Iniciativa do projeto Programaê! contou com a participação de 40 agentes de inclusão digital dos Telecentros da Prefeitura de São Paulo
Desmistificar a ideia de que programação é para poucos e ajudar professores e gestores a trabalhar inclusão digital nos currículos foram alguns dos objetivos da oficina Onde as girafas encostam o pescoço para dormir? Uma imersão no Pensamento Criativo e Computacional, oferecida pelo Programaê! – iniciativa da Fundação Lemann com a Fundação Telefônica Vivo – nos dias 10 e 11 de maio.
O trabalho de imersão contou com a participação de 40 educadores e pedagogos que irão atuar como agentes de inclusão digital nos cinco Telecentros da Prefeitura de São Paulo. A ideia é que eles possam auxiliar o cidadão a utilizar as ferramentas digitais, mas também que auxilie no preparo dos conteúdos ensinados em sala de aula.
“Uma das competências previstas pela BNCC, a Base Nacional Comum Curricular, é justamente a do pensamento criativo e computacional. Quando o professor associa isso ao currículo, o processo de ensino e aprendizagem se torna muito mais eficiente”, defende Mônica Mandaji, professora doutora em educação e consultora de formação do Instituto Conhecimento Para Todos, parceiro executor da atividade.
O pensamento computacional é uma das bases do Programaê! e, ao contrário do que o nome pode sugerir, ele não requer de imediato o computador. A ideia é desenvolver uma nova forma de pensar em que professores, crianças e adolescentes aprendem a levantar problemas e buscar soluções a partir de uma sequência de passos e processos.
O corpo entende primeiro, depois o computador
A oficina foi dividida em dois momentos. O primeiro, chamado de “Computação Desplugada”, usa brincadeiras e atividades mão na massa e de movimento de corpo para promover a interação do grupo e ajudar a passar conceitos básicos de programação, como os chamados 4Ps: paixão, planejamento, parceria e pensar brincando.
“A gente começa a sensibilização baseada nos conceitos de Paulo Freire, que dizia que você tem que ser feliz enquanto aprende. Você tem que estar envolvido no que está fazendo, tem que ser algo que dá prazer”, explica Mônica.
A segunda etapa já é feita em computadores. Ainda em pares, os agentes se reuniram para passar para a máquina alguns conceitos que eles já haviam aprendido anteriormente. Usando a plataforma Scratch, os educadores criaram jogos simples e complexos, que associavam os conteúdos previstos nos currículos escolares.
Toda a aprendizagem é guiada e sempre em pares, o que fortalece o aprendizado. Outro ponto alto da oficina é o foco no processo, ou seja, o caminho percorrido pelo educador, em vez do resultado. Assim todos podem programar de acordo com o próprio ritmo de entendimento. E cada conquista é comemorada pelo grupo ao final da atividade.
A oficina está sendo levada pela Fundação Telefônica Vivo aos mais diversos municípios do Brasil para ampliar o entendimento sobre inclusão digital e pensamento computacional e criativo na educação. “A gente quer quebrar a ideia de que programação é coisa de outro mundo. Na verdade, ela pode ser feita por todo mundo”, diz Mônica.