Curso a distância Leitura em Voz Alta pelo Professor, do projeto TRILHAS, dá apoio para profissionais de alfabetização e estudantes de pedagogia
Em uma parceria iniciada em 2017, a Fundação Telefônica Vivo apoia o projeto TRILHAS, iniciativa do Instituto Natura, que tem como objetivo contribuir para a formação continuada de professores alfabetizadores e estudantes de pedagogia. A intenção é transformar uma realidade da educação brasileira.
De acordo com os dados do INAF 2018 (Indicador do Alfabetismo Funcional), três em cada dez jovens e adultos de 15 a 64 anos, o equivalente a aproximadamente 38 milhões de pessoas, são considerados analfabetos funcionais no Brasil. Segundo o estudo, esse grupo tem muita dificuldade de entender e se expressar por meio de letras e números em situações do dia a dia, como identificar as palavras em um cartaz informativo ou fazer uma conta simples.
O TRILHAS, que nasceu em 2009, possui aproximadamente 185 mil educadores conectados e mais de 15 mil professores formados, colaborando para o desenvolvimento de alunos leitores e escritores do Ensino Fundamental.
Em outubro foi lançado o curso gratuito à distância Leitura em Voz Alta pelo Professor, que chama a atenção para os impactos positivos na formação de alunos leitores com a prática de se ler em voz alta em sala de aula.
Como é composto o curso?
O curso discute as principais condições didáticas para a realização da leitura com os alunos por meio de tematização de vídeo, transcrição de conversas literárias e embasamento teórico. É dividido em três módulos: Textos Narrativos, Textos Poéticos e Textos Informativos. Cada módulo apresenta indicações literárias ideais para o uso em sala de aula com as crianças.
Os educadores também têm acesso ao kit TRILHAS, com materiais extras. Um deles é a TRILHA de Jogos, composta por um caderno e dez jogos de linguagem para serem usados em sala de aula. Acompanha também um caderno com 60 indicações literárias de conteúdo infantil.
Em diálogo com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), oferece certificação de 45 horas emitido pelo Instituto Singularidades e tem também como parceiro apoiador o Instituto Península.
Por que ler em voz alta?
Por dentro do TRILHAS
O projeto de formação continuada existe desde 2009 como uma forma de apoiar o trabalho docente nos campos da leitura, escrita e oralidade. Em 2011, foi reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) para ser implementado como política pública para turmas de 1º ano do Ensino Fundamental, chegando a 72 mil escolas espalhadas por 3.300 municípios do Brasil.
Em 2014 passou a oferecer o primeiro curso a distância (EAD) para professores e trouxe como um dos principais destaques a Rede que Ensina, área destinada aos vídeos produzidos por educadores de todo o Brasil e que estimula não só a troca de experiências entre eles, mas também proporciona um espaço para demonstrarem suas práticas em sala de aula.
Joanna Gayotto, coordenadora do projeto TRILHAS, afirma que o curso Leitura em Voz Alta pelo Professor oferece ao aluno distintas possibilidades de reflexão. “Ouvir o professor lendo ou recitando histórias contribui fortemente para a formação do leitor competente e crítico”, garante.
O contato dos alunos com temáticas diversificadas, atrelado a espaços de trocas e conversas com colegas de turma, pode enriquecer ainda mais o processo de alfabetização.
“Para o aluno se formar como leitor, a escola deve oferecer diversas oportunidades de contato com os livros. Nesse contexto, sabemos que ouvir histórias lidas pelo professor representa um ganho significativo”, complementa a coordenadora do projeto.
Dois dos maiores desafios do projeto TRILHAS são comunicar com eficiência as propostas formativas para as regiões mais distantes do país e colaborar para a consolidação das práticas propostas no EAD nas salas de aula.
O plano é oferecer a formação continuada também para os gestores escolares, fortalecendo o planejamento e acompanhamento da aprendizagem das crianças. “Queremos impactar positivamente indicadores de alfabetização como a ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização)”, exemplifica Joanna Gayotto.