Conheça o instituto norte-americano que trabalha com projeções de cenários futuros, gerando conhecimento para solucionar questões contemporâneas.
Conheça o instituto norte-americano que trabalha com projeções de cenários futuros, gerando conhecimento para solucionar questões contemporâneas.
Novas formas de se trabalhar surgem a cada ano. Cada vez mais atuamos em sistemas colaborativos ou em home office. Estas são tendências que se consolidam na atualidade, ainda mais se pensarmos nas gerações que já experimentam a realidade por meio de dispositivos digitais, usados não apenas como meios de comunicação, mas como ferramentas de transformação social. É o futuro dando sinais no presente.
Em 1968, um ano de transformações políticas no mundo todo, o norte-americano Frank Davidson liderou um grupo de “revolucionários” em uma tentativa de prever possíveis cenários do futuro, utilizando projeções matemáticas pioneiras. Era a semente do Institute for the Future.
Quase cinquenta anos depois, o legado de seu trabalho transformou-se em uma potente instituição de projeção de cenários na Califórnia, nos Estados Unidos. O Institute for the Future trabalha para entender como possíveis tendências podem impactar a sociedade no presente e como pessoas podem usar isso em seu benefício. Assim, a matemática de sua pesquisa se uniu ao poder quase “vidente” da internet para potencializar as projeções.
“Começamos avaliando sinais. Percebemos o que mudou em áreas como tecnologia, habitação, alimentação, educação ou formas de se comunicar. A partir disso, juntamos os sinais e vemos quais começaram pequenos e se redistribuíram, formando cenários. Os cenários do futuro”, conta Dylan Hendricks, diretor do programa Ten-Year Forecast, que no instituto mapeia as tendências para próxima década.
Mas para quem interessa esse conhecimento sobre possíveis futuros? Segundo Dylan, ainda que o trabalho do Institute for the Future seja utilizado por governos e empresas – e somente aquelas que tenham responsabilidade social – para interpretar possíveis cenários políticos ou ajudar em planos de negócios, o cliente que eles visam beneficiar é o público em geral. Por isso, todos os estudos e mapeamentos estão disponíveis online. “Nosso principal objetivo é poder comunicar o que temos aprendido para as pessoas, pois no fim, são elas as mais afetadas e as que sentem na pele as mudanças que conseguimos mapear”, explica.
A rapidez com que conceitos que, aparentemente, demorariam para se apresentar, como carros que se movem de maneira autônoma, realidade virtual aumentada e cidades inteiramente conectadas pela internet, interessam muito aos estudos do instituto, e mais ainda como as pessoas recebem esse tipo de tecnologia e se estão preparadas para usá-la bem.
Em 2016, o olhar do instituto se voltou para geração jovem e como ela irá experimentar as profundas transformações acontecidas nesse século. Já este ano, a equipe deve ser se debruçar sobre as ligações entre as narrativas pessoais – como as pessoas se enxergam, o que fazem, e qual valor produzem – e os sistemas tecnológicos, sociais e de infraestrutura que estão se transformando em velocidade alucinante. “É o que chamamos de geografia da transição”, afirma Dylan.
Para o pesquisador, a tecnologia revela o seu real valor quando é uma ferramenta disruptiva: “A tecnologia, quando bem usada, pode mostrar problemas da sociedade que nos obrigam a refletir, porque ela muda o modo como nós nos comunicamos. E quando nos comunicamos bem, pensamos em maneiras criativas de lidar com problemas que irão surgir”, diz.
Embora não seja possível imaginar o futuro concretamente ou dar certezas sobre o que podemos esperar nos próximos 10 ou 20 anos, ele já se apresenta. Das tantas incógnitas que surgem com as projeções do futuro, Dylan não tem dúvida que a tecnologia é uma previsão acertada e que permeará todas as mudanças pelas quais passaremos daqui em diante.