Entenda como é feito o cálculo do IDEB e confira os resultados de 2019 do principal índice de avaliação da Educação Básica do Brasil
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é o principal termômetro de qualidade do ensino brasileiro. Formulado, em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC, ele mede a qualidade do aprendizado nacional e estabelece metas para a melhoria do ensino.
Como é feito o calculo do IDEB?
O cálculo é feito a partir de dois aspectos: a taxa de aprovação escolar, obtida a partir do Censo Escolar, e a média de desempenho dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Esta prova testa o conhecimento dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática. O Ideb é medido ao final de três ciclos da Educação Básica, analisando os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental (do 1º ao 9º ano), e ao final do Ensino Médio.
A cada dois anos, o MEC estabelece metas intermediárias para atingir o objetivo final, que consiste em alcançar 6 pontos até 2021 (em uma escala que vai de zero a dez), tanto em escolas públicas quanto particulares. O intuito é atingir o mesmo nível de qualidade educacional médio dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
As metas estabelecidas pelo Índice são diferentes para cada estado, escola e rede de ensino. Elas são feitas conforme as expectativas que o Inep tem de cada região, levando em consideração as suas especificidades.
Em setembro deste ano, o MEC divulgou os resultados do Ideb 2019. Veja a seguir, quais foram os principais destaques e quais conclusões sobre a evolução da Educação Básica brasileira.
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O Ideb de 2019
Na edição de 2019, divulgada neste ano, o Brasil bateu a meta para os anos iniciais do Ensino Fundamental. No entanto, entre o 5º e 9º ano desse círculo e no Ensino Médio os alunos não atingiram o mínimo proposto. Os dados mostram que o nível de qualidade do Ensino Médio brasileiro continua abaixo do esperado pelo Ministério da Educação.
Embora não tenha alcançado a meta prevista, o Brasil teve o maior avanço na série histórica do Ensino Médio, já que desde 2005 estava estagnado nessa etapa.
Segundo Caio Sato, coordenador do núcleo de inteligência do Todos Pela Educação, o Ideb do ano passado apresentou três perspectivas diferentes. “A primeira é uma perspectiva otimista dos anos iniciais do Ensino Fundamental, por conta da confirmação da trajetória ascedente que vinha acontecendo nos últimos anos. A segunda é uma perspectiva de alerta para os anos finais do Ensino Fundamental, que tem avançado aquém do esperado. E a terceira é que o Ensino Médio, foi uma etapa de grande novidade, pois houve um crescimento razoável, mas ainda é a etapa que mais deixa a desejar”, analisa.
De forma geral, os avanços que ocorreram no Ideb 2019 foram impulsionados pela rede pública de ensino, que passou de 3,5 para 3,9 – um aumento de 0,4 ponto – , enquanto na rede privada, a nota passou de 5,8 para 6 – um acréscimo de 0,2.
“A rede privada, no âmbito nacional, não cumpriu com a média esperada em nenhuma das etapas. E a rede pública, em várias etapas, conseguiu cumprir”, acrescenta Caio. Ele lembra ainda que a rede pública tem o maior número de estudantes brasileiros, e que qualquer movimentação nesta rede tem um impacto significativo na média nacional.
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Diferenças regionais
É possível identificar diferenças no desenvolvimento educacional entre as regiões do país. Goiás, por exemplo, foi o único estado a alcançar a meta de qualidade do Ideb no Ensino Médio, enquanto que o Ceará apresentou o melhor desempenho nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos quais a rede municipal tem maior participação. Veja abaixo mais detalhes sobre o desempenho dos estados.
Caio Sato ainda lembra que os destaques “são regiões em que o Estado, centralizado na figura das Secretaria Estaduais de Educação, tiveram protagonismo em apoiar os municípios também. Este é o caso, por exemplo, do Ceará, que virou um forte tutor na qualidade da educação dos municípios”, finaliza.