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Levantamento feito pelo Datafolha aponta que 98% dos alunos querem uma escola que os prepare para o mercado de trabalho; 92% desejam poder escolher em qual área do conhecimento querem aprofundar seus estudos e 65% querem fazer faculdade.

#NovoEnsinoMédio#TecnologiaDigital

Imagem mostra a estudantes em sala de aula

A grande maioria dos estudantes brasileiros que cursam o ensino médio faz parte da Geração Z (pessoas que nasceram entre o final da década de 1990 e o ano de 2010). Esta é a primeira geração cuja vida está totalmente imersa na sociedade da informação. Portanto, jovens que cresceram numa era de acelerada digitalização e automação da indústria e dos serviços. Esse processo, ao mesmo tempo que criou um mundo mais conectado em âmbito global, ampliando a oferta de informação e as oportunidades de trocas de conhecimento, também produziu forte instabilidade no universo das relações sociais e econômicas.

Um estudo, encomendado ao Datafolha por uma parceria entre o Todos pela Educação, Fundação Telefônica Vivo, Instituto NaturaInstituto Sonho Grande, ajuda a entender como esses estudantes de escolas públicas percebem a educação, o mercado de trabalho e a eles mesmos neste momento de fortes transformações, que foram ainda mais aprofundadas pela pandemia de Covid-19. Conforme o levantamento, 98% dos jovens brasileiros que estão hoje no ensino médio das redes públicas querem escolas que os prepare para o mercado de trabalho, enquanto 92% gostariam que ela os ajude a escolher em quais áreas pretendem aprofundar seus estudos.

Para Americo Mattar, diretor-presidente da Fundação Telefônica Vivo, “viabilizar iniciativas que desenvolvam competências digitais de estudantes e educadores é uma pauta necessária para tornar a escola um espaço mais conectado com o mercado e atraente para o aluno. Quando os temas se conectam, passamos a enxergar melhorias claras de aprendizagem de conteúdos básicos, diminuição da evasão escolar e, consequentemente, aumento nos índices de empregabilidade dos jovens”.

Os interesses dos estudantes, revelados pela pesquisa, estão alinhados com a Reforma do Novo Ensino Médio. Os novos currículos preveem a oferta de itinerários formativos organizados por áreas de conhecimento que permitem ao aluno se aprofundar em áreas de seu interesse.

No entanto, segundo o estudo, o Novo Ensino Médio, que deve ser implementado a partir de 2022, ainda não é muito bem conhecido pela maioria dos estudantes. Apenas 27% tomaram conhecimento e estão bem-informados sobre o assunto.

O levantamento, divulgado em 12 de agosto de 2022 (link para o relatório da pesquisa), ouviu 7.798 estudantes de escolas públicas em todo o território nacional, entre os dias 08 de fevereiro e 18 de abril de 2022.

Pesquisa mostra preocupação dos jovens com o futuro

Ainda conforme o estudo, 65% dos jovens entrevistados querem cursar uma faculdade (65%). Concretizar esse desejo representa um grande desafio para os próprios jovens e gestores públicos de educação, já que dados do IBGE apontam que apenas 24% dos jovens de 18 a 24 anos estão no ensino superior. Além disso, 22% dos estudantes querem fazer um curso técnico após o ensino médio.

Essa preocupação com os estudos e o futuro profissional pode ser compreendida pelos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, que mostra que, no segundo trimestre de 2022, 22,8% dos jovens de 18 a 24 anos estavam desempregados, o que representa mais que o dobro da taxa geral nacional para o período (9,8%). Portanto, eles querem escolas públicas que lhes dê formação para o mercado de trabalho e desejam fazer faculdade, ou curso técnico, porque acreditam que isso lhes facilitará na busca por emprego.

Segundo o levantamento do Datafolha, 31% dos estudantes de ensino médio dizem que trabalham fora de casa. Destes, 71% optaram por encontrar um emprego para ter independência financeira. 20% dizem que é para ajudar em casa. Dentre os que não trabalham, os motivos que os levariam a trabalhar seguem praticamente a mesma proporção: 70% para ter independência financeira e 19% para ajudar em casa.

 

Tecnologias digitais são importantes, mas acesso à internet e computadores ainda é um desafio

Outro elemento importante para melhorar as escolas, segundo os entrevistados, é a tecnologia: 94% dos estudantes concordam que sua utilização nas aulas pode ajudar a melhorar a qualidade delas. No entanto, o acesso à tecnologia ainda não é realidade para todos. 41% dizem que a escola não tem acesso à internet e computadores para trabalhar com tecnologias informacionais nas salas de aula. Além disso, muitos estudantes estão excluídos digitalmente ou incluídos de forma precária no que se refere a suas casas. Apenas 27% dizem não ter acesso à internet em casa e 47% não possuem computadores. Já 98% afirmam ter acesso a um celular, mas destes, 24% precisam dividir o equipamento com outro membro da casa.

O mais importante para a qualidade da escola é ter bons professores

A relação com os professores aparece como um aspecto importante para o sucesso escolar, na opinião dos estudantes: 79% afirmam que um professor os ajudou ou ajuda a construir seus sonhos. No entanto, 49% acreditam que esses profissionais não são reconhecidos e valorizados pela sociedade. Nas respostas espontâneas e múltiplas sobre o que é mais importante para melhorar a qualidade das escolas de ensino médio, a qualidade do corpo docente foi a opção mais citada (29%).

Pesquisa aponta que maioria dos estudantes do ensino médio quer que as escolas públicas ofereçam preparação para o mercado de trabalho
Pesquisa aponta que maioria dos estudantes do ensino médio quer que as escolas públicas ofereçam preparação para o mercado de trabalho