Da Física para a Programação, Juliano Choi buscou na 42 São Paulo uma transição de carreira para tornar-se um cientista de dados
Quem faz a 42 São Paulo?
Nome: Juliano Choi Rodrigues
Ano de Nascimento: 1992
Cidade e Estado: São Paulo, SP.
Profissão: Pesquisador e doutorando em Física na UNICAMP
Turma 42 São Paulo: 2º Turma/ Fevereiro de 2021
Desde que consegue se lembrar, Juliano Choi é um cientista. Curioso e de perfil investigador, o jovem sonhava com o dia em que os efeitos nos filmes e jogos de seu gênero favorito, a ficção científica, se tornariam reais. Nascido e criado na cidade de São Paulo, deu o primeiro passo em direção a esse objetivo quando foi cursar física na Universidade de Campinas (UNICAMP).
Depois do bacharelado veio o mestrado na mesma área. “Durante esse período de estudos, eu sempre achei que iria seguir uma carreira acadêmica em Física mesmo, mas a realidade é que existem diversas dificuldades sobre optar por uma carreira acadêmica”, relata. Mesmo ainda fazendo parte do programa de doutorado, Juliano decidiu que gostaria de tentar aprender algo novo.
Foi então que a programação e, consequentemente a 42 São Paulo, entrou em seu radar. Uma segunda opção de carreira poderia não apenas ajudá-lo a complementar a formação com competências mais voltadas para profissões do futuro, como também representar uma nova maneira de seguir suas aspirações. Dessa vez como cientista de dados. Conheça mais da história do cadete.
Conte um pouco sobre sua história.
Desde pequeno, eu fui uma pessoa curiosa para saber como as coisas funcionavam. Apesar de não me lembrar de todos os casos, minha mãe sempre me contou que eu desmontava os brinquedos e tentava montá-los de novo. Com algumas pecinhas a menos, que resultava em carrinhos sem pneus!
Aos 7 anos tive meu primeiro computador. Passava horas e horas aprendendo a mexer e ficava procurando novos jogos. Durante o Ensino Médio, mantive o sonho de ser um cientista quando crescesse. Essa decisão me levou a estudar física.
Ao longo do meu tempo na Universidade de Campinas (UNICAMP), segui carreira acadêmica, mas algumas dificuldades passaram a chamar minha atenção quanto ao meu futuro. A falta de investimento em Ciência no Brasil e a necessidade de mudar de estado ou até mesmo de país para achar um emprego na área, me levaram a decidir mudar de carreira.
Dada a minha formação, poderia tentar me especializar e me tornar um cientista de dados. Essa profissão tem se revelado bastante promissora nos últimos tempos, então o próximo passo foi aprender mais sobre programação.
Por que escolheu participar da 42 SP?
A 42 SP me chamou atenção por vários motivos. O aprendizado guiado por projetos é um deles. Gosto de ter uma parte mais ativa no meu aprendizado, onde através do estudo e desenvolvimento do projeto, é possível perceber o que falta e tirar as dúvidas antes de avançar.
O aprendizado entre pares é o que complementa esse aspecto. Entre os seus pares, pode haver aqueles que já tiveram a mesma dificuldade que você está tendo agora, e ter isso como parte da experiência da 42 SP, acelera muito a capacidade de aprender.
Quais foram suas impressões durante a fase do Basecamp?
Durante o check-in, que é parte do processo seletivo para entrar, nós somos avisados de que essa etapa exige dedicação, sendo quase impossível conciliar outras atividades, como empregos e outros estudos. Ouvir de outros participantes que teríamos de dedicar quase 12 horas do nosso dia parecia exagero, até eu começar a participar.
Chegamos sem saber exatamente o que estava acontecendo, o que tínhamos que fazer e como fazer. Mas conversando com os outros, fomos aprendendo e ensinando sobre as ferramentas e exercícios.
Uma das coisas mais incríveis foi as pessoas ajudarem umas às outras para atingir um propósito em comum, que nesse caso era o aprendizado sobre a programação. Eu costumava brincar que estávamos vivendo um efeito “Humanos vs. Máquinas”.
A diversidade e colaboração entre os cadetes fazem parte dos valores da 42 SP. Como você percebe isso no dia a dia? Há alguma experiência que gostaria de relatar?
Na minha experiência, todo problema tem mais de uma solução. A tendência é tentar resolvê-lo a partir das ferramentas que já conhecemos. A diversidade nos perfis dos cadetes, por outro lado, permite que pessoas com diferentes vivências tragam perspectivas novas sobre a maneira de resolver a questão. Isso pode ser bastante enriquecedor para o aprendizado, não só no que diz respeito a parte técnica, mas também como seres humanos. Nos tornamos mais empáticos e abertos para ouvir o outro.
O que diferencia este lugar dos outros que já frequentou?
O ambiente que é cultivado na 42 SP. Há sempre alguém disposto a te ajudar com praticamente qualquer coisa. Existe uma aproximação da equipe com os cadetes também, eles estão sempre prontos para entender e ajudar a comunidade nos problemas que são trazidos. Esse ambiente de honestidade e feedbacks constantes permite uma evolução muito boa no ambiente.
Você poderia dar algumas sugestões de filmes, séries, livros e podcasts que te inspiram no dia a dia?
Eu sempre tive um gosto por ficção científica, então eu recomendaria o filme Ex Machina, a série antológica Black Mirror e o livro “Eu, Robo”, de Isaac Asimov, que nos faz pensar sobre questões éticas e morais relacionadas à tecnologia. Todos eles trazem esses debates que não podemos relevar quando trabalhamos com uma tecnologia que afeta a vida de outras pessoas.
Também tem a série de livros “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, do Douglas Adams, que deu origem ao nome “42”. Não é necessário ter lido para participar da 42 SP, claro, mas traz uma riqueza nos pequenos detalhes e referências usadas no processo de seleção.
Que dicas daria para quem quer se inscrever na 42 SP?
Tenho três dicas:
- Esteja preparado para um trabalho árduo durante e depois do Basecamp, pois o aprendizado é intenso.
- Se durante o aprendizado, você ficar frustrado, por parecer que não está progredindo, saiba que isso é normal, e que não tem problema pedir ajuda para seus colegas e pares.
- Aproveite a experiência da imersão durante o Basecamp como um todo, que tem muito para acrescentar, tanto no desenvolvimento técnico quanto no desenvolvimento humano.