em orientar o uso de IA. “As tecnologias, querendo ou não, estão na vida de todos, de todas as idades. Mas quem nos ensina o uso significativo é a escola”. Bacher participou da mesa “A educação no combate à desinformação”.

Outros temas abordados no Congresso Jeduca deste ano foram o impacto das crises climáticas na educação, como a tragédia que atingiu o Rio Grande do Sul em maio e aumentou a defasagem no aprendizado dos estudantes, a educação no combate à desinformação e a influência da educação nas eleições municipais.

Equidade: o racismo nas escolas

Outro tema debatido no Congresso foi a desigualdade racial nas escolas brasileiras, no painel “Jornalismo e racismo nas escolas”.

Combater o preconceito nas escolas é essencial, apontaram os participantes Ednéia Gonçalves, socióloga e coordenadora executiva adjunta da ONG Ação Educativa, Halitane Rocha, da editora do site Mundo Negro, Daniel Helene, coordenador da Escola Vera Cruz, em São Paulo, Renata Cafardo, presidente da Jeduca e repórter especial do Estadão e a mediadora Cíntia Gomes, jornalista e cofundadora da Agência Mural de Jornalismo das Periferias.

“Enfrentar o racismo no ambiente escolar tem a ver com a discussão de qualidade da educação”, disse Ednéia que atua como formadora de gestoras e professoras na área de Educação e relações raciais no Brasil e no exterior. “Ao discutir políticas públicas educacionais, é necessário que a raça esteja no centro. A raça impacta todo o processo de desenvolvimento da criança. Ela está no centro da desigualdade no Brasil. Quando pegamos qualquer dado, vemos que o recorte racial é fundamental para entendê-lo”, afirmou Lucimar Rosa Dias, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).


Ednéia Gonçalves, a mediadora Renata Cafardo, Halitane Rocha e Daniel Helene. Foto: Tiago Queiroz/Jeduca

Os especialistas opinaram que dar bolsas de estudo para estudantes negros não é suficiente para que sejam integrados adequadamente à escola e não sofram com discriminação. “A ideia de que a gente vai apenas franquear a entrada de novos alunos e que eles vão ter uma boa experiência na escola é uma ideia falsa. Porque o racismo está presente na escola, como está presente na sociedade de maneira geral”, disse Daniel Helene, coordenador dos anos finais do Ensino Fundamental na Escola Vera Cruz, instituição particular de São Paulo.

Na mesa “O que significa realmente incluir uma criança com deficiência na escola?”, a professora Geovana Lunardi, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), sugere um conceito mais amplo, que pensa inclusão e cidadania juntos. “A ideia é que a gente consiga construir uma política de educação inclusiva com uma envergadura tamanha que modifique a lógica da escola. Que ajude a construir uma escola inclusiva, antirracista, que respeite a diversidade de gênero, que seja contra as violências, que se preocupe com o meio ambiente, com as emergências climáticas.” Geovana também participa do CTC de Educação Básica da CAPES e do Conselho da SBPC, e é vice-presidente da World Education Research Association (WERA).

Saeb: Dados do segundo ano fundamental ainda serão divulgados

O segundo dia começou com o “Bate-papo: Palácios e especialistas”, com a participação do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios. Participaram da discussão os especialistas Bruno Bioni, diretor e fundador da Data Privacy Brasil e Guilherme Lichand, da Universidade de Stanford (EUA). A mediação foi da jornalista e editora pública da Jeduca, Marta Avancini.

A imagem mostra os participantes da mesa "Bate-papo: Palácios e especialistas", Manuel Palácios, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Bruno Bioni, diretor e fundador da Data Privacy Brasil, Guilherme Lichand, da Universidade de Stanford, e a jornalista e editora pública da Jeduca, Marta Avancini.

Bruno Bioni, Manuel Palácios, Marta Avancini e Guilherme Lichand. Foto: Tiago Queiroz/Jeduca

Palácios afirmou no evento que haverá uma nova proposta de Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2025, que possa indicar resultados também de desigualdades entre os estudantes. “A ideia é que tenha ao menos dois indicadores adicionais que falem adequadamente das nossas desigualdades”, disse. Palácios também revelou que os dados faltantes do Saeb 2023 sobre o segundo ano do ensino fundamental, referentes à alfabetização, serão divulgados ainda neste ano.

Congresso da Jeduca debate como a Inteligência Artificial pode ser uma aliada da educação
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