Em mais um encontro do Conversas que Aproximam, time de empreendedores sociais apontam caminhos para a periferia continuar gerando impacto social
A série de lives Conversas que Aproximam, organizada pela Fundação Telefônica Vivo, chega ao 5º encontro com o tema Empreendedorismo Social e o Olhar da Periferia. Em um cenário de pandemia causado pelo novo coronavírus os empreendedores sociais têm um duplo desafio: seguir promovendo impacto social ao mesmo tempo em que equilibram a sustentabilidade dos negócios.
Formação gratuita em empreendedorismo com o Pense Grande Digital
Com uma proposta gamificada e lúdica, a formação Pense Grande Digital, da Fundação Telefônica Vivo, tem o objetivo de apoiar os jovens na construção de um projeto de vida e na ampliação do repertório no empreendedorismo social. Para iniciar a formação em empreendedorismo online, basta baixar o aplicativo no seu smartphone ou acessar pelo computador https://formacao.pensegrande.org.br, se cadastrar e iniciar as atividades! As inscrições vão até 20 de novembro!
O Instituto Quintessa, que faz aceleração de startups sociais, realizou uma pesquisa recente para entender as dores e os desafios dos empreendedores de negócios de impacto no contexto de crise. Os resultados apontaram para dois pontos de atenção principais: acesso a crédito e investimento (listado por 46,4% dos entrevistados) e necessidade de mentoria para tomar boas decisões para seus negócios (78,6%).
Com a bagagem de quem já lidou com muitos desafios ao longo da jornada empreendedora, o time que debateu formas de lidar com um cenário tão complexo foi formado por Thiago Vinicius – articulador da Agência Popular Solano Trindade que promove serviços e produtos que dialogam com a qualidade de vida do morador da favela; Luis Coelho – sócio-fundador do Empreende Aí, que capacita empreendedores de territórios populares; e Bia Santos – que teve passagem pelo Pense Grande Incubação, programa de formação empreendedora da Fundação Telefônica Vivo, realizado até 2019 – e hoje é CEO da Barkus Educacional, focada em inclusão e educação financeira. A mediação foi de Edgard Gouveia Jr, urbanista, bio arquiteto, game designer e empreendedor social.
É preciso se reinventar
Em momentos de crise, muitos empreendedores encontram saídas na criatividade para fortalecer os territórios onde atuam, seja com a adaptação de seus negócios, a formação de redes ou promovendo novas iniciativas. Veja abaixo, alguns exemplos trazidos pelos participantes do encontro, além de outras informações de interesse sobre o tema:
Empreendedores sociais transformam seus negócios devido à crise sanitária, social e econômica trazida pelo coronavírus. Foi o caso de dois dos convidados desta live. Mesmo com uma queda de 75% nas receitas, a Barkus Educacional continuou estruturando ações de impacto utilizando as redes sociais e disponibilizando conteúdos e ferramentas para ajudar as famílias na economia doméstica.
“Estamos vivendo tempos de muita instabilidade. Esse é o momento de unir forças e nos apoiarmos uns aos outros”, diz Bia Santos.
Já a Agência Popular Solano Trindade se mobilizou em ações para captar recursos, como o fundo emergencial Éditodos, em parceria com outros empreendimentos sociais, como Preta Hub, Vale do Dendê, Fa.vela, Festival Latinidades e Afrobusiness Brasil.
O fundador da Agência nascida no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, Thiago Vinicius, também criou a campanha Adote uma Favela para arrecadar recursos com a intenção de não deixar os empreendedores desistirem de seus negócios.
A potência do senso de comunidade e da atuação em rede
O empreendedorismo social ensina muito sobre comunidade, pois parte sempre de uma experiência coletiva para solucionar problemas em uma busca que envolve autoconhecimento e articulação com os territórios. E a periferia sempre se destacou por buscar seus próprios caminhos com base em necessidades e vivências.
Nesse sentido, investir no empreendedorismo em rede desenvolve conceitos como cocriação, apoio na tomada de decisão e a criação de vínculos. Manter uma rede entre pessoas que estejam determinadas e motivadas a trabalhar por causas possibilita acessar espaços diversos, potencializa vivências e fortalece negócios sociais.
Uma visão de futuro
A pesquisa Favelas Brasileiras, realizada a partir de uma parceria entre o Instituto Data Favela, Locomotiva e a Central Única de Favelas (CUFA), ouviu 2.006 pessoas, de cerca de 63 favelas brasileiras e mostra a potência desses territórios.
Entre os dados, se destacam que 43% dos entrevistados dão nota 10 para felicidade, ou seja, se consideram felizes. No âmbito profissional, cerca de 4,8 milhões de pessoas querem empreender, o que corresponde a 35% da população nesses territórios. Desse total, 75% das pessoas estão confiantes de que conseguirão atingir tal objetivo.
As palavras de Celso Athayde, CEO do Grupo Favela Holding e fundador do Data Favela, apontam para a importância de olhar para o futuro com consciência. “Quando uma pesquisa aponta que o sonho de vários moradores de favela é empreender ou que o território movimenta, anualmente, R$ 119,8 bilhões, o morador vê que não está sozinho e ganha confiança para quebrar paradigmas e realizar sonhos”