Com mais de 40 palestrantes e um público estimado em duas mil pessoas, o seminário ressaltou a importância do engajamento e da inovação.
Responda rápido: você tem dificuldades para entender a grafia do médico? Já se sentiu incomodado ao ver uma praça abandonada? Fica indignado quando lê notícias como “cinco lições para voltar a ser magra e linda logo depois do parto”? Se a sua resposta é “sim” para todas as perguntas, você, muito provavelmente, vai se interessar pelo Social Good Brasil (SGB). A iniciativa, apoiada pela Fundação Telefônica Vivo desde sua criação, reúne profissionais dinâmicos e interessados em resolver problemas coletivos, unindo tecnologia e inovação ao empreendedorismo social.
As soluções para as questões acima foram premiadas nesta quarta edição do seminário, realizada em Florianópolis dos dias 12 a 14 de novembro. Os projetos fazem parte do Social Good Lab, laboratório anual que torna viáveis ideias relacionadas às novas mídias e tecnologias com finalidades sociais. “Empreendedorismo e inovação vêm de todas as áreas. Usamos metodologia de ponta para tirar do papel e fazer acontecer”, explica Carolina de Andrade, diretora executiva do SGB. Este ano, dos 400 projetos inscritos, 50 conseguiram aprovação e seis chegaram à fase final. Três receberam premiações em dinheiro.
Juntos e mais fortes
Os mais de 40 palestrantes se apresentaram para uma plateia de 2.500 participantes e para milhares de internautas que assistiram ao evento por streaming. Em breve, a íntegra das palestras estará disponível online.
Os quatro blocos em que foi organizado o evento trouxeram para discussão especificidades do conceito de Crowd2Crowd – inovação de muitos, para muitos. Por ser extensa nossa gama de problemas sociais, é preciso uma vasta possibilidade de soluções para enfrenta-la.
Américo Mattar, diretor-presidente da Fundação, destacou a contribuição que a telefonia celular traz para este cenário durante o painel Tecnologia + Comportamento Inovador + Impacto Social = Social Good. “O celular até faz ligação, mas nos permite estar conectados em todo momento. É um poder de informação que não existia. E hoje esse poder está nas nossas mãos”, afirmou Mattar.
Fernanda Bornhausen Sá, presidente voluntária do SGB, lembrou os participantes que todos são agentes da mudança e que ela está na ponta dos nossos dedos. Para a colaboradora, sem o meio corporativo, não vamos conseguir fazer uma transformação social de alto impacto.
“O que une a Fundação Telefônica Vivo ao Social Good Brasil é o ideal de tornar o futuro mais generoso”, definiu Mattar na mesa Inovação Social Nas Empresas. Para nosso diretor-presidente, o caminho não é ficar trancado no escritório, olhando pela janela. É preciso agir em conjunto. “Nosso olhar para o futuro exige dinamismo em um ambiente corporativo e competitivo. Como lidar com cenário tão insólito? Fizemos um estudo de tendências.
Analisamos o que daqui a 15 anos deve acontecer no mercado. ”Clique aqui para conferir as propostas do “Visões de Futuro + 15”.
Gerente de projetos sociais da Fundação, Luis Fernando Guggenberger mostrou, com exclusividade, o teaser do documentário “Juventude Conectada”, que será lançado em 2016.
Educar para transformar
Em um seminário que propõe mudança social, a educação não poderia ficar de fora. A inovação a serviço dela foi pautada no segundo dia do evento, na voz de Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare. Anna destacou a importância de se entender que a tecnologia nas escolas desacompanhada de formação para professores pouco contribui com a transformação. “Para usar tecnologia nas escolas, precisamos garantir conectividade. Mas não basta educar sobre como usar tecnologia. É preciso educar para o que fazer com ela”, ressalta a diretora. “Sem formação para o professor, não vai adiantar levar tecnologia para a escola”. Entre os exemplos destacados pela diretora, está a experiência do Escola Digital, uma plataforma online gratuita voltada para professores, pais, alunos e redes de ensino cujo intuito é dinamizar o ensino.
O tema da inovação em sala de aula foi retomado por Luis Fernando Guggenberger. No painel Escalando impacto positivo no mundo com organizações que pensam e agem exponencialmente, o gerente citou o exemplo do artista francês Jean-Marc Côté, que, no final do século 19, desenhou como seria o futuro dali a 100 anos. Em uma de suas telas, de 1901, os estudantes dos anos 2000 teriam eletrodos, por meio dos quais o conhecimento seria transmitido.
De acordo com Guggenberger, que também participou do Seminário em Ação, na tarde do sábado (14), “a tecnologia é só meio. Mais profundo do que isso é a mudança na forma como a sociedade está se organizando”.