Liderança, pensamento analítico e inovação são algumas das habilidades apontadas pelos jovens como fundamentais para conseguir um emprego na próxima década.
Davi Silva Bergioli, de 16 anos, mora na periferia de São Paulo (SP) e estuda no 3º ano do Ensino Médio. Com os pés no mercado de trabalho, ele sabe que jovens da mesma idade não têm a mesma oportunidade.
Para ele, a Educação Básica é um requisito importante para se conseguir um emprego, ao mesmo tempo em que não atende toda a formação que se espera para começar a vida profissional.
O pensamento de Davi vai ao encontro de uma pesquisa realizada por meio da plataforma U-Report do Unicef, em 2020, que reuniu dados de 40 mil jovens em mais de 150 países, mostrando que 31% deles acreditam que a educação atual não os prepara para conseguir um emprego.
“O que nós aprendemos hoje, com certeza nos prepara para o vestibular. Mas quem não pretende ou não tem condições de fazer vestibular não tem outros caminhos”, opina o jovem.
Atualmente, ele trabalha como produtor cultural em diferentes projetos e planeja seguir a carreira circense, mas não encontrou no ambiente escolar as disciplinas voltadas para essa ambição. “Precisaria ter outros tipos de matérias, por exemplo, sobre como falar em público, como fazer network. Isso é extremamente necessário para a vida de qualquer um”.
É a mesma visão dessa parcela de um terço dos jovens apontados pela pesquisa, para quem os conteúdos e os programas de treinamento oferecidos pela escola não correspondem às suas expectativas. Liderança, pensamento analítico e inovação, além de processamento de informações e dados são as habilidades apontadas por eles como fundamentais para conseguir um emprego na próxima década.
Segundo a diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, é preciso ajudar esta geração a desenvolver na escola as aptidões necessárias para o futuro. “Os jovens estão nos dizendo que desejam que as habilidades digitais e transferíveis sejam bem-sucedidas no local de trabalho do futuro”
A relação da escola com a empregabilidade
Na mesma compilação de dados, o Unicef aponta que, a cada mês, 10 milhões de jovens em todo o mundo atingem a idade mínima para começar a trabalhar. No entanto, levam cerca de um ano e meio para ingressar em uma profissão e até quatro anos e meio para encontrar o primeiro emprego com condições ideais.
A situação pode ficar ainda mais complexa, já que existe a previsão de que entre 20% e 40% dos empregos atualmente ocupados por jovens de 16 a 24 anos correm o risco de serem automatizados até 2030. Outro levantamento global, da PwC, descobriu que 74% dos CEOs do mundo todo disseram estar preocupados em encontrar as habilidades certas para expandir seus negócios.
Em vista desses números, o Unicef e a PwC, desenvolveram uma plataforma, lançada no Fórum Econômico Mundial para proporcionar melhores empregos, educação e qualificação para um bilhão de pessoas nos próximos 10 anos.
Kelly Delmiro, de 17 anos, mora em Canindé (SE), cursa o 3º ano do Ensino Médio em uma escola pública e tem uma visão diferente sobre os dados da pesquisa do Unicef, pois se sente preparada para sua profissão atual.
Jovem aprendiz em uma loja de calçados, ela não esperava começar a trabalhar tão cedo. Mas suas habilidades com as redes sociais chamaram a atenção do gerente do espaço e assim surgiu o convite.
“Eu estava tirando fotos com os calçados para o meu Instagram. Então eles me perguntaram se eu poderia cuidar das redes da loja. Já estou há um ano com essa responsabilidade”, conta entusiasmada.
Das disciplinas que teve em sala de aula, Kelly acredita que foi uma mais recente, sobre Projeto de Vida, que a preparou para o mercado de trabalho.
“Me ajudou muito a conhecer algumas profissões e a ver como o Empreendorismo pode nos ajudar. Eu aprendi muito sobre protagonismo para desenvolver minhas habilidades e a conseguir pensar sobre o meu futuro”, explica a jovem.
Projetando o futuro profissional
Quando ingressam no Ensino Médio, os alunos se deparam com uma das desafiadoras etapas escolares e da vida pessoal também. É nesse período, marcado pelas mudanças de currículo e por novas responsabilidades, que os jovens começam a decidir o seu futuro profissional.
Aos 16 anos de idade, José Maria Gregório Júnior, de Aracaju (SE), já sonha com o futuro. Ele ainda não se decidiu entre Medicina ou Engenharia. Porém, foi a partir das matérias da escola que direcionou sua vocação. Para ele, os estudos terão que fazer parte de toda a sua vida.
“Vou seguir estudando bastante para me preparar e sei que vou precisar me dedicar até depois da faculdade para continuar aprendendo muito, me renovando com cursos e qualificações”.
Ele considera importantes os aprendizados da escola que vão além das apostilas e dos livros, focando no convívio entre grupos de pessoas e nas trocas de experiência.
“Tudo o que aprendemos na escola nos ensina a viver em sociedade. Eu desenvolvi assim habilidades que não sabia, como respeitar a opinião do outro, trabalhar em grupo, respeitar os prazos e me dedicar para conseguir passar de ano”.
Modelo inovador de aprendizagem: conheça a 42 São Paulo
Ainda sobre o futuro do trabalho, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) considera que 32% dos postos de trabalho devem mudar radicalmente por causa da tecnologia. Em um mundo fortemente impactado por uma pandemia, as profissões ligadas a essa área tendem a crescer e muitas novas carreiras devem surgir.
Por isso, modelos únicos de aprendizagem, como o da 42 São Paulo, que conta com a Fundação Telefônica Vivo como parceira estratégica, ganham destaque com um conceito pedagógico inovador, em que a essência é a formação e o desenvolvimento na cultura digital.
Totalmente gratuita e com o objetivo de ser cada vez mais inclusiva e diversa, tem o processo seletivo aberto a qualquer pessoa acima dos 18 anos. Embora o escopo formativo principal seja o ensino de programação, não é preciso ter conhecimento, experiência, ou qualquer formação prévia. O principal é a vontade de aprender.
Ao longo da jornada, a pessoa terá adquirido conhecimento técnico para atuar em diversas áreas do campo tecnológico, além de aprimorar habilidades e competências socioemocionais importantes em qualquer profissão, como raciocínio lógico, resolução de problemas, pensamento sistêmico, crítico e colaborativo.
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