A terceira edição da pesquisa, apoiada pela Fundação Telefônica Vivo, apresenta um retrato do voluntariado no Brasil após a pandemia de Covid-19. Saiba mais!
A solidariedade impulsionou 74% dos voluntários brasileiros em 2021. É o que revela a Pesquisa Voluntariado no Brasil, realizada pelo IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) e pelo Datafolha.
Lançada em abril deste ano, a terceira edição da pesquisa apresenta um retrato do engajamento da população brasileira após a pandemia de Covid-19. Bem como o perfil dos voluntários, onde atuam e quais são suas motivações para ajudar o próximo.
Nesse sentido, o levantamento busca comparar os resultados com os das duas pesquisas anteriores, realizadas em 2011 e 2001 respectivamente. Dessa forma, foi possível mensurar as transformações no voluntariado ao longo dos últimos vinte anos.
“Decerto, a pandemia trouxe reflexos para o voluntariado. Notamos que as ações voluntárias vêm sendo reconhecidas como experiências transformadoras. Tanto para quem recebe quanto para quem faz”, afirmou a coordenadora do projeto Silvia Naccache, durante a live de lançamento da pesquisa.
O estudo ouviu 2.086 pessoas que praticam ou não atividades voluntárias em todas as regiões do Brasil. Além disso, levou em conta entrevistas individuais e coletivas com grupos focais de voluntários.
Confira os principais destaques da terceira edição da pesquisa.
Voluntariado no Brasil: o que mudou em vinte anos?
A Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 recebeu o apoio da Fundação Telefônica Vivo, entre outras entidades, e teve a coordenação da empreendedora social Silvia Naccache. A elaboração da pesquisa contou com a colaboração da cientista social Kelly Alves do Carmo e do especialista em desenvolvimento social, Felipe Pimenta de Souza. Saiba mais!
Definitivamente, os brasileiros estão mais engajados. Segundo a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, 56% da população já teve algum tipo de experiência com trabalhos voluntários. Esse total correspondia a 25% e 18%, em 2011 e 2001 respectivamente.
“Ações e omissões desenham o futuro da nossa sociedade. Por isso, a boa nova é ver que a população engajada no voluntariado praticamente dobrou na última década. O índice passou de 11% para 34% em 2021”, reforçou a empreendedora social Silvia Naccache.
Em contrapartida, apenas 12% desses voluntários participam de ações com frequência definida. Na prática, isso representa 20 milhões de pessoas. Já os brasileiros que ajudam pontualmente correspondem a 22% da população.
Seja como for, a pesquisa revela que 69% dos entrevistados reconhecem que poderiam se envolver em mais atividades voluntárias. Assim como acreditam que o voluntariado é uma oportunidade de crescimento pessoal, espiritual, emocional e social.
Voluntariado em tempos de crise
De acordo com a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, as crises emergenciais e humanitárias influenciaram o aumento no engajamento dos brasileiros. Sobretudo, no que diz respeito à distribuição de recursos.
Desde que a pandemia de Covid-19 começou, 81% dos brasileiros se mostraram mais interessados no voluntariado. Apesar das restrições impostas pelo isolamento social, 47% dos voluntários passaram a buscar mais formas de ajudar.
“Geralmente, os voluntários agem de acordo com a relevância das causas com as quais se identificam. Ainda assim, a urgência da pandemia foi o fator decisivo para mobilizar as pessoas em ações de combate à fome, à pobreza e à desigualdade”, destacou Silvia Naccache, coordenadora da pesquisa.
Efeito pandemia: atividades voluntárias e públicos atendidos em 2021
● 61% dos voluntários começaram a distribuir alimentos/roupas/ medicamentos/cestas básicas e livros durante a pandemia
Quebrando barreiras por meio da tecnologia
Outro aspecto reforçado pelo levantamento foi a popularização do voluntariado digital.
“Ao mesmo tempo em que evidencia a desigualdade social, os dados revelam que os brasileiros não paralisaram diante dela”, complementou a empreendedora Silvia Naccache.
Durante a pandemia, cerca de 21% das ações voluntárias foram feitas on-line. Dentre elas, as que mais se destacaram foram as que trabalharam a escuta ativa. Com a finalidade de prestar apoio psicológico.
Do mesmo modo, iniciativas como rodas de conversas virtuais, elaboração de material didático e arrecadação de recursos on-line ganharam cada vez mais destaque ao longo do período. Ao passo que a tecnologia contribuiu para quebrar as barreiras da distância.
Apesar disso, a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021 aponta que cerca de 84% dos voluntários desconhecem as plataformas e sites de promoção de voluntariado digital.
“Por certo, isso aponta um vasto campo de trabalho para organizações e empresas que fomentam ações voluntárias. Visto que o voluntariado digital também traz a possibilidade de desenvolver habilidades e talentos”, complementa Silvia.
Fundação Telefônica Vivo aproxima colaboradores do voluntariado digital
Há mais de 20 anos, a Fundação Telefônica Vivo faz parte de uma rede de solidariedade composta por instituições, coletivos e pessoas espalhadas por todo o país. Para potencializar as ações durante o ano de 2021, partimos do voluntariado digital para quebrar barreiras e aproximar pessoas.
Por meio de plataformas digitais, lives e encontros virtuais, nossos colaboradores puderam captar recursos, arrecadar doações, divulgar campanhas e até mesmo reciclar sem sair de casa. Conheça as ações do nosso Programa de Voluntariado!
Crescimento do voluntariado corporativo
De fato, o voluntariado corporativo se revelou uma tendência. Conforme aponta a Pesquisa Voluntariado no Brasil 2021, 15% dos voluntários entrevistados já participam de ações organizadas dentro da empresa.
Aliás, foi a primeira vez que este recorte apareceu na série histórica sobre voluntariado. “Certamente, esses indicadores mostram que houve um amadurecimento das empresas. Sobretudo em relação ao papel facilitador na mobilização de capital humano”, concluiu Silvia Naccache.
Só para ilustrar, a maioria dos voluntários que realizam ações através de programas corporativos (58%) realizam atividades regularmente. Ou seja, tendem a dedicar mais tempo ao voluntariado do que a média nacional (22%).
“Sem dúvida, essa regularidade se deve às estruturas de governança das empresas. Visto que elas se comprometem com a capacitação de voluntários, além de realizar a gestão e o monitoramento das ações realizadas por eles”, complementou Silvia.
Em entrevista à Fundação Telefônica Vivo, a coordenadora da pesquisa destacou ainda que os programas de voluntariado corporativo são uma excelente oportunidade de aliar solidariedade e desenvolvimento pessoal.
“Enquanto as empresas reforçam suas práticas de ESG, os colaboradores desenvolvem competências como liderança, colaboração e resiliência. Como resultado, as empresas, os profissionais e a comunidade se beneficiam com o voluntariado”, finaliza Silvia Naccache.