Criado com ferramentas do Google, o mapa complementa a narrativa e tem como objetivo engajar os estudantes, além de desenvolver habilidades para escrita
Seis adolescentes de outra dimensão desembarcam na Terra em busca de um tesouro perdido: o elemento principal para a comunicação escrita. Imersos nesta narrativa, os estudantes do Ensino Médio da Escola Estadual Plínio Negrão foram convidados a se aventurar em um mapa gamificado com destino a aprendizagem sobre a estrutura dos parágrafos.
Ao perceber que as turmas dos anos finais estavam apresentando dificuldades em organizar as ideias em textos, a educadora Andréia Rodrigues decidiu que deveria buscar uma maneira de engajá-los nesse aprendizado. “Partir para a gamificação foi uma forma de aproximá-los das atividades propostas e também fazer uma busca ativa dos estudantes que tinham desistido do ensino remoto”, explica a especialista em Linguística.
Apesar de a escola da rede estadual de São Paulo ter dado resposta rápida ao distanciamento social, com a criação de grupos no WhatsApp, cadernos impressos e uso de ferramentas como o Google Classroom, a transferência do conteúdo para o meio digital fez muitos jovens, sobretudo do Ensino Médio, se sentirem desmotivados a continuar os estudos.
Paragrafação é separar um texto em parágrafos para expressar pensamentos ou ideias centrais.
“Para enfrentar esse desafio, busquei um curso de atualização oferecido pelo Núcleo Pedagógico da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, que ensinava sobre ferramentas digitais para uma aprendizagem significativa. Foi quando tive a ideia para o Mapa da Paragrafação, que tem como objetivo transformar conteúdo em uma atmosfera de jogo”, complementa Andréia.
Em busca do tesouro perdido
A ideia do Mapa da Paragrafação não é apenas tornar a experiência dos estudantes significativa, mas também fazê-los exercitar habilidades como pensamento crítico, raciocínio lógico, organização e assertividade. Por isso, a professora escolheu o gênero “Artigo de Opinião” para aprofundar as características do uso dos parágrafos.
As trilhas, conduzidas pelos seis personagens, foram divididas em três fases e apresentadas como desafios que levariam à resposta final: o tesouro perdido. Usando a ferramenta Apresentações Google, a educadora criou um layout de mapa-mundi, clicável, lembrando a estética de um jogo de tabuleiro.
Ao avançar pelas fases, os estudantes encontravam conceitos como Tópico Frasal, Coerência e Coesão e tinham a oportunidade de aplicá-los na prática por meio da ferramenta Formulários Google. Dessa maneira, a educadora também pôde mensurar os resultados e as interações ao longo das três aulas em que trabalhou a atividade.
“O jogo trouxe o engajamento esperado, fazendo com que os estudantes pudessem acompanhar a trajetória de aprendizagem, motivados a continuar tentando até chegarem ao tesouro. Ao mesmo tempo, a atividade também serviu como um diagnóstico a partir de um pano de fundo lúdico”, resume a educadora.
Dica da professora:
Andréia Rodrigues lembra que antes dos resultados, vieram os desafios. Muitos estudantes tiveram dificuldade em acessar a atividade pelo celular, que muitas vezes era compartilhado com os pais e irmãos. Como educadora, ela também teve de aprender a se reinventar para usar as ferramentas que tinha à disposição e, ainda assim, garantir a experiência interativa de toda a turma. “O convite que deixo para os educadores é que não deixem de criar. Além de buscar formas de inovar, o importante é exercitar na prática esses conhecimentos, dentro das possibilidades de cada contexto.”